tag:blogger.com,1999:blog-39452832277670722072024-03-05T21:31:14.742-08:00Crônicas ao acasoA finalidade do meu blog é divulgar as crônicas que escrevo para o Jornal Correio de Uberlândia, sobre assuntos diversos, principalmente casos da família, para que alcancem um público maior. É uma forma de compartilhar com os leitores um pouco da minha vida e de levar um pouco de alegria, pois os textos são leves e divertidos.Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.comBlogger194125tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-5867233800741937182024-02-24T05:29:00.000-08:002024-02-24T05:29:09.669-08:00O ano 2100 <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsn3Mh8RZaHkUzcXumRh5X3EBEFIcnwaac1-z2as5TPF8wtfHW8hzAxfqwkNY3NjEmwkL1JFBpkF3Ob9l8hwPehsFR3lC2L-K6MbODtU7uOsCNf2nOAXuf05HrTzsoI1aGa5rd71KHBB45Su9rd9q1KV5tS4DdEaOpdSBH9zuGX1_CM-IoAi_ha_sU7YIp/s1600/ano%202100.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsn3Mh8RZaHkUzcXumRh5X3EBEFIcnwaac1-z2as5TPF8wtfHW8hzAxfqwkNY3NjEmwkL1JFBpkF3Ob9l8hwPehsFR3lC2L-K6MbODtU7uOsCNf2nOAXuf05HrTzsoI1aGa5rd71KHBB45Su9rd9q1KV5tS4DdEaOpdSBH9zuGX1_CM-IoAi_ha_sU7YIp/s320/ano%202100.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWxcaTmS-F82niWQ6QR-g4mZMv8v_8GBsh6nmSh9jqMbITgjUDJ8N530PXcLvE3Fv4QOXHoKy55hscvhD_A0jdXMpwmDBBhZB69AgqdXkOXhjqtYHNG_eOUm5ZmDYYbMALV0QH-TnG4-VTAwdaT82q8gEITJiadJnOw6lV0JTwu4FwYBWlEz2_ioC_c4VJ/s1600/ano%202100%20-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWxcaTmS-F82niWQ6QR-g4mZMv8v_8GBsh6nmSh9jqMbITgjUDJ8N530PXcLvE3Fv4QOXHoKy55hscvhD_A0jdXMpwmDBBhZB69AgqdXkOXhjqtYHNG_eOUm5ZmDYYbMALV0QH-TnG4-VTAwdaT82q8gEITJiadJnOw6lV0JTwu4FwYBWlEz2_ioC_c4VJ/s320/ano%202100%20-2.jpg" width="240" /></a></div><br /> <b> </b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> <span style="font-family: arial;">Fiquei
pensativa ao ler algumas
reportagens do jornal Folha de São
Paulo, enfocando aquecimento global, avanços da Ciência, corrida à lua,
inteligência artificial...Daí, fiquei pensando que tipo de mundo teremos no ano
2.100.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Por
exemplo, o físico Alexandre Araújo, doutor em Ciências Atmosféricas pela
Universidade do Colorado, escreveu um extenso artigo sobre o aquecimento global
e as ondas de calor que aconteceram no final de 2023. Tem um trecho assim: -"Você
pode imaginar que num mundo 4 °C mais quente, vários pontos do Brasil chegariam
a 50 <span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">°</span>C.
Nenhum dos nossos biomas resiste a isso. Nem a caatinga. Olha, está feio. É
duro, porque a gente avisou tanto. Faz 20 anos que não faço outra coisa". Outro
artigo, intitulado "Vêm aí os furacões força 6", de Marcelo Leite,
jornalista de ciência e ambiente, alerta que os superfuracões serão cada vez
mais frequentes e devastadores, pois a força deles está diretamente relacionada
com a temperatura na superfície do mar, o seu combustível. E Hélio Schwartsman, cronista , comentando a
obra "The Earth Transformed",
descreve o fenômeno " El Niño" e como o clima sempre foi personagem central da
história humana. Afirma que dinâmicas ecológicas já extinguiram vários grupos e
civilizações. Só sobraram os que souberam adaptar-se... E teremos muito trabalho nas próximas décadas. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Já
o artigo "Saúde muda projeção e diz que país pode ter 4,2 milhões de casos
da doença" , alerta que podemos ter
quase três vezes mais casos de dengue em 2024 do que em 2023. As altas
temperaturas têm contribuído para a proliferação do mosquito e também as chuvas
torrenciais que causam alagamentos (é importante lembrar que uma única tampinha
de refrigerante com água é um ótimo criadouro para a fêmea).</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Além
de textos, há imagens impressionantes
nesse jornal. Uma do rio Solimões, seco e com enormes bancos de areia devido à
seca histórica que aconteceu no Amazonas no final de 2023, é de cortar o
coração. Na legenda, explica-se que a crise hídrica é fruto do descaso com a
natureza e o planeta. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Com
tudo isso acontecendo, tem gente que não
quer ter filhos . Michael Kepp, jornalista ambiental norte-americano radicado
no Brasil, escreveu "Procriar num planeta a caminho do colapso?" Explica
que um bebê nascido hoje, quando já tiver envelhecido, em 2100, estará em um
mundo onde o derretimento do gelo polar e glacial terá causado a subida do
nível dos oceanos, que inundarão cidades costeiras; e o aquecimento global terá
transformado grande parte do mundo em deserto, reduzindo o abastecimento de
alimentos e água, conforme alertam os cientistas do clima. Ou seja, os que
nascerem hoje poderão sofrer muito. Ele, o Michael , afirma que não quer ter
filhos, a criança poderia perguntar:-"Pai, já que não pedi pra nascer e
você sabia que este mundo se tornaria cada vez mais inabitável, por que me
colocou neste planeta infernal?" </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Concordo
que teremos que nos adaptar e que teremos muito trabalho pela frente. Como
disse Charles Darwin, "não é o mais forte que sobrevive, nem o mais
inteligente, mas sim o que melhor se adapta". Para isso, trabalhos de
conscientização serão fundamentais, desde atitudes individuais como apagar as
luzes e tomar banhos menos demorados, até políticas globais para salvar o planeta. E ao lado disso, o progresso
da Ciência será imprescindível . Como no
artigo "Indonésia tem desafio de
cortar carvão." O país, um dos mais populosos do mundo, é o terceiro maior produtor mundial de carvão
e abriga uma das maiores florestas tropicais do planeta. Os três candidatos à
presidência na próxima eleição mencionam explicitamente a necessidade de
eliminação progressiva do carvão, para preservar as florestas. Precisam da
Ciência para saber como fazer a transição energética e ao mesmo tempo salvar a
floresta. Outro artigo, "Usina
solar flutuante em SP deve por país entre gigantes", aborda a construção
de usina fotovoltaica na represa
Billings, demonstrando a busca de
métodos mais eficientes na geração de energia limpa. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Felizmente,
ao mesmo tempo que espécies entram na lista de extinção, há cientistas,
estudiosos e ambientalistas fazendo o
que podem para salvar muitas delas. Por exemplo, no artigo "Em saga por
coral de proveta, lua nova vira hora de caça a sêmen". O autor descreve o
trabalho árduo da equipe de cientistas para coletar óvulos e espermatozoides do
coral<i> Mussismilia harttii, </i> ameaçado de extinção, que se reproduz nas
noites de lua nova apenas de setembro a novembro. Realizam a fecundação
"in vitro" e já criaram o primeiro banco de sêmen de corais. Enquanto
isso, outros se debruçam nos animais do passado para entender os animais do
presente. No artigo "Pele fossilizada com 290 milhões de anos é encontrada
nos EUA" , descreve-se que foi encontrado um fragmento de pele fossilizado
menor que uma unha dos dedos da mão. Além de conseguirem datar esse fóssil, os
paleontólogos consideraram que é uma pele típica de jacarés e crocodilos. E que tudo indica que foi a partir de
estruturas como as encontradas nessa pele fossilizada, que a evolução trabalhou para produzir as
demais estruturas da epiderme dos vertebrados, como o pêlo dos mamíferos e
penas das aves.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Bem,
com tanto avanço na Ciência e com tantos países estabelecendo metas para
reduzir o aquecimento global, talvez nem tudo esteja perdido. E se tudo der errado, que Deus proteja os
terráqueos em 2.100. Que, aliás, em 2100, poderão ter se transformado em
lunáticos. Conforme o artigo "Corrida à lua e Starship marcam ano
espacial", uma intensa corrida pela Lua e uma temporada dedicada aos
asteroides marcaram 2023 na exploração espacial. O veículo Starship, da SpaceX,
empresa de Elon Musk, foi escolhido pela NASA para levar tripulações à superfície
da lua. Ainda há muito o que fazer, mas penso que até 2100 estarão circulando como ônibus...</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> E se não der certo na Lua, no artigo "Lua
de Saturno abriga oceano propício ao surgimento de Vida", relata-se que
Mimas, uma pequena lua de Saturno, possui água líquida abaixo da sua camada de
gelo. Os astrônomos concluíram que Mimas reúne todas as condições para a habitabilidade.
Assim, podemos ir para lá também. Aliás, eu não! Em 2100 estarei debaixo da
terra. Ou no céu, não sei.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
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<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-26200866075874668492023-11-17T18:57:00.000-08:002023-11-17T18:57:42.425-08:00Paixões sertanejas<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqLSDvOE-Q9rdIkzxZEtcF4bLm7KDIwAc3KBu_8OksrMLdhjTFw_SAmJFgbRGwsInXMZ2yiDprMpQU_f7aEriuhyoaZNNDU41OyTw_ualrOttYwCOuVy0xAYxCw6Hgxz_tJ4isi0jNsCGeC6gd1cFjnAgUVmCc69QgPRsAdbhCZrAzDd4WXojwLrGz-Yg7/s612/sertanejo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="612" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqLSDvOE-Q9rdIkzxZEtcF4bLm7KDIwAc3KBu_8OksrMLdhjTFw_SAmJFgbRGwsInXMZ2yiDprMpQU_f7aEriuhyoaZNNDU41OyTw_ualrOttYwCOuVy0xAYxCw6Hgxz_tJ4isi0jNsCGeC6gd1cFjnAgUVmCc69QgPRsAdbhCZrAzDd4WXojwLrGz-Yg7/s320/sertanejo.jpg" width="320" /></a></div><br /> <span style="font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: arial;"> Não entendo muito
de música (gostaria) e o sertanejo não é meu gênero musical predileto. Mas não
há como negar que as letras das músicas sertanejas são demais: criativas,
singelas, originais, nostálgicas. Algumas muito divertidas, outras de
muita sabedoria, outras cantando as belezas da natureza, outras tratando dos relacionamentos
amorosos. Essas últimas são as mais interessantes, tem paixão pra todo gosto. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Por exemplo,
há um grupo de músicas sertanejas em que o apaixonado está bem com sua amada e
ela é tudo pra ele. Como Zezé de Camargo
e Luciano cantando "eu não vou negar que sou louco por você, meu doce mel,
meu pedacinho do céu, minha doce amada, minha alegria". E esse amor pode
ser bastante fogoso, como cantam
Christian e Ralf: "esse amor molhado faz tudo acontecer, você me deixa
atiçado, pra te mais prazer, eu cubro com espumas o teu corpo nú". Ou Gian
e Giovani: "se a gente se ama, porque não se enrosca, s'imbora, vamos lá pra
cama, estamos no clima". Ou Bruno e Marrone, em "24 h de amor": "e de repente
vi você sair com a toalha no seu corpo e se agarrar a mim como nos velhos
tempos de um amor tão louco" . Também Chitãozinho e Xororó exaltam esse
amor ardente: " minha amada amante, você me enlaça, me enrosca, me amassa,
me atiça, me inflama, me abraça e me ama". E tem alguns que ficam juntos,
mas sempre brigando: "entre tapas e beijos, morro de amor por ela, eu sou
dela e ela é minha, é ódio e desejo, eu saio pra fora, ela me chama pra
trás", como cantado por Leonardo. Ah, e tem músicas que o amado faz de
tudo pra ficar com a amada. Felipe e Falcão cantam assim: "deixa eu te
amar por favor, você pode impor o seu jeito de amar que eu aceito". E
Teodoro e Sampaio: "quero alugar uma casa pra poder morar com ela, dizem
que ela não presta, não me interessa, eu só gosto dela."<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Em outro
grupo, classifiquei as músicas nas quais os dois amantes não estão mais juntos.
