A cada dois dias tentarei colocar um texto novo, para manter o interesse dos meus leitores e também algumas fotos para exemplificar alguns textos. Obrigada pelo apoio.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Bondade se aprende

Cora Coralina, que faleceu aos 95 anos


      Cora Coralina escreveu o emocionante poema "Bondade também se aprende". Começa assim: "Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo pra você: não pense. Nunca diga estou envelhecendo ou estou ficando velho. Eu não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso. Também não diga pra você que está ficando esquecido, porque assim você fica mais". Há trechos como: "Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velho não. Você acha que eu sou? Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo o que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes." É um longo e belo poema, que termina assim:" Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende".
       Versos tão simples e tão profundos, tão verdadeiros. Dá vontade de abraçar alguns velhinhos desamparados. Então, sempre que posso, vou visitar alguns em um asilo da cidade. Tem muitos por lá: alguns na cadeira de rodas, outros acamados, uns  contando suas histórias de vida. Uns emburrados e sem conversa. Outros  amargurados e que não abrem seus corações. Alguns emocionados por ter alguém segurando suas mãos. Um casal no qual o velhinho gosta de cantar e tocar violão e a esposa é arredia e de cara fechada. Uma que adora bonecas, o quarto está repleto delas, dá vontade de ficar por lá brincando. Outra magrinha, de traços bonitos, que foi professora e que tem vontade de comer peixe bem temperado, pois reclama que a comida do asilo não tem gosto. E o Sr. Antônio,  que tem vontade de alguém para sair com ele e dar uma voltinha no quarteirão. Alguns confusos, como a senhora bonitinha, de olhos brilhantes, que pede para procurar  sua filha para levá-la de lá, pois não quer mais ficar estudando naquela escola. Todos limpinhos e bem cuidados. Muitos esperando os filhos que não vem visitá-los; outros cercados por parentes. Ou por crianças, como aconteceu dia destes, quando uma escola levou as crianças para alegrarem os velhinhos. Uma boa ideia e um ato de bondade.
          Enfim, ficar velho é o destino de todos nós, uma  opção  melhor do que morrer novo. E como disse Cora Coralina, mesmo tendo muitos anos, é preciso lutar, ter fé, fazer tudo com amor e bondade. E encontrar, cada velhinho à sua maneira, a melhor forma de viver os últimos anos. Como Florisbela, a mãe do cronista Jairo Marquez, da Folha. Ele conta que a mãe, já velhinha, sempre reunia a família para dar a benção. Na hora da reza, invocava São Cosme, São Damião, São Miguel Arcanjo, São Jorge Guerreiro, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Até inventava alguns santos, para alongar a reza  e o tempo do cafezinho. O autor comenta que velhos criam inteligentes maneiras para encompridar a prosa rala com os filhos que aparecem de vez em quando e com os netos que não se desgrudam dos joguinhos eletrônicos. Como a  Florisbela, que emendava a reza com canções do Lupicínio Rodrigues. Todos ficavam mais um pouco ao som da música : "Felicidade foi-se embora e a saudade no meu peito ainda mora..." Assim, a Florisbela conseguia, com bondade e sabedoria, exercer seu importante papel:  agregar a família e fazer com que os mais jovens cuidassem dela, o patrimônio vivo da sua geração.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O golpe do mico

