A cada dois dias tentarei colocar um texto novo, para manter o interesse dos meus leitores e também algumas fotos para exemplificar alguns textos. Obrigada pelo apoio.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Django muito livre


Django e Schultz em ação

           Adoro filmes, mas nunca me atrevi a escrever sobre nenhum. No entanto, assisti “Django Livre” e, do ponto de vista de uma cidadã comum, ainda nem sei se foi um dos melhores filmes que já assisti ou se estou em estado de choque com tanto tiro, tanta morte e tanto sangue. Penso que o definiria como um filme empolgante, que prende a atenção do começo ao fim, que possui um elenco de atores fabulosos e uma trilha sonora linda, mas com superávit de sangue e violência.
È também um filme original, no qual os escravos do sul, dois anos antes da guerra civil nos Estados Unidos, literalmente mandam pelos ares os seus opressores. O ator principal, Django (Jamie Foxx), é um escravo liberto que fica livre até demais, passando a ser um justiceiro que explode todos que fazem injustiça a ele e à sua mulher, uma escrava da qual foi separado. O filme causa espanto o tempo todo, tanto nos seus protagonistas como na platéia. Os negros escravos passam de um espanto a outro quando vêm outro negro, Django, montado a cavalo, passeando livremente pela cidade (fato inadmissível naquela época). Também Django se espanta em vários momentos com a esperteza e astúcia do seu salvador, o caçador de recompensas King Schultz (Christoph Waltz, um ator austríaco excepcional) e com a elegância e a frieza desse ao matar. Espanta-se também quando Schultz o deixa escolher uma roupa para se passar por fidalgo, a fim de irem para uma fazenda e matar três foragidos da justiça. Django escolhe uma roupa azul turqueza, bem justa, com babados e enfeites brancos.  Ai é a vez da platéia se espantar e cair na risada.
Como esse, há vários outros momentos hilários. Por exemplo, quando vários homens aparecem galopando à noite, com os rostos cobertos por capuzes e empunhando tochas acesas. Planejavam matar Django e Schultz, que estariam dormindo em uma carroça no meio do descampado (mas estavam escondidinhos no alto do morro). De repente, quando o grupo planejava como escalpelar e retirar toda a pele do Django, um dos componentes começou a reclamar do capuz, dizendo que os orifícios dos olhos estavam no lugar errado e não conseguia enxergar nada. Disse que a mãe do outro não sabia nem costurar e que ia tirar o capuz. A discussão se generalizou e a platéia caiu na risada. Resultado: acabaram todos mortos pelas balas do Django e do Shultz, uma carnificina geral. Aí a platéia parou de rir (penso que o Tarantino, o diretor, é genial, mas um pouco tresloucado). Outras cenas engraçadas acontecem com Stephen (Samuel L. Jackson) um negro velho que manipula seu proprietário, o fazendeiro depravado e muito louco Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Stephen é racista, não gosta de outros negros e se horroriza com a liberdade e a petulância do Django.
Acredito que essas cenas cômicas são para quebrar o horror da matança, do sangue derramado, das cabeças explodindo, das pernas e braços sendo dilacerados, dos escravos lutando até a morte para divertir Candie, dos cachorros ferozes trucidando um escravo fugitivo (essa parte eu não vi, fechei os olhos).
ulher, sua ue explode todos que fazem injustiça a atençao nao  Assisti ao filme com o Zé, meu marido, que além de não gostar de cinema, quando vai, sempre me pede para cutucá-lo se ele dormir e roncar. Nem foi preciso, com tanto tiro ele não dormiu (disse que até pensou em se esconder atrás da poltrona). Tentei arrancar dele algum comentário e ele disse, lacônico: “a tecnologia é incrível, mas acho que é um filme que desperta o ódio racial”. E pronto.