Alguns ainda têm esperança, como o Roupa
Nova cantando: " volta pra mim, eu te amo e vou gritar pra todo mundo
ouvir, sou menino e seu amor é que me faz crescer, esta paixão é meu mundo
". Zezé de Camargo e Luciano também : "aonde você foi parar, aonde a
vida te levou, quando você vai voltar, pra ser de novo o meu amor?" Mas há aqueles que sofrem muito e se apegam a
pequenas coisas da amada, que já era, coitados.
Como Chitãozinho e Xororó : "um fio de cabelo no meu paletó, aquele
fio de cabelo comprido já esteve grudado no nosso suor'". E
Teodoro e Sampaio : "meu bem, eu queria que você voltasse, ao menos
para buscar uns objetos que você não levou, um batom usado, um vestido velho, o
vestido de seda que não tem mais valor". Tentam esquecer a amada, mas não
conseguem . João Mineiro e Marciano cantam assim: " se eu não puder te
esquecer, mando avisar que o velho amor acordou, esquecer é difícil demais, ninguém
é capaz, se amou um pouquinho". Alguns reagem e entram em fúria :
"esqueça o meu telefone e não ligue mais porque estou cansado de ser
remédio para curar o seu tédio; decidi o meu telefone cortar, telefone mudo não pode falar" ,
como na música do Trio Parada Dura . Outros partem para o xingamento: "
você abusou demais, já não temos condições de continuar, vá pro inferno com seu
amor, você não me amou", do Chitãozinho e Xororó. E tem aquele que chega
ao extremo: mata a amada , vai pra prisão
e fica conversando com o ipê
florido que vê atrás das grades: "ela me abraçava, depois me traía, por
isso a matei; agora minhas noites não têm aurora" , como cantado por Liu e Léo.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Nesse mesmo grupo
da separação , tem amante abandonado que parte pra bebedeira. Como Teodoro e
Sampaio: " antes de perder você eu não chorava e não sofria, agora bebo e
sou fumante, se não conseguir esquecer, amanhã bebo de novo." E Jorge e Mateus
: "oh, vida amargurada, oh, que saudades dela, não aguento mais, vou lá na
vendinha, vou tomar um pingão". Na música "Boate Azul", o amado
entristecido vai procurar outro amor para esquecer o que perdeu, mas se
embriaga: "eu bebi demais e não consigo lembrar sequer qual o nome daquela
mulher" Já outros ficam sonhando em
banco de praça, como na música de Bruno e Marrone: "seu guarda, eu não sou vagabundo, eu
não sou delinquente, sou um cara carente, eu dormi na praça pensando
nela." Ou sonham em casa mesmo: "minhas lágrimas molharam a fronha do
meu travesseiro, amor como é triste acordar e não te ver", de Milionário e
José Rico. E tem aqueles que deixam claro que nunca, nunca mesmo, vão esquecer
a amada: "você me pede na carta que eu desapareça, posso fazer sua
vontade, mas esquecer é tempo perdido, ainda ontem chorei de saudades", de
João Mineiro e Marciano . <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;">E o ciúme, meu Deus? Tem muitos ciumentos sofredores. Como na
música de Almir Rogério: "meu Deus do céu, diga que isso é mentira, se for
verdade esclareça por favor, daí a pouco eu mesmo vi o fuscão, e os dois juntos
se desmanchando de amor". E o Trio Parada Dura : "esta é a última vez
que lhe vejo, não vou nem lhe pedir um beijo, não precisa virar o rosto , sei
que no seu coração tem outro" .<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> No último
grupo, tem as músicas divertidas. Por exemplo, quando o amado "tá nem
aí" para o que as pessoas pensam: "tô de namoro com uma moça
solteirona, os parentes criticando, não me interessa se ela é coroa, panela
velha é que faz comida boa", do Sérgio Reis. Também tem aqueles que contam
vantagem , como Gino e Geno: "mulher bonita e gostosa, nóis ganha é de
montão, de bobo nóis não tem nada, só a cara de coitado, nóis é bravo e bom de
cama, nóis se finge de leitão, pra poder mamar deitado."<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Bem, depois
dessa, vou parando por aqui. Mas que os amores e desamores retratados nas
músicas sertanejas dariam um livro bem grosso, lá isso daria.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-39498193791514985012023-11-09T15:34:00.001-08:002023-11-09T15:34:20.682-08:00Ao rufar dos tambores<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpHz5W2gkqUdHHUMSK-vYvJS4MCgR3YJ90kOV7G_hLi0aJMBmfeU6IJhabEQWMzBqdsnJrY4vku0SAtgCNlZfaefPXdn0KocxVNJlyyNnC9SpK6yYcY71nFwzcpmxEtpRxgf6sI9PJyCJ8XrdRgnT6cc03O_H2Ba9clqqKIKh589YbuouPFMrOFaOxcPiR/s1600/congado%203.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpHz5W2gkqUdHHUMSK-vYvJS4MCgR3YJ90kOV7G_hLi0aJMBmfeU6IJhabEQWMzBqdsnJrY4vku0SAtgCNlZfaefPXdn0KocxVNJlyyNnC9SpK6yYcY71nFwzcpmxEtpRxgf6sI9PJyCJ8XrdRgnT6cc03O_H2Ba9clqqKIKh589YbuouPFMrOFaOxcPiR/s320/congado%203.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkc6WkBMctB9NjdPln1ynOdK1jd0jjMia-eqgYW_XTNhLEv7ZQNIT0fbAwuDYxKZ5bg64HAJSP8Hs1lxi2L5qMrfuZIZI9PGRPnHauH6_ijUW9Y7pmmqDOsPSNxAwwc9ZJP5ot3BDTr9KioLNNUgD01k-9kziY6phnL7JbLEP9GDuohwGp0wlYVb1bO_2K/s1600/congado%204.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkc6WkBMctB9NjdPln1ynOdK1jd0jjMia-eqgYW_XTNhLEv7ZQNIT0fbAwuDYxKZ5bg64HAJSP8Hs1lxi2L5qMrfuZIZI9PGRPnHauH6_ijUW9Y7pmmqDOsPSNxAwwc9ZJP5ot3BDTr9KioLNNUgD01k-9kziY6phnL7JbLEP9GDuohwGp0wlYVb1bO_2K/s320/congado%204.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvwMTPpW1eAabDLaBhAOLqpLXhHZFGZGD3B-9tTJyEp-hm_-TSHmn0AKfj6sX5tKfSof03vHCkapLWdVowq2sULLXxCZnbGv0RNDfLnPdc_Sd-kn-FGGf3pUev0mAbG22nfXlbDnkMnPtLdQLjOOTf2BfUOK23hLpaCOpbT8dag1xxVmRltQRmLSm4_Xuc/s1600/congado%205.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvwMTPpW1eAabDLaBhAOLqpLXhHZFGZGD3B-9tTJyEp-hm_-TSHmn0AKfj6sX5tKfSof03vHCkapLWdVowq2sULLXxCZnbGv0RNDfLnPdc_Sd-kn-FGGf3pUev0mAbG22nfXlbDnkMnPtLdQLjOOTf2BfUOK23hLpaCOpbT8dag1xxVmRltQRmLSm4_Xuc/s320/congado%205.jpg" width="240" /></a></div><br /> <span style="font-size: 14pt;"> </span><span style="font-size: 14pt;"> </span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: arial;"> No domingo, oito
de outubro, Uberlândia encheu-se de
cores, de música , de dança e de rufar de tambores. De todos os cantos da
cidade chegaram , na Praça Rui Barbosa, os ternos do Congado, uma festa de
origem africana. Um ritual do povo negro em homenagem à Nossa Senhora do Rosário
e aos santos negros, São Benedito e Santa Efigênia. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Das janelas
do meu apartamento, eu assisti tudo. A Banda Municipal iniciou as comemorações
e os ternos desceram pela Avenida Floriano Peixoto. Quando chegavam na praça em
frente à igreja do Rosário, acontecia o apogeu das danças, dos cantos e do
rufar dos tambores, na apresentação para a imagem de Nossa Senhora do Rosário,
cercada de flores.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Foi tudo bem organizado e de acordo com a
tradição das raízes do Congado. Cada
terno tem os seus componentes, a sua vestimenta, o seu canto, o rei , a rainha,
as princesas, o capitão. E anjinhos também. O terno vai devagar, cadenciado,
tocando e dançando em louvor à santa. O tipo de movimento e de dança é sempre o
mesmo: saltitante, marcada pela ginga e pelo cruzamento de pernas e de pés. A
direção é horizontal, com deslocamentos
laterais, dois passos pra lá, dois pra cá, certinhos. O capitão, que é o
líder, vai na frente, cantando os versos
e os demais respondem em coro. Os cantos são destinados a tirar o grupo da ação
das forças ruins e a invocar a proteção de Nossa Senhora. Falam dos sofrimentos
da escravidão, dos lamentos de um povo arrancado de sua terra. Ao mesmo tempo
que invocam os santos e as forças do
alto, também são cantos de redenção , de esperança de uma vida melhor. São
espontâneos, curtos e singelos, como alguns exemplos de cantos do Congado que
encontrei na internet: "trabalha nêgo, trabalha direito, a Senhora do
Rosário merece o nosso respeito"; "ora
viva, cai sereno, na aba do meu chapéu, a bandeira hoje ela sobe, pra ficar
perto do céu; " ô viva nosso rosário, ô viva São Benedito, eu danço este
reinado, danço porque acredito". Também há cantos de gratidão à Princesa
Isabel, pela libertação dos escravos: " no tempo do cativeiro, preto não
tinha valor, salve a Princesa Isabel, que o preto libertou". "no dia
13 de maio, eu amarrado na corrente, veio Princesa Isabel, nêgo véio libertou,
foi Nossa Senhora, que esse nego véio salvou."<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Assim, cantando
, dançando, tocando tambores, tamborins , cuícas, pandeiros e as latinhas amarradas nas pernas dos homens, devagar
os ternos iam passando. Os tambores soando alto na rua, invocando de um modo
africano e selvagem, os santos católicos e a coroação dos reis congos. Os
ternos do Congado são divididos em grupos distintos, como os guardas de Congo,
que se vestem de verde e de rosa, significando o caminho para a Senhora passar,
com galhos verdes e flores. E os do grupo de Moçambique, que se vestem com as
cores de Nossa Senhora, azul e branco. Passam cada um com sua bandeira
colorida, enfeitada de fitas e bordados. Com o nome do terno de um lado e do
outro, de N.S. do Rosário, São Benedito ou Santa Efigênia, lembrando a proteção
que estes santos deram aos escravos negros. Carregadas por moças bonitas que
rodavam a bandeira sem parar e sem cansar. Bandeiras com fitas grandes
seguradas nas pontas por mulheres com vestidos rodados e confortáveis, e com sandálias
brancas novas, dançando sem parar. Com tranças verdadeiras e tranças falsas. Muitas
crianças pequenas, vestidas com esmero, com as cores do terno. Algumas
carregavam e tocavam tambor, outras dançavam com habilidade e faziam
acrobacias. Os homens, com chapéus e
capas enfeitados de contas, miçangas, franjas e bordados, um luxo só. Alguns de
branco impecável, outros com cores vivas e brilhantes. Cores e mais cores (e
também suor e mais suor, pois estava um calor escaldante, mais de 30 graus). Levavam
cajado, bastão ou espada, que são elementos materiais, investidos de magia, que funcionam como fetiche, centralizando o
poder e a força sobrenatural. Colocavam o cajado com a ponta no chão e dançavam
em volta, em círculo e curvados. Mulheres com vestidos enfeitados com rendas,
crochê, bordados. Com passinhos pra lá e
pra cá, na cadência da música, tudo bem ensaiado. Cabelos enfeitados ou com
panos enrolados. Algumas com criança de colo, outras amamentando o bebê vestido
com a roupa igual a da mãe. Tinha cadeirante
e muitos idosos ágeis, que cantavam com entusiasmo e faziam acrobacias com o tambor. Ah, os
tambores! Grandes, médios, pequenos, tocados com vigor e no mesmo ritmo o dia
todo: tá-tá-tum, tá-tá-tum (á noite, mesmo depois que todos se foram, os tambores
continuaram retumbando na minha cabeça).
