A cada dois dias tentarei colocar um texto novo, para manter o interesse dos meus leitores e também algumas fotos para exemplificar alguns textos. Obrigada pelo apoio.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Tango em Buenos Aires

Casal dançando tango na rua

Casa Rosada, na Plaza de Mayo

              
            Em outubro de 2009, o Zé e eu comemoramos 40 anos de casados. Gostaria que ele escrevesse para mim coisas tão lindas como o Celso Machado escreveu para a esposa, quando fizeram Bodas de Prata: “por ela mudei hábitos, revi conceitos, ajustei comportamentos. Para merecer a recompensa de seu beijo, seu abraço, seu afeto, seu sorriso e sua presença. Por ela tenho construido uma vida maravilhosa e uma história de vida gostosa de ser revivida e contada.” O Zé não escreveu, mas me presenteou com uma viagem a Buenos Aires, onde curtimos as nossas Bodas de Rubi.
            A Argentina lembra Maradona, carne e tango. O povo anda enfurecido com o Maradona e o considera “muy loco”. Isto, de acordo com os motoristas de táxi, que falam sem parar e dão opinião sobre tudo. Querem trocar a Cristina Kirchner pelo Lula. Avisam sobre os ladrões de bolsas nas ruas. Têm ódio dos piqueteiros, que diariamente fazem piquetes de protestos nas ruas e atrapalham o trânsito.
            A cidade é agradável, limpa, de clima frio, com árvores imensas e muitas praças com estátuas do libertador San Martín. A bela Avenida 9 de Julio, uma das mais largas do mundo. A flor gigante de metal que abre as pétalas com a luz do sol. A Plaza de Mayo, local de muitos protestos. A Casa Rosada, imponente, com a bandeira da Argentina. O majestoso prédio da Embaixada Brasileira. A Igreja do Pilar, com estonteantes altares dourados, no estilo barroco. O Museu da Evita Pérón, a Protetora dos Descamisados. Moderno e com vários telões, onde Evita aparece discursando para o povo argentino. Com placas e fotos contando como seu corpo foi roubado e mutilado (uma tragédia). Bairros agradáveis, com encantamento e estilos próprios. A população praticamente só de pessoas brancas (negros e morenos são raros). Lojas
e lojas com botas, chapéus e bolsas de couro, mas tudo muito caro (mesmo o real valendo dois pesos). Os cuidadores de cães, passeando com inúmeros cães ao mesmo tempo, de todas as raças, grudados uns aos outros. O cassino gigante e cheio de luzes, com centenas de pessoas buscando a sorte onde não vão encontrar.
            Nos restaurantes, o Zé, bastante carnívoro, sempre tentando saborear a tão famosa carne argentina. Gostou do chorizo e do lomo, mas prefere mesmo é a carne brasileira, mais saborosa.
            E o tango, meu Deus, o tango! Como dizem, o tango é um pensamento triste que se pode dançar. Pessoas dançando nas praças, nas ruas, em frente aos restaurantes. Fomos à casa de show “Sr. Tango”, imensa, sofisticada e lotada de brasileiros. Os casais de dançarinos deslizavam pelo tablado, num incrível jogo de pernas para o alto, para os lados, no meio das pernas do outro. As mulheres com vestidos colados, brilhantes, pretos e vermelhos, uma rosa nos cabelos alisados. Os homens de terno escuro riscado, flor na lapela, cabelo com gel. Poses sensuais, cabeça para trás, olhar provocante, flexibilidade invejável. A orquestra tocando “La cumparsita” várias vezes, sob a regência do maestro velhinho. Inesquecível. No final, o apresentador deixou claro que a única rivalidade entre brasileiros e argentinos “es la bola”. No mais, somos todos “muy amigos”.
            Assim foi a nossa viagem. Além de assistimos um tango em Buenos Aires, reafirmamos nossa crença na beleza de uma vida a dois e no companheirismo que encontramos no amor.

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