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           Certa vez cai no golpe das ciganas que vendiam grossos colares de ouro trançado, mas que não eram de ouro coisíssima nenhuma. E pouco tempo atrás cai no golpe do mico. Como tive notícias de que o larápio continua agindo, resolvi divulgar o caso. Sei que muitos vão pensar que fiz papel de tola, mas é porque não conhecem o larápio. Ele é  ardiloso, insistente, envolvente, astuto. E talvez um pouco louco, pois fica agressivo e ameaçador se a gente não concorda com ele.
         Tudo começou numa bela manhã, com o interfone tocando. Era um senhor de meia idade, claro, mais pra gordinho, camiseta vermelha e calças jeans, bem aparentado. Disse que tinha um macaquinho de estimação, o Kiko, que andava  com ele pra todo lado, no seu ombro. E que o mico tinha pulado quando passavam na calçada da minha  casa e  estava  em cima do telhado. Do passeio, o homem assobiava e chamava " Kiko, Kiko". Nisso, apareceram dois dos meus netinhos, atraídos pela confusão, e todos ficamos olhando pra cima. Um disse que estava mesmo vendo o mico. Começamos a chamar e nada. O homem então pediu para eu abrir o portão para ele entrar no jardim e chamar mais de perto, pois o mico só atendia a ele. Com pena do macaquinho, acabei abrindo. O homem chamou algumas vezes e depois foi entrando resoluto e determinado pela casa adentro, afirmando que o mico já devia estar no quintal e que iria procurar por lá. Em uma das mãos, carregava um saquinho de ração (ainda bem que não era um revolver). Atrás dele, a minha cachorrinha york latindo freneticamente, eu e os dois netinhos ajudando a procurar. Na sala de TV o Zé, meu marido, assistia a um noticiário e não percebeu nada (devia estar cochilando). Depois do quintal, o homem subiu as escadas para os quartos com o cortejo atrás, olhando tudo e fingindo ver o macaquinho. Eu indignada, mandando ele sair e avisando que ia chamar meu marido e a polícia. Ele ficou agressivo, dizendo que eu não queria ajudá-lo a encontrar seu bichinho. Só saiu quando quis, não estava nem um pouco intimidado com o cortejo. Fiquei pasma e boquiaberta com o ocorrido.  Passado um tempo, o interfone tocou novamente. Eram minhas duas vizinhas, com os olhos arregalados. Vieram confirmar se um homem tinha entrado na minha casa para procurar o Kiko. Ele tinha entrado lá também, com a mesma história e procurou o Kiko até dentro das gavetas. Ficamos as três impressionadas, mas ele não roubou nada.
        E agora, recentemente, uma amiga que mora no meu bairro, Lídice, contou-me a mesma história. Ele entrou na casa da vizinha e roubou o laptop quando ela, a vizinha, foi no quintal ver se o Tito estava lá. Ele só trocou o nome do mico e agora chega de moto, está mais sofisticado. A minha amiga tem câmera de segurança, que filma a rua toda e vi a  filmagem. Nela, o mesmo larápio safado sai rapidamente carregando o laptop, sobe na moto e foge, um filme de ação...
        Bem, este é apenas mais um golpe que circula por ai, ao lado, por exemplo, do bilhete premiado. Conheço uma pessoa que caiu nesse golpe e perdeu um bom dinheiro. E na época do Natal, tem o golpe do envelope,  quando aparece gente estranha para recolher o envelope com o dinheiro dos lixeiros e dos varredores de rua, mas já estou esperta nesses casos.

         Em  tempos de crise, é preciso redobrar a vigilância, pois provavelmente surgirão golpes  mais mirabolantes do que o do Kiko (ou Tito). E sempre existirão pessoas como eu para acreditar...

domingo, 20 de setembro de 2015

Os velhos e os novos tempos



Sou de uma época antiga, nem tão antiga assim, mas o suficiente para  minha geração presenciar transformações incríveis. Naquela época, as geladeiras eram brancas e os telefones eram pretos, imensos e pesados. Aliás, na minha casa da infância e adolescência nunca tivemos geladeira, nem telefone, nem TV. Assisti TV pela primeira vez aos 17 anos, na casa do vizinho, em preto e branco. De diversão, apenas o rádio onde meus irmãos e eu ouvíamos a eletrizante saga do "Jerônimo, o herói do sertão". Filmes, só nas matinês de domingo, quando assistíamos seriados,  Rin-tin-tin,  Zorro, Tarzan e Mazzaropi. De luxo, uma roupa nova no dia de ano e frango caipira com angu e quiabo aos domingos. Dos brinquedos, eram especiais  os bonequinhos de argila que a gente inventava e brincava com eles até desmanchar. Dinheiro para nós, crianças, comprarmos algo diferente, somente quando meus irmãos e eu apanhávamos  jabuticaba ou manga no pé e vendíamos pelas ruas (o meu pai era o único médico na pequena cidade, a família até tinha "status", mas não tinha dinheiro). Era um tempo bom, simples, sem tanta pressa e sem tanta poluição. Não existiam garrafas Pet e nem copos descartáveis. As crianças eram criadas com fraldas de pano e não com centenas de fraldas  jogadas no lixo. Também iam à pé, de bicicleta ou de ônibus pra escola, as mães não eram motoristas. Os filhos pediam a benção antes de se deitarem, os pais eram chamados de senhor e senhora e havia muito respeito.
Mas vivemos em um mundo em transformação e tudo vai mudando, surgindo coisas e tecnologias fantásticas. Como o vidro, por exemplo. O  aprimoramento do seu processo de produção, em torno do século XIII, permitiu a invenção das lentes e dos óculos. As lentes permitiram os telescópios e os microscópios. Esses últimos permitiram as vacinas, os antibióticos, o desenvolvimento da medicina, a diminuição da mortalidade infantil. E do vidro por fim surgiu a fibra de vidro e a fibra óptica, que permitiu a internet e a comunicação global. E com isso, o telefone celular. A partir dai, nos transformamos de Homo sapiens (e não de Mulher sapiens, que isso!) em Homo connectus. Mudaram-se as profissões e os hábitos. Como a nova profissão dos vigilantes de teatro que bombardeiam os transgressores que ligam seus celulares na hora do espetáculo. Semelhantes a atiradores de elite, apontam o feixe luminoso da canetinha de raio laser no aparelho (não miram na cara) e as pessoas, envergonhadas, desligam na hora.
E agora, o importante  é "bombar" no facebook, curtir fotos e postagens, instalar aplicativos de aniversário, conhecer redes sociais, fazer cadastramento biométrico, digitar caracteres esquisitos para se logar em sistemas, atualizar softwares, aprender a usar mais um controle remoto, etc. E as senhas, meu Deus! Vivo perdida nelas. Algumas são o nome dos netos mais a data de aniversário, outras a placa do carro mais o número da casa, algumas o nome da cadelinha mais os três primeiros números do telefone. Dai misturo tudo, não sei se é cachorro mais aniversário ou cachorro mais placa. O melhor é escrever todas as senhas e guardar. Mas, onde guardar? Como lembrar onde estão guardadas? O melhor mesmo, mais seguro, é esquecer todas e ficar protegido inclusive contra nós mesmos. Mas sem senha a gente nem existe. Ai, que saudades de subir em um pé de jabuticabas, apanhar algumas bem grandes e docinhas, colocar num cesto e vender na rua. Simples assim.