Algumas pessoas ajoelhavam com o tambor e choravam na frente da Santa,
que decerto consolava cada um deles. Ela, Nossa Senhora do Rosário, deve ter ficado
feliz com tanta demonstração de fé, alegria e empolgação. Ouvi bem um terno
cantando com estardalhaço: "Adeus Nossa Senhora, estou indo embora",
muitas e muitas vezes. E depois se foi, dobrando a esquina. Os reis e rainhas
dos ternos eram mesmo majestosos, com capas pesadas de veludo enfeitadas de
dourado e coroas enormes e pesadas, lembrando a opulência dos reis africanos. Novos reis e rainhas são coroados a cada ano,
no final da festa. Existe também o rei e a rainha vitalícios. Segundo o
porteiro do meu prédio, que é capitão do terno Amarelo Ouro, situado no Bairro
Santa Mônica, os reis vitalícios são o casal D. Darci e o Sr. Zé do cinema. Vi
os dois sentados durante a festa ao lado da imagem da Santa, majestosos em suas
vestimentas. Curiosa, perguntei ao capitão do terno Amarelo Ouro qual era o
canto deles: "dormi a noite no sereno da madrugada, sou amarelo ouro com
amor, felicidade é de ouro , é de prata, a Mamãe do Rosário também é de
ouro"; "rei, cadê a rainha, rainha, cadê o rei, nós viemos visitar, a
rainha do nosso rei"; "na gaiola tem um canarinho, na gaiola tem um
sabiá, só eu, só eu, só eu que não sei cantar". Achei lindo...<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Além do
desfile dos ternos, teve hasteamento de bandeiras, procissão com as imagens de
Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito; missa com o Padre Fábio; coroação
dos reis e rainhas para o próximo ano. E no entorno da praça via-se de tudo:
barraquinhas de cachorro quente, churrasquinhos e bebidas, muita bebida;
pessoas embriagadas fazendo algazarras ou caídas no chão; anjinhos sentados,
cansados e segurando as asinhas; princesas com coroas e vestidos brancos
descalças e carregando as sandálias; homens com carrinhos catando latinhas;
público cantando e dançando junto com os ternos; crianças brincando com os
tambores; grupos fazendo pose para fotos. E lixo, muito lixo, de dar tristeza. Enfim,
tudo entrelaçado: a festa, a fé, a alegria das cores, a bebida, a tradição do
ritual africano, o rufar dos tambores, a despedida para o próximo ano. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Que Nossa
Senhora do Rosário e São Benedito abençoem a todos. Até o próximo ano, se Deus quiser.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> </span><o:p></o:p></span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-75129120801228144962023-08-31T15:23:00.000-07:002023-08-31T15:23:50.544-07:00Banho de floresta e a casinha na árvore<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgql_kHcMjqxPIHaodq3-xfsaTqOXgAoF3dC91tcBvlIXyqTaVgiIePOa3U1mzWjvGcthWmBnkn6nYfw5TXhlHZH6SmqU-XNjJduJcaw-ZSpbx6fbvT8PQBwxsZvvX2-bkVPVp2nXkRHR9ozzAiP-Ltw-57eKg-7xMCGgp4PGnqy0h3-cUHtgqwa2qjGs4n/s960/casinha%203.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="762" data-original-width="960" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgql_kHcMjqxPIHaodq3-xfsaTqOXgAoF3dC91tcBvlIXyqTaVgiIePOa3U1mzWjvGcthWmBnkn6nYfw5TXhlHZH6SmqU-XNjJduJcaw-ZSpbx6fbvT8PQBwxsZvvX2-bkVPVp2nXkRHR9ozzAiP-Ltw-57eKg-7xMCGgp4PGnqy0h3-cUHtgqwa2qjGs4n/s320/casinha%203.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxOYw2Xp9Rmfa3VRlGbsYqxkG8nq40KpaZTakkkFVGRjq3Vm1mGs074hUXlH_WH3u7MfofFnIr9d3BvvPDWIGaBun3iMIzO4sSmBsaWN1T9R-8mGV9PUAfGuaiHG41GpQrMIJd_XCikj6m6WnR_I0W8NA76wWJ8zz6lo201C-n_e5UBQqR4AQkHfby5Bre/s1600/casinha%202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxOYw2Xp9Rmfa3VRlGbsYqxkG8nq40KpaZTakkkFVGRjq3Vm1mGs074hUXlH_WH3u7MfofFnIr9d3BvvPDWIGaBun3iMIzO4sSmBsaWN1T9R-8mGV9PUAfGuaiHG41GpQrMIJd_XCikj6m6WnR_I0W8NA76wWJ8zz6lo201C-n_e5UBQqR4AQkHfby5Bre/s320/casinha%202.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHnct8J8DyEwiQYPfzggAXCRUfOHuY3LtvI_t901zRxXAipxhW1Qtc7poPTBr2IiWn49haNmetsWtGLqlekubFFYsV6ABgKRWPQR11gs_X5zzWI1QLCLekLApkionN_-KpxUmxDuZpBcAmYNwzwY3Q7zcKQWIERi2ezI7oj25ubqUkU_OsSuamv9JTOFhb/s1600/casinha%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHnct8J8DyEwiQYPfzggAXCRUfOHuY3LtvI_t901zRxXAipxhW1Qtc7poPTBr2IiWn49haNmetsWtGLqlekubFFYsV6ABgKRWPQR11gs_X5zzWI1QLCLekLApkionN_-KpxUmxDuZpBcAmYNwzwY3Q7zcKQWIERi2ezI7oj25ubqUkU_OsSuamv9JTOFhb/s320/casinha%201.jpg" width="320" /></a></div><p><span style="font-size: 12pt;"> </span></p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: arial;">Fiquei
encantada com uma entrevista publicada em julho agora, na Folha de São Paulo. O
entrevistado é Marco Aurélio Carvalho, 63 anos, psicólogo clínico , presidente
da Sociedade Internacional de Ecopsicologia, doutorado em Desenvolvimento
Sustentável pela UnB, entre outros títulos. Mas o que gostei mesmo foi dele atuar
como professor de terapia do banho de floresta. E de descobrir que penso como
ele, que é uma pessoa tão culta e qualificada.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Em uma longa
entrevista, ele explica que o banho de floresta é uma terapia já muito
difundida no serviço público de saúde do Japão, chamada "shinrin-yoku",
e pouco conhecida do lado de cá. A prática é muito simples: caminhar em meio á
natureza e contemplá-la. Os benefícios se mostram grandes, conforme estudos
realizados. Cita vários deles, como a pesquisa realizada pela Universidade de
Stanford, que revelou que as árvores têm efeito sobre o nosso cérebro, inclusive
em regiões associadas à depressão, ou seja, o contato com árvores é um
antidepressivo. Mesmo uma só árvore já provoca um efeito restaurador importante
no organismo. Por exemplo, na ampliação da atividade do sistema nervoso
parassimpático, nas reações de relaxamento, na regulação da pressão arterial e
dos batimentos cardíacos. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Continuando,
Marco Aurélio explica que um grupo de
pesquisadores e ativistas está trabalhando
para que o poder público seja estimulado,
pelas evidências científicas, a gerar políticas públicas na área de medicina
preventiva. Por exemplo, o Sistema Único de Saúde-SUS poderia oferecer banho de
floresta como parte das suas práticas integrativas e complementares de saúde.
Conta que o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia - dirigido por ele- e a
Fiocruz, assinaram uma parceria para a pesquisa da prática do banho de floresta
nos biomas brasileiros: na mata atlântica, na floresta amazônica, no pampa, no
cerrado.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Assim, lendo
a entrevista, entendi melhor porque gosto tanto de árvores e porque sinto falta
delas. Boa parte do meu mestrado e doutorado, sobre a interação abelha-planta,
passei caminhando debaixo das árvores do cerrado e foi muito bom. Sempre fiz caminhadas debaixo de árvores,
sentia essa necessidade, e tomava banho de floresta sem saber. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Mas o apogeu
mesmo foi a minha casinha na árvore. A
realização de um sonho. Simples,
singela, de madeira de eucalipto, com uma porta, duas janelas, uma varandinha.
Na frondosa e forte árvore de baru, bem em frente à varanda da sede da fazenda.
Um local de paz e beleza, de onde se avista o por do sol nas montanhas ao
longe, as árvores do cerrado , os pastos verdinhos, as vacas com os bezerros. O
cheiro do mato. O vento nas folhas. As cores e as nuvens do céu. Onde se sente
a harmonia de tudo que Deus criou pra gente e se faz uma prece silenciosa de
gratidão.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Enfim, estou
pensando em convidar os pesquisadores do instituto do Marco Aurélio para
realizarem as pesquisas sobre a eficácia do banho de floresta no bioma cerrado,
lá na minha fazenda. E oferecer a casinha na árvore para eles descansarem,
contemplar a natureza e acabar com o estresse. Indo um pouco mais longe, quem
sabe unimos tudo e realizo outro sonho: fazer trilhas ecológicas com as
crianças dos povoados vizinhos entre as árvores do cerrado, o que na verdade é
um banho de floresta. Até já tenho uma equipe que se dispôs a ajudar, mas somos
todos velhinhos, inclusive eu, e vamos precisar de um desfibrilador... <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Sonhar é
bom, ainda mais com as árvores por perto. Aproveitando, 21 de setembro é o dia
da árvore; parabéns e vida longa para
elas. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></p><p>
<span style="font-family: arial;"> </span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-92186591587709379132023-08-17T18:08:00.001-07:002023-08-17T18:11:42.947-07:00O sumiço do Príncipe Houdini<p> <br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhllUBjLf6o-lBsLcy02j6tjVMKYJf9OQLGLrpfSdZxvZlaS-9Ugo2lMck9CB85lM-Pm_xgdu54mwM16xnMvh0NHoZWv20FC-Vm8a7YKCTTrhEmrOVZDbbJPCZiQH-KHgs3UIkNyRPRscVbap7jNsfgIYgPri0bJC2BwO_eATXUcbb6hBTBSfYpKWpNR6Gi/s1156/Boizinho%20Pr%C3%ADncipe.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1156" data-original-width="867" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhllUBjLf6o-lBsLcy02j6tjVMKYJf9OQLGLrpfSdZxvZlaS-9Ugo2lMck9CB85lM-Pm_xgdu54mwM16xnMvh0NHoZWv20FC-Vm8a7YKCTTrhEmrOVZDbbJPCZiQH-KHgs3UIkNyRPRscVbap7jNsfgIYgPri0bJC2BwO_eATXUcbb6hBTBSfYpKWpNR6Gi/s320/Boizinho%20Pr%C3%ADncipe.jpg" width="240" /></a></div> Príncipe Houdini com um ano e meio<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJGzVz0A-s4x9IdMC2C1HlD-rvyjXKWgow1Ms-Z0W6VtFiwuIIESMVwHp3rGN_R3pl7_pzCUt3UC4E9_Z6Imiz24y2diSLo6Cxmzy4pZ19YiBj77oUfhGOk1dqLV7y8FSXXWCzyfOcQ-AeUUo_lBaq5R7XXGJTmeRFznedC1FzGuiMYufV19boeK1M8Evq/s4624/Boizinho.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJGzVz0A-s4x9IdMC2C1HlD-rvyjXKWgow1Ms-Z0W6VtFiwuIIESMVwHp3rGN_R3pl7_pzCUt3UC4E9_Z6Imiz24y2diSLo6Cxmzy4pZ19YiBj77oUfhGOk1dqLV7y8FSXXWCzyfOcQ-AeUUo_lBaq5R7XXGJTmeRFznedC1FzGuiMYufV19boeK1M8Evq/s320/Boizinho.jpg" width="240" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFyDGdSXABElciABZIrBTtDCKcgA-I6ap5x3my-5PfADcNl-fQ6hxRygFY55evo0hMc_mdm7lP8U7XI8fhwScV_7blHjNFfGZCE06CHtkb1Ye7IQNgKJxgrh6x6L790IK3hMEjxkkjG-0RtXOkjUopKQblPDlcKfZkIeFqwRPrvdVg3hBDi61UcPZjd-1n/s1600/Boizinho%20Aladin.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFyDGdSXABElciABZIrBTtDCKcgA-I6ap5x3my-5PfADcNl-fQ6hxRygFY55evo0hMc_mdm7lP8U7XI8fhwScV_7blHjNFfGZCE06CHtkb1Ye7IQNgKJxgrh6x6L790IK3hMEjxkkjG-0RtXOkjUopKQblPDlcKfZkIeFqwRPrvdVg3hBDi61UcPZjd-1n/s320/Boizinho%20Aladin.jpg" width="240" /></a></div> O boizinho O Aladin (o maior)<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeY8lLB1LhNv59Ijt5MMjB3d6LdqSjnvkFJgsNOtXADxySlbdaE_KNw22zt5i29TQx5kKEnjNvmDsEPdqVmnFj45UTXzoJ7gzbUTD-Owa60aExyLr5hWZ8tNXTTSmtlJifnln4HegL7NbkEgzovVENL_PIr6xK2zJpVO9Spf_kwwcYIVkQkTdRjI2NpDQ3/s4624/Boizinho%20Sans%C3%A3o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeY8lLB1LhNv59Ijt5MMjB3d6LdqSjnvkFJgsNOtXADxySlbdaE_KNw22zt5i29TQx5kKEnjNvmDsEPdqVmnFj45UTXzoJ7gzbUTD-Owa60aExyLr5hWZ8tNXTTSmtlJifnln4HegL7NbkEgzovVENL_PIr6xK2zJpVO9Spf_kwwcYIVkQkTdRjI2NpDQ3/s320/Boizinho%20Sans%C3%A3o.jpg" width="240" /></a></div></div> O Sansão<p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b> </b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> <span style="font-family: arial;"> Como
já contei anteriormente, tenho uma fazenda nas proximidades de Pirapora. Não dá
lucro nenhum, só despesas. Mas é uma fonte íncrivel de histórias para contar,
todas baseadas em fatos reais, como a que se segue.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Eu
tenho algumas vacas e precisava de um boi. Depois da morte do Diamante, o boi
bonito e caro que comprei e que morreu uma semana depois da compra por ingestão
de ervas venenosas, tive que tomar uma decisão. Resolvi deixar o Príncipe
Houdini, um bezerro nelore puro, filho da Daisy ( a vaca de estimação da minha
neta, a Lia) crescer e ser o reprodutor
e pai de todos os bezerrinhos que nascessem por lá. Ele fará dois anos em
05/09/23. Tem o sobrenome de Houdini , o maior mágico de todos os tempos, por
causa do nascimento dele, que foi um espanto e ninguém esperava (mas o sumiço
foi mais espantoso ainda). </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Acontece
que resolvi colocar um brinco amarelo de identificação com o número e nome de
cada vaca e bezerro na orelha deles, para ter um controle melhor. E também
fazer uma ficha de cada um. Por exemplo, na ficha da Castanha escrevi: "Número
2. Escura, comprada do vizinho em março/22, já prenha. Chifruda, bate nas
outras vacas. Deve dar á luz em set/ ou outubro /22. Sem raça boa, vender
quando puder. Observação 1: Ficou bonita depois. Serramos o chifre dela.
