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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Adeus Rio 16




         Acabou tudo. Foram duas semanas de assombros, de surpresas e de encantamento, com a torcida brasileira dando show com sua alegria. A Rio-16 passou no teste. Mas lá se foi o colorido e a alegria que os 350 mil turistas estrangeiros deram ao Rio, o desfile de diferentes sotaques, a garra e o exemplo dos 11.544 atletas de 205 países que  deram o melhor de si em busca do ouro, as transmissões ao vivo pela TV de 45  modalidades esportivas (algumas tão desconhecidas pra mim como arremesso de martelo). Ficou este sentimento de ressaca, como se a gente  estivesse vendo a partida de um grande amor.
        Apesar da ironia pessimista do José Simão, cronista da Folha, ao  escrever que o Brasil já tinha três medalhas de ouro garantidas- assalto triplo com AK-47, corrida de 1.500 m com bolsa de gringo e revezamento de celular roubado- as olimpíadas cumpriram seu papel de espetáculo multinacional e multicultural. Ocorreram problemas sim, e o custo foi altíssimo, 40 bilhões de reais!! Mas foi emocionante e aconteceu de tudo. Por exemplo, nunca tanta gente chorou em disputas esportivas na TV. O Neymar chorou muito, ajoelhado na grama, quando a seleção conquistou o ouro. O Serginho chorou demais, ficou com olhos inchados, foi campeão de vôlei e de choro.  A Marta chorou, deitada na grama, depois da derrota contra a Suécia; a boxeadora Yin Junhua chorou ao receber a medalha de prata, luta boxe mas é bem feminina. Outros sorriram sempre, como Simone Biles, que encantou a plateia ao dançar ao som de "Mas que nada". E o Guga, sem dúvida a grande atração da Globo, riu o tempo todo. Foi contratado para comentar o tênis, mas comentava tudo. Já o  Isaquias, o fenômeno baiano que ganhou três medalhas na canoagem, era bem falante e foi apelidado de Sem Rim pelos colegas (já  perdeu um rim). O José Simão gostou do desempenho dele, escreveu que se o Brasil afundar, o Isaquias salva (também escreveu que o Moro contratou o Bolt pra pegar o Lula e que o Frankstemer não foi no encerramento por medo de vaias).
         Quanto ao aspecto físico, havia atletas de todo tipo ( mas todos com barriga tanquinho). Os gigantes do vôlei, como o russo Dmitriy  com 2,18m e a chinesa  Ting Zhu, com 1,95m. Os magrelos, como o queniano Eliud Kipchoge, com 1,67m e 57kg, vencedor da maratona e que ficou milionário com os prêmios que já recebeu. Os gordinhos e simpáticos, como a goleira angolana de 98 kg e o judoca Rafael Silva, com 170 kg. Os bonitos, como Darya Klishina, do atletismo russo, eleita "a mais gata" e Thiago Braz, ouro no salto com vara, "o mais gato".
       Havia também atletas excepcionais, como  Phelps e Bolt. Como escreveram, "pelos números e pela longevidade, Phelps é o maior atleta olímpico de todos os tempos. Maior do que Bolt. Mas Bolt é muito mais legal". Também surgiram  heróis brasileiros improváveis, como Maicon Siqueira, que trabalhava como pedreiro e ganhou medalha no taekwondo e Rafaela Silva, favelada da Cidade de Deus e ouro no judô.
            Na linda cerimônia de encerramento, crianças cantaram o Hino Nacional ao som de tambores, mulheres rendeiras dançaram, o Pão de Açúcar foi representado no gramado, o primeiro ministro do Japão  "brotou" do chão vestido de Super Mário, a pira olímpica foi apagada, atletas dançaram com as escolas de samba.  Um show de arte, luzes, tecnologia e magia. E as luzes se apagaram.
            Parabéns, Rio, você merece a medalha de ouro!Parabéns, Brasil!