 



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A foto do menininho


       A foto do menino morto numa praia da Turquia chocou o mundo. O pequeno Aylan Kurdi, de três anos, estava com o corpinho emborcado na areia dura, o rosto um pouco de lado, encoberto pelo vai e vem da maré.  Vestido com uma camisetinha vermelha, um pouco levantada deixando as costas descobertas, e uma bermuda azul. E de sapatinhos que não se desgarraram dos seus pés, incrível isso. Coisa mais linda e terna são os sapatinhos de crianças. Mas ali, naquela cena tão triste, naquela imagem devastadora e pungente do pequeno náufrago sírio na areia, os sapatinhos causavam espanto e incredulidade. Como as ondas do mar não arrancaram os sapatinhos? Com ele estava assim, tão plácido, tão arrumadinho? Deveria ser uma foto bonita, de uma criança na praia, duas das coisas mais fascinantes do mundo. Mas não é. Dói olhar a foto, dói olhar aquele corpinho inerte.
      Aylan morreu no mar Egeu. Estava com sua família, o pai Abdullah, a mãe Rehan e o irmão Galip de cinco anos. Fugiam da guerra civil na Síria e queriam chegar à Grécia e depois ao Canadá, mas Aylan não devia ter noção disso. No bote havia mais 19 pessoas, todas tentando a travessia de três quilômetros, organizada por traficantes e em condições precárias, para chegar à ilha grega de Kos. Lotado e no meio de ondas muito altas, o bote inflável virou. Ele, o irmão e a mãe não sabiam nadar e da família apenas o pai escapou. Ele, o pai,  que aparece nas fotos tão perdido e desolado, voltou à Síria para enterrar sua família. Nessa tragédia, morreram  mais 9 pessoas, seis delas crianças.
        Todos os dias, corpos inertes de crianças refugiadas sírias, afegãs, líbias, eritreias e sudanesas jazem nas areias do Mediterrâneo. Como explicar então que, de repente,  o menininho morto encontrado na praia passou a representar a dor de todas as crianças mortas? De todas as que têm suas vidas ceifadas por extremismos religiosos? Como passou a representar  a dor de centenas de milhares de refugiados e se transformou numa indignação mundial ? Como, se há tantas crianças brasileiras abandonadas, dormindo nas calçadas, morrendo de fome ou de bala perdida ? E as quatro crianças que morreram espremidas e sufocadas com mais 67 refugiados em uma minivan  perto de Viena? Por que não nos comovemos com esses corpos como nos comovemos com o de Aylan?
       As razões podem ser várias, conforme registrado na mídia. Talvez porque o menininho representa toda uma infância perdida. Talvez porque os bracinhos e as perninhas tinham uma fofura que doía. Ou então, porque ele estava tão arrumadinho, tão bonitinho para começar uma  nova vida. Ou simplesmente porque estava justo na linha entre o mar e a areia, onde tantas crianças fazem seus castelos de brinquedo. Ou  porque o seu corpinho foi devolvido pelo mar na mesma posição em que muitas crianças dormem. Ou mesmo porque qualquer um de nós poderia identificar no menininho os nossos filhos, os nossos netos, com aquela roupa de passeio tão comum e bonitinha (e com sapatinhos nos pés). Ou então porque seu corpinho largado na areia representa um contraste chocante com as cenas de desespero que vemos na crise dos refugiados.