Bezerro Aladin nasceu em 5/9/22. Grande, branco, mancha na testa, primeiro
bezerro nascido na fazenda. Obs 2. Entrou no cio em final de outubro, mas não
tinha boi. Obs 3: Cruzou com o boi emprestado do vizinho em julho 23." </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> É
assim, tudo organizado. Por isso, certa vez quando fui na fazenda e era outro o
funcionário encarregado, escrevi em três brincos o nome dos bezerros maiores e
pedi para ele colocar: Príncipe Houdini, Ouro Verde e Aladin. Hoje, o Aladin, o
filho da Castanha, está com 11 meses. O Ouro Verde é um boizinho de dois anos e
oito meses, filho da Mixirica, uma vaca
sem raça, mas uma mãe dedicada. O pai é desconhecido, provavelmente um boi
gabiru. E o Príncipe faz dois anos em setembro. </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Acontece
que semana passada fui na fazenda e como sempre, fui conferir o rebanho no
curral. Vi um boizinho com o brinco amarelo escrito "Aladin". O
encarregado da fazenda ( é outro, não é o que colocou os brincos), disse que
aquele era o reprodutor e já estava
cobrindo as vacas. Completou que não sabia como eu deixei um boi tão ruim para
reprodutor, um boi gabiru, feio, sem raça, de cabeça larga e corpo curto.
Argumentei que o reprodutor que deixei era bom, um nelore puro, o Príncipe. E que
aquele também não era o Aladin. Procurado, lá estava o Aladin, sem nenhum
brinco e correndo feliz em volta da Castanha. Céus, o que tinha acontecido?
Como o Príncipe virou o Aladin? Ou melhor, como virou um Aladin falso? </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Passei
boa parte da noite pensando, consultando minhas anotações e fotos dos bezerros.
De repente, entendi tudo! O encarregado
anterior foi o verdadeiro culpado da tragédia toda. Colocou o brinco "Ouro
Verde'' no Príncipe; o brinco "Aladin" no Ouro Verde e deixou o
Aladin sem brinco. Quando em abril comprei umas vacas, o verdadeiro Ouro Verde entrou na negociação,
que fiz por telefone. O mesmo caminhão que entregou as vacas, levou o bezerro
com o brinco "Ouro Verde", mas que na verdade era o Príncipe. O
encarregado atual, que tinha acabado de ser contratado, não conhecia o gado e seguiu minhas instruções de entregar o Ouro
Verde. E como não fico na fazenda, não vi o problema e nem me despedi do Príncipe...
Entrei em contato com o comprador, pedi para ele destrocar os bezerros. Ele
ficou comovido com a história, disse que sabia sim qual era o Ouro Verde-Príncipe
e que faria o possível para destrocar. O problema é que o bezerro tinha sido
vendido para um fazendeiro em Três Marias, bem longe, e só para um caminhão buscá-lo ficaria em R$2.400,00, o preço de um
bezerro. Daí, com o coração dilacerado, desisti do Príncipe, pois com tanta
confusão, nem sei se seria ele mesmo que voltaria. Que seja feliz por lá. Nem
posso contar para a Lia que o Príncipe Houdini fez jus ao nome e desapareceu
num passe de mágica.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> O
pior é que surgiu outro problema. O que fazer com o boizinho que está por lá,
feliz e cruzando com as vacas? O que está com o brinco "Aladin", mas que
na verdade é o Ouro Verde e que está se passando pelo Príncipe. Agora, além de não
ter raça, não tem identidade, nem sei como chamá-lo. Transformou-se em um impostor, sem querer. Aliás,
o nome desta história poderia ser "O sapo que virou príncipe". Ou
"O príncipe que virou sapo". Ou então, "Impostor por
acaso". Ou mesmo "Um sonho acabado"... Até " O triste fim do
Príncipe Houdini", parafraseando o clássico da literatura "O triste
fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto, ficaria bem como título...Enfim,
atendendo a orientações, vou ter que
castrar o boizinho (arrancar os testículos, coitado) e deixar engordar pra
vender. Oh, mundo cruel! </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> E
continuarei sem boi, pois o Diamante morreu e o Príncipe Houdini desapareceu.
No momento, vou investir meus sonhos no Sansão, um bezerro nelore puro,
acinzentado, de nove meses, filho da Sofia. E seja o que Deus quiser, até os
próximos capítulos!</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> "</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-3849782000726738482023-07-08T18:37:00.000-07:002023-07-08T18:37:03.653-07:00Visitando a Turquia Parte 3- Pumakkale, casa de Maria, Éfeso e Chios<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0BhNepOzlsmSZE58rF52rX6LFQxwiyEGQgpOOdlt6ST0TAJoAmauMHKPWHjTEpZfYXN14kiolzE4WwAMuApekfk4zYrDjxof21AypuK7K5rvvHb5AB7bkPPMnvz__aN0bTkVhXTmWGG_DgXJYh-NgogPWUOqM46iD3gAz2DLdwuFaeqcco5Ijd8d5Dvca/s1156/Turquia%2017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1156" data-original-width="867" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0BhNepOzlsmSZE58rF52rX6LFQxwiyEGQgpOOdlt6ST0TAJoAmauMHKPWHjTEpZfYXN14kiolzE4WwAMuApekfk4zYrDjxof21AypuK7K5rvvHb5AB7bkPPMnvz__aN0bTkVhXTmWGG_DgXJYh-NgogPWUOqM46iD3gAz2DLdwuFaeqcco5Ijd8d5Dvca/s320/Turquia%2017.jpg" width="240" /></a></div> O teatro em Hierápolis<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-ui8lxAdflBi7tssF9aBFWvX0gALV3pG1Tb1dd35pHwEGXDDVOTuYmk4xlglZMk5bvYL5bWVJoksgPEZwYZvMmkc72GtqB51oopBaBmNigthr0okhQ3uVT7KXyOWb3f17pgBOg5js8K3aPjKKbjdSwCYla4OtJm4YPl9dCwItlCaiXZWYkkdcMVzQeGQW/s1600/Turquia%2016.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-ui8lxAdflBi7tssF9aBFWvX0gALV3pG1Tb1dd35pHwEGXDDVOTuYmk4xlglZMk5bvYL5bWVJoksgPEZwYZvMmkc72GtqB51oopBaBmNigthr0okhQ3uVT7KXyOWb3f17pgBOg5js8K3aPjKKbjdSwCYla4OtJm4YPl9dCwItlCaiXZWYkkdcMVzQeGQW/s320/Turquia%2016.jpg" width="320" /></a></div> Nas piscinas de Pumakale<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSpgyKesgfGt9rp2GJ8YeVhvPi7gSz-9_FoUMbrhnYelO_nBMAEKursDx82Qn9DD_GpOlK4lzDd-nf4S_Sz1bjGwJYZqkr_E94MSME_xUkl82qpPdTZNXl_VWx7iFZx_8T5R9KTrRBzFbmwD-gqA9Hu18KEoqvO5hk3I7e5BBvg14GZUTBpELrEz5ZPNDR/s1156/Turquia%2015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1156" data-original-width="867" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSpgyKesgfGt9rp2GJ8YeVhvPi7gSz-9_FoUMbrhnYelO_nBMAEKursDx82Qn9DD_GpOlK4lzDd-nf4S_Sz1bjGwJYZqkr_E94MSME_xUkl82qpPdTZNXl_VWx7iFZx_8T5R9KTrRBzFbmwD-gqA9Hu18KEoqvO5hk3I7e5BBvg14GZUTBpELrEz5ZPNDR/s320/Turquia%2015.jpg" width="240" /></a></div> Na casa de Maria<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuK-4EiQddoECXoV7U-FG_vHvfLOL6ExJBxli5G5J5Kyz3RrdGE-kS2BqaQuP8ZLiY7yHnsEoRniMjTDu128vNQxcvWFinfmBzhlLOF8ngu3Xazdr8XI2sbbFLAbB40yb3We3NpuRR_iZWlLv51DKMe6etKpg1ER_bwXIMbpFoOIeH7FQ3WSxW92FyJd6t/s1600/Turquia%2014.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuK-4EiQddoECXoV7U-FG_vHvfLOL6ExJBxli5G5J5Kyz3RrdGE-kS2BqaQuP8ZLiY7yHnsEoRniMjTDu128vNQxcvWFinfmBzhlLOF8ngu3Xazdr8XI2sbbFLAbB40yb3We3NpuRR_iZWlLv51DKMe6etKpg1ER_bwXIMbpFoOIeH7FQ3WSxW92FyJd6t/s320/Turquia%2014.jpg" width="240" /></a></div> A biblioteca de Celso em Éfeso<p></p><p><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 12pt;">Logo após o
passeio de balão, entramos no nosso ônibus e seguimos para Pamukkale. Foram dez
horas de viagem, passando por cidades pequenas, com prédios baixos,
padronizados, de cores neutras.</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">O novo
guia era o Ricardo. Claro, olhos azuis, tranquilo, de meia idade, falava sete
línguas. Às vezes se confundia, como quando falou: "Atenção, damas e
camelos!" Falando em línguas, li em propagandas e</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">nas ruas várias palavras turcas parecidas com
o português, como polis (policia); kursu (curso); pastaneleria(pastelaria); taksi
(táxi); tunelli(túnel); sandiviç (sanduiche). Mas é impossível entender algum
turco falando.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Confusões de línguas à parte, no caminho
fizemos uma parada. A Genoveva (minha
amiga que tem nome de santa) e eu, aproveitamos pra visitar o
Sultanhani-Kervansaray, uma construção enorme, quadrada, com portão gigantesco.
