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sábado, 27 de março de 2021

Fazendo o bem



                Folheando uma revista chamada "Todos", distribuida por drogarias  para auxiliar  ONGs diversas, lí vários exemplos de pessoas realizando atos de bondade pelo Brasil afora. Por exemplo, a Cristina Harumi, veterinária em Jundiaí, passou um mês no Pantanal socorrendo os animais vítimas das recentes queimadas. A Ivanilde Bandeira, historiadora e indigenista de Porto Velho, enfrenta criminosos ambientais e já morou mais de 20 anos em uma aldeia na Floresta Amazônica. O Diego de Melo, vendedor de frutas em Colombo, PR, mora em uma casa onde, nos fundos, corre o rio Atuba. Impressionado com o volume de lixo que desce pelo rio todos os dias, construiu uma barreira flutuante com 25 galões de 50 litros e já retirou mais de seis toneladas de lixo do rio. A Maria de Fátima Santos, jardineira de Arapiraca, AL, criou um parque ecológico, onde recebe estudantes e público diverso para atividades de Educação Ambiental.  Já o Nereu Rios, de Campo Grande, criou um viveiro de mudas e  planta  as árvores em ruas, praças e margens dos rios.

                Outro exemplo é o que li na última edição da revista "Veja",  o caso do Eduardo Kobra. Ele é paulista e o mais famoso muralista brasileiro. Terminou agora de pintar uma obra de 22 m de altura e 300 m quadrados, no paredão de uma escola pública de Sorocaba, para celebrar a importância da educação. É a imagem de um menino subindo uma escada para apanhar um livro na estante. A subida simboliza o esforço pelo conhecimento e a vitória de cada degrau superado. Mas a obra gigantesca simboliza também a superação do próprio autor, que passou por vários problemas pessoais em 2020: a perda da filha recém nascida,  depressão e agravamento do seu quadro de intoxicação por tintas. Foi parar no hospital quatro vezes.  Sem poder ir para a rua , está criando os painéis no estúdio e  leiloando. Com o dinheiro que arrecada, está auxiliando os moradores de rua, os refugiados e as usinas de oxigênio em Manaus. Ainda fará doações de suas obras ao Instituto Butantan e à Fiocruz, em homenagem às campanhas de vacinação. Uma pessoa tão franzina fazendo tão grandes gestos de amor.

                Exemplos como esses, de bondade e  doação, existem por todo lado e de todo o tipo. Podem ser gestos simples, como palavras de consolo, ouvir o desabafo de alguém, contar uma piada para uma pessoa que está triste. Outros que exigem um pouco mais de esforço, como bordar enxovais para bebês necessitados, confeccionar e doar máscaras contra a Covid, fazer e entregar cestas básicas, cuidar de animais abandonados , auxiliar em creches e asilos, dar aulas de recuperação para crianças carentes, abrigar moradores de rua. Ou contribuir com doações para igrejas, Ongs, hospitais, associações, membros da família. Pessoas por toda parte doando seu trabalho,  sua arte,  seu dom, seu tempo, seu coração, seu apoio, sua compaixão, seu amor. Como isso é bonito. E em tempos de pandemia, médicos e enfermeiros, na linha de frente no combate ao coronavírus, têem doado mais que isso, têem doado suas vidas. 

                Todos estes exemplos de amor  nos fazem lembrar da  Madre Tereza de Calcutá, que também pequenina e frágil como o Eduardo Kobra, passou a vida servindo aos mais pobres dos pobres, ficando conhecida como a Santa das Sarjetas. Recebeu o Nobel da Paz em 1979 e conseguiu fundar uma congregação hoje presente em 139 países. É dela esta frase: " por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no oceano. Mas o oceano ficaria menor se lhe faltasse essa gota".

                Então, façamos o bem, mesmo que seja uma gota no oceano.  Existem milhares de oportunidades para isso. A enfermeira Roziele Oliveira, outro exemplo, encontrou uma forma mais profunda de cuidar das pessoas: escreve poesias para os seus pacientes da Santa Casa, em São Carlos, SP. Disse que ninguém espera ganhar uma poesia feita especificamente para ele, e quando lê e entrega para os pacientes, é algo sublime.  Eu mesma, no momento, ando escrevendo o meu quinto livro de crônicas para editar uns 500 exemplares e dar de presente. Como geralmente as crônicas são leves e divertidas, se despertarem nos leitores ao menos uma boa risada, já terá valido a pena.