         Enfim, a crueza da foto do menininho e o que tem por trás dela, o que ela realmente representa, está mudando os rumos da tragédia humanitária que se desenrola aos nossos olhos. Mas com cada uma dessas crianças mortas,  morre um pouquinho de cada um de nós. Humanidade, nós falhamos. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

As árvores



Besouro nas flores de mataíba

Eu sentada debaixo de uma árvore em Buenos Aires
         O menino Zezé, de uma família pobre e numerosa, personagem principal do livro "Meu pé de laranja lima", encontrava amparo e afeto conversando com sua árvore no fundo do quintal. Um dia perguntou para o pé de laranja lima: -"Por onde você fala? " E ela respondeu: -"Árvore fala por todo canto. Pelas folhas, pelos galhos, pelas raízes. Quer ver? Encosta seu ouvido aqui no meu tronco que você escuta meu coração bater". Quando se despedia, o menino dava um abraço apertado no tronco da árvore:-"Adeus, amiga! Você é a coisa mais linda do mundo!"
      Concordo com o Zezé, as árvores são lindas. Existem para serem abraçadas e admiradas. Para trazerem beleza ao mundo e serem amigas do homem. Sábias são as pessoas que conseguem ouvir o silencioso sermão das árvores, que se deixam ficar debaixo delas, sentindo sua paz e tranquilidade e esquecendo as ansiedades  da vida. Que sabem contemplar a beleza  e a majestade de um ipê rosa florido ou de uma laranjeira de flores brancas cujo perfume nos leva para uma infância de pés descalços.
     Rubem Alves, em seu livro "O amor que acende a lua", explica que as árvores vivem para viver pois viver é bom. Com as raízes mergulhadas na terra, não fazem planos de viagem, são felizes onde estão. E as pessoas seriam mais belas e felizes se fossem como as árvores. Cita o exemplo de São Francisco que, de acordo com relatos, pregava aos peixes e às aves. Mas o autor conclui que na verdade, São Francisco deve ter ouvido a pregação das árvores. Por isso ficou tão manso, tão tranquilo, tão perto de Deus. Ele tinha a beleza das árvores. Estava reconciliado com a vida. Então os pássaros fizeram ninho nos seus galhos e os peixes comeram dos seus frutos que caíam na água...
    Gosto de árvores e de caminhar debaixo delas. Tenho uma especial, a sibipiruna que plantei em frente à minha casa. Com cachos de flores amarelas miúdas, que formam um tapete quando caem no passeio e com folhas miúdas que caem em profusão, como uma chuva fininha. É bom olhar seus galhos balançando ao vento e acompanhar suas transformações. Como o Zezé, sinto até vontade de conversar com ela. Outra árvore especial na minha vida é a mataíba, comum no cerrado e que pode se apresentar na forma de arbusto ou árvore. Durante dois anos, no meu doutorado, observei a floração de inúmeras dessas árvores e coletei  seus visitantes florais, que iam em busca do pólen e néctar de suas pequenas inflorescências brancas. Identifiquei, com auxílio de especialistas, 105 espécies de abelhas, 35 de coleópteros, 37 de dípteros e 54 de vespas que se alimentavam nesta planta e que potencialmente poderiam ser seus polinizadores. Sou grata à mataíba por ter-me dado a oportunidade de entender melhor a complexidade das interações insetos-planta e de poder, mais uma vez, maravilhar-me com a vida.

     O Zé, meu marido, também queria ter uma árvore especial. Quando criança, lá no Carmo, plantou uma moeda de 500 réis para nascer uma árvore de dinheiro. Ele ia sempre conferir, mas não vingou.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Agora é você

Pai da nova geração: Chris com a filha Lia

Pai da velha geração: Zé em 1973 com os filhos Luiz Cláudio e Vinícius

Pai da geração mais antiga ainda: Padrinho Pereira (o primeiro, de branco)


