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terça-feira, 11 de setembro de 2018

Sete de setembro

Foto no dia do desfile

    
            Neste último sete de setembro, Dia da Independência do Brasil, assisti ao desfile na Avenida Floriano Peixoto. Os tanques de guerra, os jipes, os  militares marchando em compasso, a bandeira do Brasil, o Hino da Bandeira.  O Corpo de Bombeiros, com uma bonita ala de mulheres e crianças dentro do caminhão vermelho brilhante acenando para a plateia. Militares com uniforme de camuflagem, segurando cães policiais e rottweiler enormes, fizeram a alegria da criançada que estava na beira da calçada agitando bandeirinhas do Brasil. Eles depois pararam na praça para tirar fotos, inclusive comigo e com o neto de dois anos, que ficou aterrorizado com a bocarra do rottweiler A Infantaria Motorizada, carros e motos da polícia com sirenes ligadas. Os escoteiros. Pessoas da terceira idade desfilando com bolas enormes. Acrobacias com bicicletas. Desfile de fuscas antigos e bem conservadinhos. Cavaleiros com camisas iguais e coloridas, desfilando com pangarés franzinos e com marchadores de passos dançantes. O colégio militar. Várias entidades, algumas bem diferentes, como a Associação Brasil Soka Gakkai Internacional e a Cultura Racional do Brasil para o Mundo. Escolas municipais e estaduais, com bandeiras, tambores, faixas, dançarinas, acrobatas e crianças bem comportadas parecendo orgulhosas de estarem desfilando. Gostei principalmente de uma, que homenageou os coletores e varredores de rua, e  confeccionou tudo o que foi utilizado no desfile reciclando material, como os tambores de plástico azul e a saia de jornal da bailarina.
        Fico empolgada com o desfile das escolas, pois no planejamento do desfile estão os professores, tentando ensinar aos alunos a respeitar o planeta Terra,  a saber quais deveres temos como brasileiros, que país é esse e o que é amar a terra onde nascemos. Ainda mais nestes tempos em que falta ao povo brasileiro um pouco mais de paixão pela Pátria. Ainda mais neste Dia da Independência quando o Brasil todo estava traumatizado com o atentado a faca sofrido pelo candidato á presidência do Brasil, ocorrido na véspera.
Apreciando o desfile, pensei no distante sete de setembro de 1822, quando D. Pedro I mostrou que se preocupava com o Brasil. Impulsionado por suas ideias liberais, gritou  às margens do riacho Ipiranga a frase que passou para a história: “Independência ou morte!” Revoltado, resolveu romper definitivamente com a autoridade do pai, D. João VI (um caso de filho revoltado com o pai e que deu certo) e proclamou o fim dos laços coloniais do Brasil com Portugal. A cena está registrada em um famoso quadro de Pedro Américo, com D. Pedro majestoso, em cima de um cavalo fogoso, cabelos penteados, espada em riste, uniforme elegante e impecável, cercado por inúmeros cavaleiros também garbosos e bem vestidos.            Pessoalmente, acho que a cena não foi tão espetacular assim, deveriam estar todos cansados, empoeirados e descabelados (viajavam de Santos para São Paulo, a cavalo e em estradas de terra). Como escreveu Leandro Narloch em seu livro “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”, para fabricar um espírito nacional é normal que se jogue um brilho a mais em certos episódios. Acrescentou que um bom jeito de amadurecer, ao interpretar a nossa história, é admitir que alguns heróis da nação eram simplesmente pessoas do seu tempo.
Enfim, mesmo se estivesse suado e cansado, devemos a D. Pedro a independência do Brasil do jugo português. Falta agora ficarmos independentes do jugo do extremismo, da radicalização, da intolerância e da corrupção, que tanto mal fazem ao nosso país.