Uma antiga pousada para camelos e seus donos, um tipo de hotel do século XVIII.
Existiam a cada 30 Km, por toda a Turquia, pois um camelo só conseguia andar
esta distância em um dia. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Mas nós não,
e continuamos viajando. As paisagens ao longo da estrada eram maravilhosas.
Campos e campos de trigo; plantações de romã, de figo, de pêssego; oliveiras;
viveiros de morango. Tudo muito verde, com rebanhos de ovelhas no meio e
cavalos. Estradas em perfeito estado de conservação, sem buracos nem
solavancos. Torres de energia eólica, com os braços girando lentamente. Enquanto
isso, alguns dormiam de roncar dentro do ônibus e outros ouviam o Ricardo falar
dos mares, dos lagos salgados, dos rios, da indústria, do comércio, das
importações e exportações ...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Chegando, dormimos
o sono dos justos no Hotel Richmond, quatro estrelas. No dia seguinte, fomos visitar
o complexo Pumakkale- Hierapolis, um Patrimônio da Humanidade. De um lado, as
ruínas de Hierapolis, cidade construída durante o império romano e do outro, as
piscinas termais- de origem calcária- de Pumakkale. Vimos o teatro, dos séculos
II e III, conservado e na forma de um semicírculo. Ao longe, via-se o local
onde está a tumba do apóstolo Felipe e onde ele foi martirizado. Depois, a piscina térmica de Cleópatra, com
sua estátua, árvores e colunas em volta,
onde as pessoas compram ingresso e podem nadar. Indo para o outro lado, mais
elevado, nos deparamos com uma sequência
de piscinas com chão branco de carbonato de calcio solidificado em mármore
travertino, com águas azuis e quentinhas. Centenas de pessoas descalças
caminhando entre elas e crianças nadando. Em volta, muitas rochas brancas, um
cenário incrível. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> À tarde,
aproveitamos para nadar na piscina de água quente do hotel e no outro dia
seguimos para Izmir. Foram 3,5 h até chegar no alto de uma colina, na casa da
Virgem Maria, onde ela teria vivido com o apóstolo João. Uma casa de pedras com
dois cômodos, um altar, um local para comprar velas. Uma fila enorme de pessoas
entrando na casinha por uma porta e saindo por outra. Algumas se emocionavam e
choravam. Do lado de fora, muito verde, paz e tranquilidade. Uma oliveira onde
as pessoas tiravam fotos, fontes de água benta, um local para acender as velas.
Um muro onde os visitantes amarravam papéis com pedidos e agradecimentos à
Virgem. Muito a agradecer mesmo, só de estar ali já era uma uma benção.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Na sequência,
rumamos para Éfeso. Almoçamos no caminho por 10 dólares, comida à vontade e saborosa. Paramos em uma fábrica
de couro que era um luxo, um deslumbre.
Nem sabia que existia tanta coisa bonita em couro...Fizeram um desfile para
nós, serviram vinho e chá, convidaram dois do grupo para desfilar. Em seguida,
abriram as portas de uma loja imensa e nos perdemos entre tantas peças
coloridas, de qualidade e caras. Na promoção, uma blusa de couro preta de homem
saia por 300 dólares. Pechinchando, talvez um pouco menos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Chegamos em Éfeso</span>,
um<span style="background: white; color: #222222; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">a cidade que</span><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"> foi fundada quatro vezes. A primeira, por
mulheres</span><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Amazonas, 2.000
a.C. , num local onde hoje está o túmulo de São João Evangelista. A segunda,
por atenienses, 1.500 a.C; a terceira, por Lisímaco, um general do Alexandre, o
Grande, 280 a.C., hoje o sítio arqueológico e local turístico que visitamos. A
quarta cidade durou até 1.300 d.C e foi importante para o cristianismo. São
Paulo viveu dois anos nesta cidade e nela escreveu muitas cartas. Era a quarta
maior cidade do mundo naquela época: Roma, Alexandria, Antioquia e Éfeso. Ao
longe, avistamos , no alto de uma colina,
as ruinas desta quarta cidade, onde São Paulo teria ficado preso. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Andamos a
tarde toda pelo sítio arqueológico e vimos as três atrações principais: o Templo de Artemis, com a estátua da deusa; a Biblioteca de Celso, imensa, chegou a
guardar 12.000 pergaminhos, é toda de mármore e só tem a fachada, o restante
foi destruído; e o Grande Teatro, onde lutavam os gladiadores e comportava
25.000 pessoas. Há muitas outras ruinas,
algumas bem conservadas: as Termas Romanas, o Palácio da Justiça, o Caminho da
Vestais, o Templo de Adriano. O caminho de Mármore, com pedras enormes e
escorregadias. As casas da população nobre, com mosaicos, afrescos e pinturas. E
as latrinas públicas daquela época,
interessantes demais: um quadrado
grande, com uns 30 vasos enfileirados um ao lado do outro, acima de um pequeno
canal onde corria água e levava as fezes para o esgoto da cidade. No meio, uma
fonte, para abafar os barulhos característicos. O cemitério dos ricos, com
vários mausoléus. O que mais me impressionou foi o Grande Teatro. Ainda hoje é
usado para alguns shows, como o de Elton John. Enfim, um lugar fascinante pela
sua história e grandiosidade. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Cansados,
entramos no ônibus e dormimos em Kusadasi, no Hotel Signature, com uma linda
vista para o mar Egeu. Chegamos justo na hora do por do sol e foi lindo ver o
sol se pondo sobre o mar .<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Continuando
a saga, fomos para a ilha grega Chios. Duas horas de ônibus por uma rodovia com
canteiros centrais com espirradeiras floridas na cor rosa. No porto de Çesme,
entramos numa balsa e navegamos 40 min pelo Mar Egeu e mais uma hora de fila no
controle da imigração. A guia grega, Despina, nos esperava. Tiramos fotos ao
lado de quatro moinhos de vento e almoçamos carne de porco (na Grécia pode). Fomos
para a vila de Mesta e a Despina foi
explicando sobre a Grécia: tem 11 milhões de habitantes, 2.000 ilhas e Chios é
a quinta em tamanho, com 55.000 habitantes. Falou dos filósofos gregos, da
mitologia, de Homero, do mar Egeu, da salada e churrasco grego, da produção de
azeite de oliva. Das estátuas gregas fortes, musculosas e com pênis pequeno,
que mostram força e virilidade sem destacar a parte sexual. Contou que Chios é a única ilha onde se
cultiva a mastica, exportada para 45 países e usada na fabricação de cremes,
pasta de dente e outros. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Chegando à
vila de Mesta, andamos pelas ruas labirínticas da época bizantina e visitamos
uma igreja ortodoxa cristã , com lustres de cristal imensos e com os Arcanjos
Gabriel e Miguel representados em muitos quilos de prata. Uma vila pequenina, do
sec. XIV, cercada por grandes muralhas e com 165 moradores. Desta vila,
partimos para outra, Pyrgi, chamada de Aldeia Pintada porque as casas possuem
arte em grafite preto e branco. Os moradores idosos deixam a chave do lado
externo da porta, porque têm medo de que aconteça algo com eles e ninguém os
encontrem. Depois disto, voltamos para o barco. As duas vilas são interessantes
sim, mas esse passeio não compensa, é muito longe e resta pouco tempo pra
conhecer a ilha. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> No domingo
foi a volta para Istambul, levantamos às 5 da manhã, oito horas de ônibus.
Paramos em Bursa, a quarta maior cidade do país e com dois milhões de habitantes.
Visitamos uma das mais belas mesquitas da Turquia. E também o Mercado da Seda,
com 3 andares e mercadorias luxuosas, lindas e coloridas. No caminho até Istambul,
o Ricardo falou de diversos aspectos da Turquia: 84 milhões de habitantes , formada por diferentes povos, várias culturas e várias religiões. A taxa de
desemprego é muito alta; apenas 10% possuem curso de graduação e muitos
graduados estão desempregados; apenas 2 % do orçamento familiar é gasto em
educação ; 9 % falam outra língua; há muitas mulheres analfabetas; a inflação
disparou e está em quase 80%. Dados tristes para um país tão bonito e tão
hospitaleiro.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> No último
dia, no ônibus, na ida para o aeroporto, a Synai fez uma oração agradecendo a
viagem e as amizades conquistadas. A Raquel cantou a Ave Maria. A Mônica,
Secretária de Cultura de Uberlândia, ressaltou a necessidade de conhecermos e
participarmos mais da vida cultural da nossa cidade. Em todos, ficou aquele
sentimento de despedida de uma coisa boa que ficou para trás. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Enfim, foram
muitas as experiências. De pessoas boas, fazendo gestos de bondade, como a
Lílian, que me emprestou o xale de cashmere , quando perdi minha mala e estava
com frio. A Pamela e o Vanilson, sempre tão solícitos e com vontade de ajudar.
De conversas agradáveis , como da Genoveva. Conversamos tanto que, em São
Paulo, de pernas pra cima e relaxadas porque chegamos ao querido Brasil,
perdemos o voo pra Uberlândia! Daí ficamos a tarde toda no aeroporto e
resolvemos classificar a turma da excursão. O motorista foi eleito o mais
bonito. Teve também o mais comunicativo, o mais atrasado, a mais charmosa, os
mais reclamadores, os mais comilões e daí por diante. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Depois de
tudo, termino com um trecho da Oração do Turista: "... e quando a viagem
terminar, dai-nos a graça de encontrar alguém que queira ver nossos filmes,
nossas fotos e ouvir nossas histórias, para que nossa vida de turista não seja
vivida em vão. Amém"<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></p><p>
</p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-6766814132490958492023-06-14T16:50:00.000-07:002023-06-14T16:50:34.579-07:00Visitando a Turquia Parte 2: Capadócia: Goreme, monastério, safari, passeio de balão<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9eLfRAfw3BIZ4CbnYc1axWmXlP-SmcVTCz9wD1tKSuz6YqfMZpKqYiZIQSFbXhsJbC6gqEhK1HyhuaQuzaF1N3nT15XGguqhaOcMmkI4suSeegtcVJ2yPf4nELmHITXiyu0eOpoQEzaUP4ecEGlLBxW77Eq0C9KongWCL6Jhd_f0hYTRkTJPQ3L126w/s1600/Turquia%209.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9eLfRAfw3BIZ4CbnYc1axWmXlP-SmcVTCz9wD1tKSuz6YqfMZpKqYiZIQSFbXhsJbC6gqEhK1HyhuaQuzaF1N3nT15XGguqhaOcMmkI4suSeegtcVJ2yPf4nELmHITXiyu0eOpoQEzaUP4ecEGlLBxW77Eq0C9KongWCL6Jhd_f0hYTRkTJPQ3L126w/s320/Turquia%209.jpg" width="240" /></a></div> Vista do mirante em Goreme<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixgpRLtz4ctS_wZQI_fLjecPDSQhphWvl3e4-lNkHa5DERofl_9poWWAINdEyazsbWAgwoD6-96laE40T9ff2LBKTazC6fiYkKmm8mzipgJWQfSrKCtYNyBKDavNw7JnetG7qzKPTwOYNRStw7wbuhWPfdNeaixc_W2gYQiLBE3CzUlTXSWqq790c5EQ/s1600/Turquia%2010.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixgpRLtz4ctS_wZQI_fLjecPDSQhphWvl3e4-lNkHa5DERofl_9poWWAINdEyazsbWAgwoD6-96laE40T9ff2LBKTazC6fiYkKmm8mzipgJWQfSrKCtYNyBKDavNw7JnetG7qzKPTwOYNRStw7wbuhWPfdNeaixc_W2gYQiLBE3CzUlTXSWqq790c5EQ/s320/Turquia%2010.jpg" width="240" /></a></div> Monastério<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpWpjLVeU97Cg6DZtOb0sU8436zanMxWy4I4wXk13Fhvj_Fb_oT0Pjko79jsa0vIz1q4xc0TdNN_slYB6SoenLCVpubYlQfbzdl6ArgoirSvTPVYYYZ1kuQxw69mZD49ZLbgISZ8ryMNNGdnHjU3e_CnqgCUkLoTeYQmCU68rDhqg3uoJTOtR0lvtkNg/s1156/Turquia%2011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1156" data-original-width="867" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpWpjLVeU97Cg6DZtOb0sU8436zanMxWy4I4wXk13Fhvj_Fb_oT0Pjko79jsa0vIz1q4xc0TdNN_slYB6SoenLCVpubYlQfbzdl6ArgoirSvTPVYYYZ1kuQxw69mZD49ZLbgISZ8ryMNNGdnHjU3e_CnqgCUkLoTeYQmCU68rDhqg3uoJTOtR0lvtkNg/s320/Turquia%2011.jpg" width="240" /></a></div> O passeio de balão<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjacACCj4BS0WDuczdqL1wa1VXWVWhrhs1Nw3b--TqXbJLyz38D0zkuuQtBqDlBjvmEs99DrSHiUtaUauku9_gJiJac-OaBcMvQu5IwFDZ2tzqGHDzl8b4b6jFAPbZJv3lZg-IgnAR3HIe-MYxEzlKfFusfrZTUqkVM5Nztu7x3MVNrGvZgfozU2k1blw/s1600/turquia%2012.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjacACCj4BS0WDuczdqL1wa1VXWVWhrhs1Nw3b--TqXbJLyz38D0zkuuQtBqDlBjvmEs99DrSHiUtaUauku9_gJiJac-OaBcMvQu5IwFDZ2tzqGHDzl8b4b6jFAPbZJv3lZg-IgnAR3HIe-MYxEzlKfFusfrZTUqkVM5Nztu7x3MVNrGvZgfozU2k1blw/s320/turquia%2012.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQHTEJSoJ_2OiV7aPlvhRzTdoD66B6iG2cLK8YeMjjXtOcPMyfH9xws1Vz51kVy0cxshq5l7y2GuOurEpNpaG17LAKiV0NFiJGO4AF9i7Brq7sAMyzRIR8LaiVK3WlogkeGleZ5vxyNEDxykmtF1i-LMbjufwc93Qj7b0-hoAo5iSlk-TIEAsqRjh1uQ/s1600/turquia%2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQHTEJSoJ_2OiV7aPlvhRzTdoD66B6iG2cLK8YeMjjXtOcPMyfH9xws1Vz51kVy0cxshq5l7y2GuOurEpNpaG17LAKiV0NFiJGO4AF9i7Brq7sAMyzRIR8LaiVK3WlogkeGleZ5vxyNEDxykmtF1i-LMbjufwc93Qj7b0-hoAo5iSlk-TIEAsqRjh1uQ/s320/turquia%2013.jpg" width="240" /></a></div> A paisagem vista do balão<p></p><p><br /> <span style="font-family: helvetica;"> </span><span style="font-family: helvetica;"> <span style="font-size: 12pt; text-align: justify;">Fomos de avião de Istambul para a Capadócia, uma região da
Anatólia Central. As malas deveriam ir no ônibus da excursão, com o qual
visitaríamos vários locais. Acontece que o Arhmed, o primeiro guia, aprontou a
maior confusão quando foi buscar as malas no hotel.</span><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;">Ninguém quis entregar, apenas um grupo que
tinha chip dentro da mala (nem sabia que existia) e poderia acompanhar a viagem.