        A crônica de Antônio Prata publicada na Folha e intitulada  "Sua vez", ilustra bem como os pais atuais estão participativos na criação dos filhos.
          Ele conta que estava sonhando. Vinha voando, planando devagarzinho, como naquele banquete no final do filme do "Asterix, só que o banquete era no jardim da sua avó. Voava em direção a um javali e quando estava quase dando uma dentada no glorioso pernil do animal, uma dedada em sua costela o chamou de novo ao mundo dos vivos: "Acorda, é sua vez, vai lá que ele tá chorando faz tempo." Levou uma eternidade para entender que não estava voando, não havia javali nem banquete, eram 4h da madrugada, seu filho estava chorando e ele precisava tomar uma atitude. Respondeu sonolento e com ressaca das cervejas da noite anterior: "Eu fui à uma!". Do outro lado da cama veio a resposta incontornável: "Eu fui às três!". Não teve dúvida de que seria ele a deixar aquela cama quentinha e sair tropeçando na noite escura. Talvez tivesse que fazer mamadeira ou trocar a fralda. Acabaria com cocô nas mãos, nos braços e poderia levar um jato de xixi na testa. Nessa hora, não se sentia mais uma pessoa boa, um pai esforçado, um filho da revolução cultural dos anos 60 que acredita em direitos iguais para homens e mulheres. Se sentia um monstro cujo objetivo era continuar dormindo e só enxergava o travesseiro. Pensou em não ir, mas seria divórcio na certa. Pensou em dizer que não iria porque trabalhava o dia inteiro pra sustentar a família. Mas a mulher também trabalhava e não ia dar certo. Pensou em agir como um homem dizendo que iria até a esquina comprar cigarro e nunca mais voltaria. Mas para isso teria que abrir mão do seu bem mais precioso naquele momento, a cama. Entorpecido pelo sono, pela ressaca e choro de bebê, pensou em tantas pessoas que não teriam trocado uma fralda sequer. Sentiu inveja dos colonizadores europeus. Do exército do Genghis Khan. Dos romanos e gauleses. Homens num mundo de homens, para homens.  Passou então a maldizer  o iluminismo, a psicanálise, o século XX, os hippies, a Yoko, a Leila Diniz, o parto humanizado, as peladonas de protesto.  Recebeu outro cutucão: "Vai! É a sua vez!". E ele foi, praguejando contra a injustiça de um mundo justo.
        Pensei no Zé, meu marido. Nunca ele se levantou à noite para cuidar de filho. Certa vez, com um bebê e quatro crianças de um a seis anos, todas gripadas e de nariz entupido, eu já tinha me levantado quinze vezes. Na décima sexta, dei uma cutucada nele: "Vai, agora é você". Depois de uma eternidade, ele se sentou na beirada da cama e por lá ficou. Dei outra cutucada e ele disse: "Se eu me levantar depressa, fico tonto e caio" . Desisti de vez. 
       Bem, o Zé ao menos tentou. Pior foi o meu padrinho Pereira. Fazendeiro bonachão, quando minha madrinha cutucou-o para cuidar do filho que berrava, virou-se para o outro lado da cama e disse: "Faz assim: você olha a sua banda e deixa a minha banda chorar"...
       Neste mês de agosto, quando se comemora o dia dos pais, parabéns a todos os pais. Aos que cuidam dos filhos à noite, fazem mamadeiras e trocam fraldas. E também aos que não fazem isso, mas que conseguem ser bons pais, cada qual do seu jeito. Que sejam sempre os heróis dos seus filhos e caminhem com eles ao longo da vida, como na música do Fábio Jr: "Pai, você foi meu herói, meu bandido, hoje é muito mais que um amigo; nem você nem ninguém tá sozinho, você faz parte desse caminho,que hoje eu sigo em paz".





