A cada dois dias tentarei colocar um texto novo, para manter o interesse dos meus leitores e também algumas fotos para exemplificar alguns textos. Obrigada pelo apoio.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Índios brasileiros


Recentemente, foi divulgado na TV um possível caso de canibalismo, praticado por índios de uma tribo do Amazonas. Filmaram a aldeia e mostraram costumes dos índios. Interessei-me pelo assunto e comecei a olhar algumas fotos incríveis que tenho, de índios de aldeias no interior do Amazonas, perto da Bolívia. Foram tiradas por minha filha, quando ela lá esteve durante um mês, com uma equipe da Funai, participando como assistente de dentista. De São Gabriel da Cachoeira, partiram em um barco e chegaram no interior da selva. Dormiam em redes e comiam o que levaram. Depois, ela entrou em uma canoinha com a dentista, dois ajudantes indígenas e embrenharam-se no meio dos igarapés. Andaram dentro da selva, à noite, cortando galhos com facão (coisas do seriado “Lost”) até alcançar uma aldeia de etnia hupda.
Os indígenas que moram nessa aldeia têm pouco contato com os brancos, não falam português, usam poucas roupas e não comem açucar. Vivem em palhoças com parede de barro e existe uma maior, comunitária, onde se juntam para comer bijú e peixe. A alimentação é baseada na mandioca. As mulheres trabalham duro, mesmo as grávidas e as idosas. Cuidam da lavoura, plantam, colhem, capinam, carregam coisas, descascam mandioca, fazem farinha. Os homens pescam, fazem redes e canoas. Quando o peixe é abundante, ele é defumado e se transforma em peixe “muqueado”. Em datas festivas, cada família faz a sua bebida alcóolica, em panela própria, de mandioca fermentada, chamada caxiri. Trocam a bebida entre eles, para ver qual está melhor e bebem na cabaça (é um rito social). Ficam bêbados, dançam, pulam e cantam, uma loucura e uma bebedeira geral.
            Os idosos, quando não podem mais contribuir com as atividades da aldeia, são deixados para morrer. Não são tratados e ninguém tenta curá-los. Por sua vez, eles entendem que já cumpriram seu papel e aceitam com naturalidade. Minha filha viu uma velhinha que passava o tempo todo numa rede, numa palhoça afastada, e só recebia uma sopa ralinha uma vez por dia e pronto (ficou chocada).
            O tratamento dentário é precário, consistindo na extração de dentes e em demontrações coletivas de técnicas de escovação. Olhei fotos interessantes de todos os indígenas escovando os dentes, mas sem pasta dental (ganham as escovas do projeto). Aprendem também a limpar os dentes com um fio vegetal.
            As crianças indígenas são fascinantes, dóceis e independentes. Nas fotos, crianças maiores cuidando das menores. Um grupo de meninos e meninas peladinhos , nadando no rio. Correndo na água. Pulando das árvores e mergulhando no rio. Remando sozinhas na canoa. Sentadas na grama. Mamando no peito. Dando birra e rolando no chão. Rostinhos bonitos, parecendo bolivianas. Muitas barrigudinhas, provavelmente cheias de vermes intestinais. Mas o fato incrível e maravilhoso é que as crianças indígenas não apanham de seus pais. Nas aldeias, elas não são castigadas e ninguém bate nas crianças (esse exemplo deveria ser seguido pelos homens “civilizados”).
Ainda sobre costumes em tribos, em certa tribo da África, cada criança que nasce tem uma canção. Cantam a canção para ela em várias ocasiões importantes. Recordam a beleza da pessoa quando ela se sente feia, sua totalidade quando se sente quebrada, sua inocência quando se sente culpada e seu propósito quando está confusa. Gostaria de ter uma canção assim.

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