Daí, na troca desencontrada de informações e dificuldades da língua, justo a
minha mala e da minha amiga, companheira de quarto, ficaram esquecidas no
hotel. Nós duas tínhamos preparado tudo direitinho, as roupas combinando, cada
dia um conjunto. Ficamos três dias com a mesma roupa, até as malas aparecerem.
A minha amiga até queria usar a saia do avesso , pra variar...</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Bem,
confusões à parte, levamos o dia todo para chegarmos na Capadócia, embora o voo
fosse de apenas uma hora. Desembarcamos em Kacire e fomos recebidos pelos guias
Maria, brasileira, e o esposo turco, Savas. Ela maranhense, bonita, agradável e
elegante numa calça preta de couro, blusa vermelha e chapéu. Fomos no ônibus
para o hotel Alf, em Havana, uma cidade com muitas fábricas de cerâmica. Esse hotel não era bom, era feito de pedras
para se harmonizar com as outras edificações. Os quartos tinham cheiro de mofo
e várias pessoas tiveram alergias e dor de cabeça. Aliás, sempre tinha alguém
sentindo alguma dor: no nervo ciático, na coluna, no joelho, no pé; dor de
barriga, dor de garganta (mas dor de dente, não). Também sempre tinha alguém
perdendo alguma coisa: celular, garrafinha d´água, óculos, sacola com todas as
compras do Duty Free...Mas o recorde penso que foi meu: perdi meu passaporte
português (mas encontrei), perdi a mala (mas apareceu) e perdi o voo de São
Paulo para Uberlândia (mas cheguei sã e salva). <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Voltando à
excursão, saímos cedo no ônibus e atravessamos paisagens de origem vulcânica.
Muitas montanhas e rochas claras, bem bonito. Paramos em um mirante com vista
para o Parque Nacional de Goreme, uma vista de tirar o fôlego: centenas de
rochas claras, na forma de cones, torres e chaminés de fada, esculpidos pela
erosão, parecendo uma paisagem lunar. No meio delas, ao longe, viam-se vários
hotéis de pedras e casinhas escavadas nas rochas. Ninguém mora no local, é só
turístico e patrimônio da humanidade. Tiramos fotos e mais fotos. E compras,
nas lojas estrategicamente situadas nos locais turísticos. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Do mirante,
seguimos no ônibus para visitar o Monastério, o segundo lugar mais visitado da
Turquia (o primeiro é a Mesquita de Santa Sofia). O Monastério é um grande
museu a céu aberto, com casinhas nas rochas para as freiras, de um lado, e para os
monges, do outro. Igrejinhas dentro das rochas, com pinturas coloridas: Igreja
de São Jorge, de Santa Bárbara, da Maçã, escavadas entre o séc. VIII e XIII. O
guia ia explicando que os cristãos lá chegaram nos sec. II e III, eram
perseguidos e tinham que se esconder para rezarem. Falou dos governadores Augustus,
Maximiliano, Emiliano; de Constantino... Séculos e séculos de história, não é
possível aprender correndo atrás do guia, se desvencilhando das centenas de
turistas e tentando observar os monumentos. Confundi tudo. Mas me maravilhei
com a pintura da Santa Ceia, com os apóstolos com sandálias delicadas de
tirinhas amarradas. Entramos no ônibus e o guia continuou explicando: já passaram
13 nacionalidades na formação da Turquia; a terra vulcânica é muito bem aproveitada;
existe muito comércio de pedras preciosas, como
de turquesa; 36 sultões governaram a Turquia na era Otomana; passou a
ser República Tcheca em 1923; Capadócia significa a terra dos belos cavalos,
etc. Aliás, vimos muitos cavalos pelo caminho. Ovelhas também. Porco, nem pensar.
É proibido comer carne de porco na Turquia. Mas, boi e vaca, será que não existem por lá? Não
vi nenhum.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Paramos em
uma fábrica de joias. Serviram vinho e chá de romã e mostraram joias com a pedra
sultanita, que muda de cor conforme o ângulo. Os sultões presenteavam suas
amadas preferidas com esta joia. Alguns homens da excursão aproveitaram a
história, compraram joia para a esposa e se declararam para elas, ao som dos
aplausos da plateia. Também visitamos uma fábrica de tapetes. Maravilhosos,
tecidos à mão. Nos sentamos em um grande salão, bebemos chá e vinho e
desenrolaram, com grande habilidade, dezenas de tapetes para ver se alguém
comprava.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Depois,
paramos em um restaurante imenso com comida gostosa: abobrinha e pimentão
recheado, carneiro, coalhada seca, doces divinos...O melhor é que foi grátis. Aliás,
as bebidas eram pagas: uma cerveja, 160 LS (liras turcas; 40 reais) e uma coca,
50 LS (12 reais). Ganhamos o almoço como cortesia da empresa de turismo, se
desculpando por causa das confusões do guia Arhmed. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Do almoço, saímos direto para jeeps quatro por
quatro, para participar de um safari. Quatro pessoas em cada veículo, podendo
ser com emoção ou sem emoção. O motorista, um turco bonito que com certeza já
tinha feito plástica no nariz, não explicava nada, pois só falava turco. E o safari não era para ver bicho não, só se
fosse gato, pois havia gatos em profusão em todo local turístico, comendo
salame que as pessoas levavam. Era para ver "three points: first, second,
third", andando em estrada
lamacenta, esburacada e escorregadia, debaixo de chuva forte e frio intenso (pra
andar em estrada lamacenta, ando na Bahia mesmo, quando vou na casa da filha). No " first
point", não deu nem pra descer do jipe. No "second point",
paramos em um mirante e tiramos fotos de uma paisagem bonita, com rochas
vulcânicas brancas. No "third point", paramos em um local alto pra
tomar café, todos tiritando de frio. Não gostei deste safari... Talvez seja
porque pedimos sem emoção.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Á noite,
fomos para uma casa de festas, com bebidas á vontade e alguns aperitivos. Teve
várias apresentações de danças. Uma
bailarina, que dançava muito bem e com um gingado especial, era bem desinibida
e sabia se entrosar com a plateia. Chamava pessoas que estavam assistindo, para
dançarem a dança do ventre com ela . Demos boas risadas ao ver como os homens
eram desengonçados para imitá-la. Foi a atração do show. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> No dia
seguinte, acordamos às 4:00 h para o
famoso passeio de balão (por 275 dólares). Muitos carros levando turistas, mas
tudo bem organizado. Primeiro esperamos ao lado do nosso balão até ele ficar
cheio. Usam o gás propano. Uma moça, a baleeira, e um ajudante, ligavam e
desligavam o fogaréu . Dentro do balão o ar precisa estar mais quente do que o
ar externo, para ficar mais leve que o ar e subir. Tudo pronto, entramos 20 no
cesto e lá ficamos, apertadinhos. Subir na cesta é difícil, quase como ficar no
alto de um muro pensando se pula ou
não. É muito lindo olhar as terras
vulcânicas esbranquiçadas, lá do céu, parecendo paisagem lunar. O sol nascendo,
cerca de 130 a 150 balões colorindo o céu, cidades pequeninas passando devagar,
gratidão por estar ali naquele momento. Depois de uma hora , a baleeira foi diminuindo
o fogo e não sei como, a cesta com todos
nós pousou exatamente em cima de um tablado
puxado por uma camionete que estava seguindo o balão. Aterrissamos em um
local com barro e tivemos que andar bastante até chegar no carro. Valeu o passeio, as emoções , a beleza e a
paz lá no céu.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> No próximo e
último capítulo, tem muito mais: visita
à casa de Maria, às ruínas de Éfeso e à uma ilha grega. </span><o:p></o:p></span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-32872965317972482532023-06-12T10:22:00.000-07:002023-06-12T10:22:24.244-07:00Visitando a Turquia Parte 1: Istambul<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwwVhwH8fiHH2PHdbylZ0V2FsvEhp0u0VPFY0DLvhjXSeUz-MEwlxGVtg0Los3jg1Lb6YkYmnH-lHIqVMSVZxMpbcQ44gFkWJfEA47wJKBxh2u5FSya4xSZVy521zy55FxIv5Dv05qD2Y68DZtJizqRovF0QtZuj2g-2s_h4eyCK7OGeQP2qNVRXizXg/s1280/Turquia%208.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwwVhwH8fiHH2PHdbylZ0V2FsvEhp0u0VPFY0DLvhjXSeUz-MEwlxGVtg0Los3jg1Lb6YkYmnH-lHIqVMSVZxMpbcQ44gFkWJfEA47wJKBxh2u5FSya4xSZVy521zy55FxIv5Dv05qD2Y68DZtJizqRovF0QtZuj2g-2s_h4eyCK7OGeQP2qNVRXizXg/s320/Turquia%208.jpg" width="320" /></a></div> O grupo na chegada em Istambul<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuwI1u5DtRjgBku0R0G5t0vEQMFlyQJdakf_PVx5C9AI9sggJkUKwQs6WIOgI76ygQX9-d4HqpRaanaVUxoXSn_TAyu-szMpH31IIq0kPq0xDBakf_b6fMrlD_9-6zUjsvJdWdYTru80WMgxEPq_K8LyNfkK9-u9vxmwy7ITiN7uXvsIFDJammY6heEQ/s1600/Turquia%206.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuwI1u5DtRjgBku0R0G5t0vEQMFlyQJdakf_PVx5C9AI9sggJkUKwQs6WIOgI76ygQX9-d4HqpRaanaVUxoXSn_TAyu-szMpH31IIq0kPq0xDBakf_b6fMrlD_9-6zUjsvJdWdYTru80WMgxEPq_K8LyNfkK9-u9vxmwy7ITiN7uXvsIFDJammY6heEQ/s320/Turquia%206.jpg" width="240" /></a></div> Passeio no Estreito de Bósforo<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwbDURYLIaEPKtku0lTT9Vps8tNDwiSd_rb8bRfJwbHvl811liSi1zemB-mBHDSb_TtiTnP7vvr5XONsj4RI7uA3aqGQOe0S_LBgBIWAdWsUM9AjmKgaOaGgql_7AQ81moFY0I8e8tJ9O-fU84pTUyBNEXH2HqhuMX4ftgmYV6IswHaQ2FqBwTcb2H_Q/s1600/Turquia%204.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwbDURYLIaEPKtku0lTT9Vps8tNDwiSd_rb8bRfJwbHvl811liSi1zemB-mBHDSb_TtiTnP7vvr5XONsj4RI7uA3aqGQOe0S_LBgBIWAdWsUM9AjmKgaOaGgql_7AQ81moFY0I8e8tJ9O-fU84pTUyBNEXH2HqhuMX4ftgmYV6IswHaQ2FqBwTcb2H_Q/s320/Turquia%204.jpg" width="240" /></a></div> A Mesquita Azul<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgodiQHa9iRDpSwlOGOpuyaDGn_jxGEiqW_mTi6MUgk7RLVJY3eCdnRCU9Vv35ce7T4wY5HPvvYqHqiykJZZaBvMRb_ohtC_wVCxmFBWm2TxgEwiS47V5SS98uOw4UMFgxMXDz-o2EMqF3Ss0NXozGcPzIg2nOmlJiu_iiJjmz8hO3Crjo5E4YJMkQrWg/s1600/Turquia%205.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgodiQHa9iRDpSwlOGOpuyaDGn_jxGEiqW_mTi6MUgk7RLVJY3eCdnRCU9Vv35ce7T4wY5HPvvYqHqiykJZZaBvMRb_ohtC_wVCxmFBWm2TxgEwiS47V5SS98uOw4UMFgxMXDz-o2EMqF3Ss0NXozGcPzIg2nOmlJiu_iiJjmz8hO3Crjo5E4YJMkQrWg/s320/Turquia%205.jpg" width="240" /></a></div> Café no bairro Taksin<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdhqK0IPYQy8bYoAmsAbYj1jvOsOuSYb3AzaI2_5glYILcDayySSaSNCDWEwWQaJlyJ1fQI5G-TLJKiJdG1nhcEPJePrqCHewiYyeSa-M2LmJjnZwPdJswY5hBLQQJAqom-djUI8hu7AKYD5yDMzI1XEk9016uzCIwWKGJ4V9U4NjVlJn5FmwQbEextA/s1600/Turquia%202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdhqK0IPYQy8bYoAmsAbYj1jvOsOuSYb3AzaI2_5glYILcDayySSaSNCDWEwWQaJlyJ1fQI5G-TLJKiJdG1nhcEPJePrqCHewiYyeSa-M2LmJjnZwPdJswY5hBLQQJAqom-djUI8hu7AKYD5yDMzI1XEk9016uzCIwWKGJ4V9U4NjVlJn5FmwQbEextA/s320/Turquia%202.jpg" width="240" /></a></div> Ouro no Gran Bazar<p></p><p><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: medium;"> No último mês de maio estive na Turquia, com um grupo de