terça-feira, 4 de agosto de 2015

Uma estória de amor

Roque com um mês, dormindo tranquilo

Lolla e Tobias juntinhos

Duda amamentando o quinteto

          Há um ano atrás escrevi sobre o drama canino envolvendo  minhas duas filhotes de yorkshire : a Duda, grandalhona e destrambelhada e a Sissy, minúscula e meiga. No meio, o Zé, meu marido, revoltado com a Duda. Acontece que um dia a Sissy encontrou o portão aberto e fugiu. Ficou a Duda, até que um dia o Zé disse a famosa frase: -"Ou eu ou o cachorro ". Com lágrimas nos olhos, troquei a Duda pela "Duda Outra", mais calma e educada (o filho comentou que eu deveria ter trocado era o marido).
         Agora a Duda Outra encontrou um namorado, o Nick. Foi amor à primeira vista. Cruzaram inúmeras vezes e como resultado nasceram cinco filhotes, que estão com um mês: Lolla, Sissy, Tobias, Apollo e Roque. São pretinhos, brilhantes e limpinhos. A mãe os lambe dia e noite, deve ter gasto litros de saliva. E de leite também, não sei como consegue tanto. Eles estão gordinhos e saudáveis e ela, pequenina e acabada, é possível sentir os ossos da costela. As tetas são dez e matematicamente seriam duas para cada um, muito simples. Mas a natureza é complexa. Os cinco filhotes empurram uns aos outros disputando as tetas, todos querem a mesma. Quando a Duda enfeza, sai andando com os cinco dependurados. É uma mãe incrível, impressionante como sabe tudo o que tem a fazer, cachorro é assim. Defende os filhotes das pessoas que não conhece, late, avança e não deixa passar a mão. Tenta carregá-los pelo pescoço quando caem da caminha, mas não tem força e nem jeito pra isso. Quando ouve um ganindo, corre pra acudir, sai derrapando pelo caminho. Pariu sozinha, cortou o cordão umbilical de todos, comeu as placentas sanguinolentas, limpou os filhotinhos, deitou em cima deles para aquecer e já começou a amamentar. Deve ter ficado encantada com  tanto cachorrinho saindo do seu corpo. Não sei se ela consegue perceber o desenvolvimento deles. Levaram 12 dias para abrir os olhos e no começo só dormiam e mamavam. Depois passaram a se arrastar e agora já caminham devagar e tentam brincar uns com os outros. A Lolla é a maior e bem tranquila, deve roubar o leite dos outros. O Roque é pequenino, espevitado e chorão, deve andar estressado com a competição pelas tetas. Logo os dentinhos vão aparecer, machucar as tetas e a Duda vai empurrá-los.
        É lindo ver e acompanhar essa estória de amor incondicional de uma cadelinha com seus filhotes. Mas logo ela não vai querer mais saber deles, vai ignorá-los e seguir com sua vidinha de cão, sem nem se lembrar que eles existiram. Na mãe humana não, o amor pelo filho é para sempre. Por isso cachorro é cachorro e gente é gente. Sei que existem muitos cães abandonados e maltratados, uma maldade e injustiça com o melhor amigo do homem.  Mas existem também muitas crianças que necessitam de um lar, outras que são espancadas pelos pais, outras que passam fome, outras que tem pais que oferecem tudo, menos tempo com os filhos, talvez o que mais precisem. E tem também os velhinhos. Penso que muitos  gostariam de alguém para segurar suas mãos enrugadas e escutar suas estórias, com paciência e sem pressa. Segundo Rubem Alves,  "história" é diferente de "estória".  "História" é aquilo que aconteceu uma vez, pertence ao tempo, é ciência; quem ouve uma "história" fica do mesmo jeito. "Estória" é aquilo que acontece sempre, pertence á eternidade, é magia; quem ouve uma "estória" pode ficar outro.

        Quem sabe um dia encontraremos tempo para ouvir as estórias dos velhinhos, que por certo serão mais bonitas que a estória da Duda com seus filhotes.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Quem procura, acha

Luiz Cláudio com a família e participando do triatlo em Santos

            O meu filho Luiz Cláudio, atualmente médico ortopedista, triatleta, pai, esposo  e treinador de cachorro perdigueiro, é uma pessoa muito persistente.
            Tudo começou em 1983, quando ele estava com 11 anos. Gorduchinho e com os joelhos um pouco tortos, entrou na natação do UTC. Ia empurrado e desanimado. Um dia, o Zé, meu marido,  prometeu-lhe uma moto se ele fosse campeão mineiro. Virou outro. Passou a treinar todos os dias de madrugada movido pelo sonho da moto XLX250. Aos 14 anos, foi campeão mineiro de nado borboleta em BH e depois participou do campeonato brasileiro no Rio, ficando entre os primeiros. O pai, que não pensava que ele seria campeão, enrolou um ano mas deu a moto.
            Lembro-me de um triatlo no qual ele participou no Parque do Sabiá, aos 16 anos.  Participantes do Brasil inteiro, uma multidão. Os nadadores tinham que atravessar a lagoa  dando uma volta em torno de uma boia e subir em um tablado do outro lado. Tinha um barquinho salvando quem estava se afogando e eu, da ponte,  de olho no barco, com medo do filho se afogar. Os nadadores que não foram atropelados no começo, nadavam em uma formação em V, com um atleta liderando a competição. A turma  começou a  torcer. Só quando o herói subiu no tablado, reconheci o Luiz Cláudio! Quase morri de emoção.
            Depois, na época do vestibular, ele decidiu fazer medicina na UFU. Disse que ia passar no primeiro lugar e passou mesmo, na UFU e na UFMG, aos 17 anos. E quando terminou a residência na USP de Ribeirão, passou em primeiro lugar no exame nacional  da SBOT.
            Agora, aos 43 anos, resolveu ser triatleta. Nada, corre e pedala de domingo a domingo. Treina de madrugada, antes de começar a operar. No sábado pedala 160 km e no domingo também. Começou a treinar em fevereiro do ano passado e já perdeu 26 kg, vai sumir. Em julho, participou do "Troféu Brasil de Triatlo" em São Paulo e ficou em terceiro lugar. Nas três etapas seguintes, já ficou em primeiro lugar. No momento, anda treinando para o Ironman em Zurich e desconfio (mas tenho medo de perguntar) que pretende se classificar para o campeonato no Havaí, coisa de loucos.
            Bem, no meio de tudo isso, aconteceu o seguinte. O Luiz Cláudio tem um cachorro perdigueiro, o Cookie, uma de suas paixões. É criado no apartamento, na cobertura ( destrói tudo). Ele o está treinando com uma coleira de adestramento, ou seja, dá uns choquinhos nele quando desobedece e dá ração quando obedece. Os comandos são para sentar, esperar, ficar junto, dar a pata. Funciona, mas tem hora que dá tudo errado. Por exemplo, dia desses fomos para a fazenda com o Cookie. Foi só descer da camionete e ele, como bom perdigueiro,  estraçalhou duas galinhas e rolou na bosta das vacas, ficando irreconhecível. Mas o pior mesmo foi que ele engoliu uma ruela curva especial, de meio centímetro, do câmbio dianteiro da bicicleta de fibra de carbono, caríssima e importada. O fato aconteceu no apartamento, enquanto o filho dava a manutenção. Sem ela, acabou-se a bicicleta, não é vendida separada.  Ele procurou a ruela por todo lado. Como não a encontrou e o Cookie estava por perto, chegou á conclusão óbvia.
            Quando ele me contou isso, perguntei brincando: "-E aí, você procurou no cocô do Cookie? " E ele respondeu sério: "É, encontrei no décimo cocô...Quem procura, acha." Deus meu, ele passou três dias procurando onde o Cookie fazia cocô e remexendo os montinhos com um pauzinho. Isso é que é perseverança, o resto é bobagem.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

