A cada dois dias tentarei colocar um texto novo, para manter o interesse dos meus leitores e também algumas fotos para exemplificar alguns textos. Obrigada pelo apoio.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Experiências nos States

Aniversário do netinho no parque, em Sacramento, California
              
Depois que minha filha se formou em Odontologia na UFU, decidiu cursar o Mestrado em Ortodontia na Universidade de Michigan, em Ann Arbor. Trabalhava e estudava. Foi babá de um bebê prematuro com tanto carinho, que a família a convidou para madrinha da criança. Também foi garçonete em um restaurante. Com sacrifícios e determinação, terminou o curso com louvor e fez inúmeras provas para obter a licença de trabalho como ortodontista. Hoje trabalha no que gosta, casou-se com um americano e tem um filhinho.
Assim, o Zé (meu marido), o filho adolescente e eu fomos visitá-los em Sacramento, na California. É sempre um aprendizado, misturado com apuros e aventuras. Entre outros, observei que as palavras que os americanos mais falam são “please”, “excuse-me”, “I’m sorry”. Na rua, cumprimentam educadamente. À tarde, saem para caminhar com os cães, presos em coleiras. Cada cão tem um “chip” implantado na pele do pescoço e um número de licença, chiquérrimo. Ninguém perde tempo passando roupa, saem amassadinhos mesmo. Os carros param nas esquinas para os transeuntes passarem (ah, se fosse aqui!). Para andar de trem, compra-se um “ticket” em uma “machine” e geralmente ninguém olha se você tem a passagem ou não (ah, se fosse aqui!). Nas piscinas públicas, há bolas e brinquedos variados para as crianças brincarem e ninguém carrega nada (ah, se fosse aqui!). As descargas dos vasos sanitários funcionam sozinhas. Nas lojas tem de tudo, como um aparelhinho que decifra o DNA do seu cãozinho e traça o tipo de personalidade dele. Nos caminhões de lixo, só tem o motorista, que maneja um guindaste tipo pinça, pega o latão de lixo (são todos padronizados, mesma cor e tamanho) e sacode dentro da caçamba (nada disso de garis correndo atrás do caminhão). Nas “freeways” (rodovias interestaduais), o asfalto é um tapete e existem seis pistas de cada lado, um show. Carros de todas cores e marcas, carrões luxuosos, carrinhos incrementados, caminhões incríveis.
Os parques municipais são lindos, gigantes, bem cuidados, com campos de golfe, quadras, lagos e cisnes. No bairro onde minha filha mora, toda casa tem uma árvore imensa na frente, bem maior que a casa. Coisa linda de se ver, sentir e viver (os vizinhos não brigam entre si por causa das folhas).
Além disso, as aventuras e os sufocos. Andando de carro, nos perdemos inúmeras vezes, mesmo com o mapinha com as “directions” (usar GPS era demais para nós). Nos restaurantes, o drama para pedir o prato certo, com tantos nomes e variações. No restaurante chinês, quando o Zé recebeu o biscoitinho da sorte, comeu tudo, com o papel enroladinho dentro (jamais vai saber o que a sorte lhe desejava). No aeroporto, o detector de metais que não parava de apitar quando o Zé foi revistado, um escândalo. O causador da confusão foi o envelope de um comprimido de Melhoral, perdido no bolso da calça. Coroando tudo, o aniversário do netinho, um piquenique no parque, com os avós sentindo que os netos são a recompensa de Deus por termos chegado à velhice. Ou então, que são a sobremesa da vida.
No retorno, um sentimento gostoso de chegar ao Brasil, a pátria amada com defeitos e qualidades. Mas a gente tem um choque quando chega em Uberlândia e encontra ruas inteiras praticamente sem árvores. Saudade do verde, da sombra, da beleza das árvores. E saudade dói.

Nenhum comentário:

Postar um comentário