vários casais e mulheres . Foram 12 dias de aventuras, andanças, emoções,
cansaços, comilanças, conversas agradáveis e novos conhecimentos. E muitas
historias para contar.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> De São Paulo
a Istambul são 12 h de voo, mais o tempo de espera nos aeroportos, os atrasos,
a diferença de fuso horário ( lá são 6h a mais que no Brasil). Saímos em um dia
e chegamos na noite do outro, exaustos. E ainda demoramos a encontrar, no
aeroporto que é o maior da Europa, o turco que falava português e que seria o
nosso guia, o Arhmed. Começamos a visita, na manhã seguinte, com um tour de ônibus pela cidade e com outro
guia, o Mehmet. Um turco de olhos azuis, que falava depressa, "puxando o
xis", pois aprendeu a falar português em uma favela no Rio. Disse que 10%
dos turcos têm olhos azuis por causa dos cruzamentos com os russos. Contou que Istambul tem 16 milhões de
habitantes, é banhada por três mares- Egeu, Mediterrâneo e Negro- e pertence a
dois continentes, 97% na parte asiática e 3% na parte europeia. As partes são ligadas
por enormes pontes, a primeira inaugurada em 1973. Passamos da parte histórica da
cidade para a parte moderna e entramos em um barco para um passeio no Estreito
de Bósforo. Esse estreito tem cerca de 33 km de extensão, liga o Mar Negro ao Mar
de Mármara e tem grande valor estratégico. O nome significa "passagem do
boi" , em referência a uma jovem da mitologia grega que era amada por Zeus
e foi por ele transformada em boi (céus, que amor era esse? ). <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> Enquanto
íamos navegando, todos com cabeças enroladas em xales ( não por fé em Maomé,
mas de frio mesmo), vimos mesquitas ( templos islâmicos) pra todo lado, com suas
tradicionais torres altas- os minaretes- e as cúpulas. Existem cerca de 3.000
em Istambul. Bandeiras da Turquia de todo tamanho, vermelhas, com uma lua
crescente e uma estrela. O guia explicou que depois da queda da cidade de
Constantinopla, em 1453, o nome foi mudado para Istambul. E que o turco conquistador
chamava-se Mehmet, o mesmo nome dele! Ia mostrando as construções da época do
período romano, bizantino, otomano ( mas fui confundindo tudo). Explicou que o
fundador do Império Turco -Otomano foi o sultão Othman, daí o nome. Vimos um palácio transformado em hotel, com
diárias de 10.000 a 30.000 euros; outro hotel lindo, o Mandarim, um dos mais
famosos do mundo; várias construções dos séculos XVI e XVII; um palácio de 1850
transformado em museu; a réplica de um navio de guerra com helicópteros e
turistas visitando. Dos dois lados do estreito, havia restaurantes e barcos com
cúpula dourada. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> Depois do
barco, fomos visitar a Mesquita de Santa Sophia, a mais antiga da Turquia, a
que serve de modelo para as outras e o lugar mais visitado do país. Foi
construida entre 532 e 537, no império Bizantino, para ser a Catedral de Constantinopla,
depois transformada em mesquita. Todos que entram tiram os sapatos (senti odor
de chulé dentro da mesquita) e as mulheres cobrem a cabeça. Na sala de oração,
os homens ficam de quatro e beijam o chão. Para adorarem o Deus Alá, os
muçulmanos precisam orar ao menos cinco vezes por dia. Podem orar sozinhos, mas
a oração comunitária na mesquita é considerada mais eficaz. As mulheres podem
orar em qualquer lugar, mas não nas mesquitas, para não distrair os homens.
Antes da oração, lavam as mãos e os pés, precisam estar limpos. E se entre uma
oração e outra, tiverem tido relações sexuais, precisam tomar banho (foi o guia
quem contou). As mesquitas- e as orações- são orientadas em direção a Meca,
cidade na Arábia Saudita onde teria sido edificada a primeira mesquita e teria
vivido o profeta Maomé. Os cantos das rezas, parecendo lamento, ecoam à mesma
hora pela cidade toda, pelos alto falantes (começam às 5h da madrugada).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> Na
sequência, fomos visitar a Mesquita Azul, situada na frente da Santa Sofia.
Linda, grandiosa, com seis minaretes e um pátio imenso lotado de turistas tirando
fotos. Filas e filas de pessoas de todas as nacionalidades, impressionante o
número de turistas que tem por lá (muitos japoneses e espanhóis). No interior
da mesquita, um maravilhoso piso de mármore, 20.000 azulejos azuis esculpidos à
mão, janelas com mosaicos coloridos,
medalhões com nome de profetas, lustres enormes de cristal e muitas riquezas
mais. Mas a visita foi muito rápida, muita gente e não foi possível admirar melhor
tanta beleza. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> Depois, caminhamos
até o Palácio de Topkapi, com o guia Mehmet apressadinho na frente, com uma
bandeira vermelha levantada. O palácio foi construído no período otomano por Maomé
II, o Conquistador, e os sultões otomanos moraram neste palácio durante quatro
séculos. Hoje é um museu, com extensos jardins e várias salas de exposições. Passamos
em fila por várias salas com coleções de armas antigas, armaduras, relógios, relíquias
sagradas, vestimentas, jóias, ouro e mais ouro. Tem até berço e sofá em puro
ouro, cravejados de pedras preciosas. O
segundo maior diamante do mundo está lá exposto, deslumbrante. Do lado externo,
uma varanda com vista para o estreito de Bósforo e para o Mar Mármara. Um luxo
só. Os sultões viviam mesmo muito bem.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> Continuando
a maratona das visitas, fomos para o famoso Gran Bazar. Á pé, quase correndo ,
durante 20 min, atrás do Mehmet. Teve
gente que se perdeu no caminho e passou apuros. O Gran Bazar é o maior mercado
coberto do mundo, com quase 4.000 lojas pequenas e 60 ruas e becos, um
labirinto complexo onde é muito fácil se perder. Por isso marcamos um portão de
entrada e ficamos explorando por perto. Impressionante o número de lojas
vendendo joias grandes e pesadas de ouro puro, uma rua inteira de lojas de
ouro, dos dois lados. Perguntei o preço de uma medalha: 2.000 dólares. Ou
40.000 liras turcas. Ou 10.000 reais, só que ninguém aceita real... Minha amiga
brincou que levou R$100,00 e voltou com
R$100,00, não gastou nada...É possível comprar de tudo no Gran Bazar, desde
perfume Coco Chanel falsificado a enormes tapetes bordados à mão. Mas é preciso
pechinchar e , às vezes, tomar chá de romã.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> Depois de
uma merecida noite de descanso, o dia seguinte, um domingo, foi livre e os grupos se dividiram. Minha amiga e
eu resolvemos pegar um Uber e visitar Taksin , um bairro na parte asiática da
cidade e com uma rua de pedestres sempre superlotada. O motorista do Uber era
muito gentil e colocou música espanhola para nós (ele nem sabia que existia
português). Usou o google, traduziu para nós uma mensagem do turco para o
espanhol e mostrou no celular: "las chicas curdas son muy alegres e
parecen tener 18 años". Não sabíamos se "curdas" era elogio ou
não, mas gostamos da mensagem. Pagamos 390 liras turcas (100 reais) para andar
quase meia hora de Uber. No bairro, visitamos lojas, restaurantes, mesquita,
parques. Andamos em um bondinho vermelho , pequeno e charmoso, que descia até o
final da rua e subia novamente. Foi árduo entender como comprar os bilhetes,
tudo é aprendizado. Como não sabíamos os pontos de embarque, entramos em um
ponto e o motorista mandou descer no outro, junto com todos. Mas insistimos e
conseguimos usar o bilhete novamente, subindo toda a rua. Minha amiga detestou,
eu adorei!<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> Bem, chegamos no hotel á noite e depois ainda
fomos conhecer um shopping nas proximidades. Mas antes, deixamos as malas no
hall do hotel para serem colocadas no ônibus , conforme instruções recebidas.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> A partir daí, aconteceu um drama , que
contarei no próximo capítulo.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: medium;"> </span></span></p><p>