No ônibus


Maíra e a cobra
          "Educação, boa e velha" é o nome de um texto da psicóloga Rosely Sayão.  A autora comenta que na sociedade atual os velhos perderam importância e que os pais das crianças não acreditam que os avós tenham algo a acrescentar à formação dos netos . Mas os avós insistem, porque acham que vale a pena ensinar aos netos coisas como  certo e errado, falso e verdadeiro e que ter liberdade é muita responsabilidade. Rosely acrescenta que antes, os avós mimavam os netos, mas que agora não podem mais fazer isso, pois são os pais é que mimam, satisfazendo todas as vontades dos filhos. Daí, muitos avós da atualidade conseguiram inovar o sentido da palavra "mimar". Para esses velhos, mimar passou a ser dedicar tempo aos netos e ter paciência com eles (penso que estou nesse grupo). A isso, eu acrescentaria que mimar também é aprender com os netos e se divertir com eles.
       Como num dia desses, quando realizei o sonho da Maíra, minha netinha de quatro anos. O sonho dela era passear de ônibus. Assim, decidi levá-la ao Campus Umuarama, onde eu trabalhava, e fomos para a praça Tubal Vilela. Depois de esperarmos 20 min, ela entrou no ônibus animadíssima, conversando com os passageiros e de olho na janela. Ficou preocupada com uma moça de pé ao lado de um assento vazio e falou várias vezes: "-Moça, senta aí", mas a moça não sentou. Quando chegamos ao campus, uma amiga minha, professora de répteis, levou a Maíra para conhecer o serpentário e deixou que ela passasse a mão em uma cobra inofensiva. Ela ficou fascinada. Na volta, pegamos o ônibus no ponto mais perto. Assim que a porta abriu e a Maíra subiu os degraus, parou no meio do corredor, antes da roleta, colocou as mãos em volta da boca e gritou a plenos pulmões, com seu vozeirão característico:"-Geeeente! Geeeente! Eu passei a mão na cobra!". Alguns passageiros riram, outros devem ter pensado que ela estava mentindo, outros  continuaram dormindo. Eu, meio sem jeito, tentei explicar alguma coisa. Mas logo o ônibus deu um safanão e consegui segurar a Maíra pela gola da blusa. Na sequência, no afã de pegar rápido um lugar com janela, ela entalou debaixo da roleta, tentando passar por baixo. Pegamos o ônibus errado e tivemos que parar no terminal para pegar outro, que estava lotado. Consegui um assento e a coloquei no colo, mas ela ficou indignada porque tinha uma moça sentada ao lado, na janela, e a Maíra tinha certeza que o lugar deveria ser para ela. No dia seguinte, fomos ao bairro Guarani, na casa da minha ajudante, e para ela foi outra aventura. Voltou de cabelo lavado e escovado e de unhas pintadas. Minha ajudante tem um salão de beleza e a Maíra usufruiu de tudo. Entrou linda no ônibus, sentamos nos assentos da frente e ela contou toda a sua curta vidinha de quatro anos para o motorista, sempre com um olho nele e outro na janela. Não falou da cobra, mas ao descer falou bem alto: "-Brigaaaaado, motorista"!
       Acho as crianças incríveis e por isso ainda pretendo mimar muito meus onze netos. Como escreveu Adélia Prado: "Meu Deus, me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande..." Ou como no texto de Rubem Alves: "são as crianças que veem as coisas -porque elas as veem sempre pela primeira vez com espanto, com assombro de que elas sejam do jeito como são. Os adultos, de tanto vê-las, já não as veem mais. As coisas -as mais maravilhosas- ficam banais. Ser adulto é ser cego."

