A cada dois dias tentarei colocar um texto novo, para manter o interesse dos meus leitores e também algumas fotos para exemplificar alguns textos. Obrigada pelo apoio.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Conpozissão imfãtil

O uruguaio Suárez mordendo o jogador italiano
Torcida no campo e a bandeira do Brasil
           Li várias matérias sobre a Copa do Mundo e a que mais gostei foi a escrita por Roberto Pompeu de Toledo, publicada na Veja, em 09/07/2014. Com o sugestivo título acima, o autor escreveu conforme a visão de uma criança. Não resisti à tentação de fazer uma adaptação do texto, como se segue.
            "O mundo é dividido em nações, que é o nome que tem os países como o Brasil, o Japão. Quase nunca a gente percebe que o mundo é dividido em nações porque aqui no Brasil só tem brasileiro  e a gente fica pensando que o mundo é como o Brasil, mas em copas do mundo a gente percebe. Cada nação insiste em falar em uma língua diferente. Não sei porque todo mundo não fala português, que é tão fácil que até criança pequena fala, sem precisar estudar. Na Suíça e na Bélgica eles falam muitas línguas, além do suíço e do bélgico. Na hora do hino cada jogador canta numa língua e ninguém entende. Também no jogo , cada um fala com o outro numa língua e isso é uma maneira de confundir o outro time, que não sabe o que eles estão combinando.
            Cada nação tem uma camisa diferente. A melhor é a de um país chamado Croácia, onde vivem os croatas, que são pessoas que gostam muito de jogar xadrez, por isso a camisa deles é como um tabuleiro de xadrez, com quadradinhos branco e vermelho. A camisa da França é azul e os jogadores são chamados de "azuis", mas na verdade só a camisa é azul, eles são brancos ou pretos, como todo mundo.
            As nações possuem bandeiras e hinos. Acho a bandeira do Brasil a mais bonita de todas, fora algumas, e muito bem feita para o futebol: tem o verde dos gramados, o amarelo da taça que o campeão vai ganhar e a bola. No meio tem uma faixa que quando o Brasil é campeão fica escrito "campeão" , e quando não é fica escrito uma bobagem qualquer. Outras bandeiras são interessantes, principalmente para nós, meninas, como as que têm estrelinhas e outros desenhos. A mais engraçada é a da Argentina, que tem um solzinho com olho, nariz e boca. É uma bandeira amiga das crianças. Meu pai não gosta que eu torça para a Argentina, mas eu torço, por causa do solzinho, e não falo para ele.
            Antes do jogo tem os hinos e a televisão vai traduzindo. Aí eu tenho medo. O da França diz para os filhos formarem uns batalhões e atacarem os inimigos. Deve ser terrível viver na França. Lá tem inimigos que querem estrangular as crianças e os franceses cantam essas coisas como se não fosse nada demais. Os ingleses também têm inimigos terríveis, cheios de truques maldosos, diz o hino deles, e eles juram que vão esmagar os inimigos. Nos Estados Unidos o hino explica que tem bombas e foguetes voando. Como os jogadores podem ser bonzinhos, depois de cantar essas coisa? Tem um que mordeu um outro. Acho que foi pouco, coisas muito piores podiam acontecer.
            Podia acontecer de morrerem, por exemplo. O hino da Itália pede para que todos estejam prontos para morrer, porque a Itália chamou. Como é que se pode chamar os outros para morrer? O do Uruguai pede para escolher a pátria ou o túmulo. O nosso, do Brasil,  que eu prefiro, não dá para entender as palavras e por isso não ameaça ninguém. Mesmo assim tem um pedaço que diz que a gente não teme a própria morte. A Fifa não devia deixar eles cantarem essas coisas. É um risco no fim do jogo o campo ficar cheio de mortos. Mas nossos jogadores cantaram sempre, todos, e choraram muito. Quem chorou mais, eu acho, foi o Thiago Silva. Aqui em casa até o meu pai chorou. Eu não. Tenho mais o que fazer."