Noiva entrando na igreja |
Noivos na festa |
Em maio passei pelas experiências de “mãe de noivo”. Parece mais fácil do que ser “mãe de noiva”, mas nem tanto. Começou com a lista de convidados, com aquele receio de ficar alguém de fora e esse alguém nunca perdoar. Depois, a escolha dos ternos para o noivo, que nunca tinha tempo (ele é médico), para o pai, que tem a barriga grande, para o filho adolescente, que detesta terno e para os nove pequeninos que seriam os pagens. A seguir, os preparativos para receber os convidados de outras cidades. No final, 24 pessoas dormindo e comendo em casa, cerca de 30 no hotel e uma confusão generalizada.
No sábado do casamento, almoço em casa para 50 pessoas (strogonoff, batata palha e arroz). Abandonei a balbúrdia e fui para o salão tentar me embelezar. Depois da maquiagem, pensei que eu não era eu (uma amiga, quando me viu na igreja, perguntou se eu tinha feito plástica).
O casamento aconteceu às 19h na Capela N. S. das Dores. Uma hora antes, um pandemônio aqui em casa, até todos se aprontarem. A idade dos participantes variava de 20 dias (a netinha Yara) a quase 70 anos. Os netinhos bravos, se enroscando nos terninhos com colete e gravata (o Yuri, que mora na praia, sentiu-se tão pesado com o paletó que caiu prá frente, de boca no chão). Para complicar mais, o fecho do vestido da norinha estragou. Desespero geral. Tentou-se de tudo e nada. A filha então arrancou do corpo o seu vestido azul turquesa drapeado e emprestou para a norinha. Saímos atrasados, eu com meu vestido cor de uva de uma alça só.
Na tradicional cerimônia, momentos marcantes. Ao som do violino, entraram os pajens Pedro e Marina, levando a bíblia e o terço. O noivo, Paulo Márcio, e eu entramos sorrindo, ao compasso da música “Tudo o que se quer”. A seguir, a mãe da noiva com o Zé, meu marido, num imponente meio-fraque (prá todo mundo que o elogiava, ele contava: “é tudo alugado”). Entraram os elegantes padrinhos e o último par, meu irmão e esposa, chegaram atrasados porque ela estava tentando costurar o bendito fecho. Em seguida, entrariam os gêmeos idênticos, de três anos, com as daminhas, ao som de “Aquarela”. Mas eles abandonaram as daminhas e entraram de mãos dadas.
No auge da cerimônia, as portas da igreja foram fechadas. Quando abriram, o coral cantou “Hasta mi final” e entrou a noiva, Camila, deslumbrante, com um longo véu e de mãos dadas com a mãe, que estava em lágrimas num majestoso vestido dourado.
Na benção das alianças, os pajens “empacaram” e não entraram. Somente o Lucas chegou ao altar, com as alianças no cestinho e um sorriso produzido. O celebrante fez um sermão eloquente, ressaltando o amor e a fé. Nas preces da comunidade, vários amigos falaram ao microfone. A noiva jurou amor eterno e o noivo agradeceu a ela por aquele momento. Assinaram o livro ao som da música “Como é grande o meu amor por você”. Tudo muito lindo.
Depois, a festa. Mesa de frios e bombons (que desapareceram como por encanto),jantar, torta holandesa e merengue de morango. Música animada e muita gente dançando. Entrou uma escola de samba, com mulatas rebolando e alguns homens se assanharam (teve marido se desculpando com a esposa usando as rosas vermelhas da decoração). Por último, um grupo de pagode. A noiva subiu ao palco e soltou a voz. O noivo, já bem descontraído, fez várias vezes o mesmo discurso, agradecendo a presença das pessoas “que vieram de tantos lugares e sei lá de onde”. Alegria e descontração geral.
Enfim, estão casados. Que sejam felizes para sempre.
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