        Penso que a Maíra viu muita coisa pela janela do ônibus que eu não vi...

terça-feira, 2 de junho de 2015

Frases interessantes



            Gosto de frases criativas e bem humoradas, tanto das escritas por pessoas famosas quanto das escritas por vestibulandos na hora do desespero. E também gosto de provérbios divertidos e de frases de para-choques de caminhões. Acho-as geniais, lógicas, filosóficas e cheias de humor.
            Algumas são tão erradas que se tornam interessantes.Como as frases que circulam na internet como sendo de correção de vestibular: "as glândulas salivares só trabalham quando temos vontade de cuspir"; "antes de ser criada a justiça, todo mundo era injusto";"todo farmacêutico é um médico fracassado"; "quando um animal não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado"; "o maior matrimônio do país é a educação"; "o nervo óptico transmite ideias luminosas ao cérebro"; "o sol nos dá luz, calor e turistas"; "as constelações servem para esclarecer a noite";  "oceano é onde nasce o sol: onde ele nasce é o nascente e onde desce é o decente". E por ai vai...
            Já entre as frases anônimas e sábias, existem estas: "diga-me com que andas que eu te direi se vou contigo"; "na vida tudo é relativo: um fio de cabelo na cabeça é pouco; na sopa é muito"; "eu cavo, tu cavas, ele cava: não é bonito, mas é profundo"; "eu bebo pouco, mas esse pouco me transforma em outro homem, e esse outro homem bebe pra caramba!"; "por maior que seja o buraco em que você se encontra, pense que, por enquanto, ainda não há terra em cima". E aquela escrita em um motel no Rio:"antes à tarde do que nunca".
            Quanto aos provérbios engraçados, temos, entre outros: "meia verdade é uma mentira inteira" ; "não se deve emprestar nem livros nem mulheres: nunca devolvem os livros; as mulheres, sempre"; "há males que vêm para pior";"errar é humano; colocar a culpa em alguém, então, nem se fala"; "às vezes é melhor ficar quieto e deixar que pensem que você é um idiota do que abrir a boca e confirmar a suspeita".
            Existem também as frases de certas pessoas, como: "a seleção brasileira é uma seleção sem vícios: não fuma, não bebe e não joga" (José Simão); "quem disse que ganhar ou perder não importa, provavelmente perdeu" (Martina Navratilova); "bom de briga é aquele que cai fora" (Adoniran Barbosa);"os homens mentiriam muito menos se as mulheres fizessem menos perguntas"(Max Nunes); "a Academia Brasileira de Letras se compõe de 39 membros e um morto rotativo"(Millôr Fernandes); "nunca confie em uma mulher que diz sua verdadeira idade, pois se ela diz isso, é capaz de dizer qualquer coisa"(Oscar Wilde).
            Mas bom mesmo são as frases nos para-choques dos caminhões. Simples e diretas. Exemplos: "feliz foi Adão que não teve sogra nem caminhão"; "nas curvas do seu corpo capotei meu coração"; "cabelo ruim é igual bandido: ou tá preso ou tá armado"; "a fé remove montanhas, mas prefiro dinamite"; "amor sem beijo é como macarrão sem queijo"; "aqui é como o World Trade Center: só entra avião"; "coceira de rico é alergia; de pobre é sarna"; "eu sou imortal, pois não tenho onde cair morto"; "marido de mulher feia sempre acorda assustado"; "rico tem veia poética, pobre tem varizes". Quanta criatividade...
             Depois de tantas frases divertidas, é melhor encerrar com duas lindas: "as mães não envelhecem: elas entardecem, viram nuvens e se transformam no pôr do sol" e "filhos não são pedaços de nós; são pedaços de Deus que estavam em nós". Enfim, é bom saber que existem pessoas de bom humor que criam frases que alegram nossa vida.