<span style="font-size: medium;"> </span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-33441736588935426282022-10-15T19:15:00.001-07:002022-10-15T19:15:34.873-07:00O boi Diamante<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb9Gj7UJ-wj0jrbByKXznRms3ytVkupAliTrzwRd1gS8eAm3AO4bA0OZAoLHgDnMfXvnWuIcu4ntZPNmq22O49uVgxZn_gODbE37pwmxHJyQGlqKrXEuomTddPAft4vp3w50--OcDy-JSf1_4bxFjf4MyAZHwzg01yQVCRpQbTtapyw36-ApwSUJ97VA/s1600/boi%204.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb9Gj7UJ-wj0jrbByKXznRms3ytVkupAliTrzwRd1gS8eAm3AO4bA0OZAoLHgDnMfXvnWuIcu4ntZPNmq22O49uVgxZn_gODbE37pwmxHJyQGlqKrXEuomTddPAft4vp3w50--OcDy-JSf1_4bxFjf4MyAZHwzg01yQVCRpQbTtapyw36-ApwSUJ97VA/s320/boi%204.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigXNWdn3DD_5slBWmfw0stQqJ-vA4PMsQga2kG8ONs17VJ7u6Gw1d4c-zodWMTsH0IVAHbhMBgt8-Kbhkphtelnog4R-6VlNlErsWslZHz5KBgAU7QZYW2q0GZebsxY1NydjL3qMNZbZI-2a4wB91-Dfm3BtBDA7GGcOHmxccM7Cm0XrV_OfRzjcpf7A/s1600/boi%203.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigXNWdn3DD_5slBWmfw0stQqJ-vA4PMsQga2kG8ONs17VJ7u6Gw1d4c-zodWMTsH0IVAHbhMBgt8-Kbhkphtelnog4R-6VlNlErsWslZHz5KBgAU7QZYW2q0GZebsxY1NydjL3qMNZbZI-2a4wB91-Dfm3BtBDA7GGcOHmxccM7Cm0XrV_OfRzjcpf7A/s320/boi%203.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0AC1u9JWrTbsIHiG0CrKAVhGIthQRLied1uU8_skjCKDWeU9_0iHiPgUQro4XOBXsCytW7pWrhGq_VpCKXgKVjQRilBa6eK7Gr403OpzLym-M8t_kfV03s9jW6Bv5pjnY3eaVKMjVFMCjXL4UL8jRXqTR1sZpfLrQg_gxYPC7tJE5onJz7EEGQujYjw/s1156/boi%202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1156" data-original-width="867" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0AC1u9JWrTbsIHiG0CrKAVhGIthQRLied1uU8_skjCKDWeU9_0iHiPgUQro4XOBXsCytW7pWrhGq_VpCKXgKVjQRilBa6eK7Gr403OpzLym-M8t_kfV03s9jW6Bv5pjnY3eaVKMjVFMCjXL4UL8jRXqTR1sZpfLrQg_gxYPC7tJE5onJz7EEGQujYjw/s320/boi%202.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG2vP4Iz_xoXgK8OkKFyhZhVbcYYjq06IdlGZimcMwyB7KAJ5ThH3iJ1mnGiJ1Kk5FIzoLkPpVrhuVsuHN263TSRahtBcf_iVN5InY11VONtAFmNQrolA2j7-kFzfD6AJNv8w0GCBfjUbMe39SsAGEu2f1bQ_K4c8PPOEfiVjBMkBaIiXLlmguacnmjw/s1280/Boi%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG2vP4Iz_xoXgK8OkKFyhZhVbcYYjq06IdlGZimcMwyB7KAJ5ThH3iJ1mnGiJ1Kk5FIzoLkPpVrhuVsuHN263TSRahtBcf_iVN5InY11VONtAFmNQrolA2j7-kFzfD6AJNv8w0GCBfjUbMe39SsAGEu2f1bQ_K4c8PPOEfiVjBMkBaIiXLlmguacnmjw/s320/Boi%201.jpg" width="160" /></a></div><br /> <span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; text-align: justify;"> </span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: verdana;">Já aceitei o
fato de que jamais vou obter algum lucro da minha fazendinha. Mas terei muitas
histórias para contar. Por exemplo, o caso do boi.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Tudo começou
quando precisei de um boi para cruzar com as vacas que comprei. São onze: sete
já prenhas, duas com bezerros e duas entrando no cio. Não seria possível fazer
inseminação artificial, pois é necessário curral adequado, com tronco, e lá não
tem (não tem nada, só problema). A vaca pode ficar muito brava e dar coices no
veterinário. Como as coisas andam, provavelmente isso iria acontecer. Além do
mais, eu queria conhecer o boi que seria o pai de todos os bezerrinhos da
fazenda. Saber se seriam parecidos com o
pai, de boa genética, etc. Inseminação artificial é muito vago, muito abstrato.
E como vaca não se reproduz por partenogênese, o encarregado e eu começamos a procurar um boi
bom e barato. Um absurdo o preço de um reprodutor: de R$15.000,00 a R$20.000,00
e sem P.O. ( registro que atesta qualidade). Por sorte, encontramos uma
fazendeira vizinha que precisava vender um boi. Grande, bonitão, orelhas bem
compridas, nelore, todo branco, com 3 anos. Negociei por R$8.500,00, pra pagar quando entregassem. Fiz uma votação
na família para escolher o nome: Araújo, Bumbá ou Sansão. Ganhou Araújo. No
entanto, a vizinha contou que ele já se chamava Diamante, era manso e atendia
pelo nome. Resolvi não trocar, para não causar confusão mental no Diamante. O
tempo foi passando e o boi não chegava. Avisaram que ele estava escondido no
pasto do vizinho e não estavam encontrando. Um mês e meio depois da negociação,
o Diamante chegou na minha fazendinha. Justo no dia primeiro de outubro, quando
eu lá estava, fiquei emocionada. Ele foi sendo tocado pela estrada por dois
cavaleiros e junto com duas vacas no cio. Sozinho ele não iria, de forma
alguma. Prenderam o Diamante no curral e tentaram colocar as minhas vacas com ele, para
irem se enturmando. Mas as vacas dispararam e ele ficou sozinho. E depois que
os cavaleiros foram embora, não tinha como buscar as vacas novamente, pois à pé
o encarregado não conseguiria, já que o bendito Canarinho, meu único cavalo,
tinha fugido pela oitava vez (ele passa debaixo de qualquer cerca). Apreciei o
Diamante, tirei fotos de todos os ângulos; e ele sozinho, bufando no curral. E,
não sei o porque, o encarregado abriu a porteira e soltou o Diamante, sem
nenhum tipo de adaptação ao novo ambiente. Ele saiu trotando majestoso, olhando
pra lá e pra cá, parou perto da casa da sede. Eu da varanda olhei nos olhos
dele, ele olhou nos meus. Depois , vagarosamente, virou a traseira para mim e,
balançando o rabo, entrou no pasto sujo, cheio de árvores e arbustos e
desapareceu. Ainda falei para o encarregado: _"Tião, este boi vai
sumir!". Ele argumentou que não,
que o boi iria procurar as vacas e o cocho d'água. Como meu conhecimento nesta
área é zero, acreditei. E não é que o boi sumiu mesmo? Desapareceu sem deixar
rastros. O pior é que , sem o Canarinho, como procurar o Diamante? Resolvi dar
uma recompensa para quem devolvesse o Canarinho. Colocamos a foto dos dois em
todos os grupos de whatsApp da região. Em dois dias, o Canarinho apareceu.
Paguei uma recompensa de R$300,00 .
Voltou de crina feita e com os cabelos da orelha aparados, bem bonitinho. O
encarregado montou nele e andou quatro dias procurando o Diamante. Com a graça
de Deus, foi encontrado, junto com vacas no cio, em uma fazenda ao lado. Parece
que pulou a cerca e tudo indicava que estava bem e feliz. Quando, em
Uberlândia, recebi a notícia que o Diamante tinha sido encontrado, fiquei em
êxtase e contei para todos que estavam torcendo para ele aparecer. Regozijo
geral. Mas a alegria durou pouco, apenas 3h. Recebi várias fotos do Diamante
morto, mortinho, caído no chão! E uma foto tétrica, com um furo perto do
pescoço, com sangue saindo (sangraram para ver se podiam depois aproveitar a
carne). Contaram que ele estava sendo tocado, junto com duas vacas paridas,
para o curral. De repente, ele começou a
tremer as pernas, caiu no chão, estrebuchou, virou os olhos e morreu!! Um filme
de terror. Consternação geral. Parece que teve um ataque cardíaco. Especulando-se
sobre a causa da morte, foram levantadas 5 hipóteses: estresse por ter deixado
as vacas no cio; excesso de ingestão de ureia com sal; paralisia respiratória
causada por botulismo; picada de cobra; ingestão de ervas venenosas seguida de
excesso de movimento, como corrida. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Analisando-se
os sintomas e as circunstâncias, a mais provável "causa mortis" é a ingestão
de ervas venenosas. Ou então o estresse. O Diamante mudou de fazenda, ficou perdido,
deve ter passado sede, foi arrancado dos seus amores (Jesus, será que o boi
morreu de paixão?). Descobri que boi pode morrer de estresse sim, tem boi bravo
que morre quando é amarrado ao tronco, sofre um ataque cardíaco. Enfim, lá se
foi o Diamante, não aproveitamos nem a carninha dele. E ainda fiquei
traumatizada e com pesadelos. Lembrei-me do Zé, meu finado marido: mandava para
o matadouro 50 bois de uma só vez e dormia feliz, sonhando com o dinheiro que
iria ganhar. Eu não, só faltou receber pêsames pela morte do boi...<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Agora, não
quero mais comprar boi. Vou alugar algum quando precisar. E esperar o meu bezerro, o Príncipe Houdini,
crescer. Ele já está com um ano, saudável, bem adaptado na fazenda e
conseguindo escapar das inúmeras cobras venenosas que rastejam por lá. Quem
sabe algum dia nasçam lindos bezerros e eu possa falar: -"Parece com o pai"! A esperança é
a última que morre. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> </span><o:p></o:p></span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-79982569305049138872022-09-02T20:09:00.000-07:002022-09-02T20:09:59.049-07:00História de uma árvore<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPMWhTpnRJbP90GDDPAdYSYDzTgqJZ5nPImwuK5bmNkvEsix7ra4JVC_pVU_2eUbnMHKWhYlKP_zMk6GKmqjmbx7ZScnoRuvtLhPedMkr0R5lVyDjw3kTC8I31wVGuhdXVwUafz0iGX2Y__VVqYc6LLRj6TJfn3u0tCwXLgjOsKQZ5yuYPebMZa1z26A/s4640/sibipiruna%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4640" data-original-width="3488" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPMWhTpnRJbP90GDDPAdYSYDzTgqJZ5nPImwuK5bmNkvEsix7ra4JVC_pVU_2eUbnMHKWhYlKP_zMk6GKmqjmbx7ZScnoRuvtLhPedMkr0R5lVyDjw3kTC8I31wVGuhdXVwUafz0iGX2Y__VVqYc6LLRj6TJfn3u0tCwXLgjOsKQZ5yuYPebMZa1z26A/s320/sibipiruna%201.jpg" width="241" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQsX2IlFr_V85gjy_W33OlDGD32wy1zXPtCuMJAoAIoyd7KgwiqXuRIN5ojR7wqGhc0CK9kbq_GAJowZ7jFM3jNQFFEahivr7mD0en3O8CT3TZ18AakIanKhXvPOrTCSHRRFxK5BSYU9hsTGfp5Mxfr25EiZMHIyxEj0vu9wlnSCs_EBsEXoAlWqpd0g/s4640/sibipiruna%203.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4640" data-original-width="3488" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQsX2IlFr_V85gjy_W33OlDGD32wy1zXPtCuMJAoAIoyd7KgwiqXuRIN5ojR7wqGhc0CK9kbq_GAJowZ7jFM3jNQFFEahivr7mD0en3O8CT3TZ18AakIanKhXvPOrTCSHRRFxK5BSYU9hsTGfp5Mxfr25EiZMHIyxEj0vu9wlnSCs_EBsEXoAlWqpd0g/s320/sibipiruna%203.jpg" width="241" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaGFJIhghZEFLqJiaBfB-OiIsrXLbmtyOrEpr5nIkTSqbY4lnExquifUKRuSi6U7b_OScdi-tcIDZo89xy7OGgDwgZ7qRyMlcJM0FQi_hmJLJ1c0cnMIemaVaGKkBzdGdG-ciEQUkltyNJR01ckQbV23YLYb4HqBgH9qEt5L7SUWLEd4bSgiHXPKCnBA/s1600/sibipiruna%204.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaGFJIhghZEFLqJiaBfB-OiIsrXLbmtyOrEpr5nIkTSqbY4lnExquifUKRuSi6U7b_OScdi-tcIDZo89xy7OGgDwgZ7qRyMlcJM0FQi_hmJLJ1c0cnMIemaVaGKkBzdGdG-ciEQUkltyNJR01ckQbV23YLYb4HqBgH9qEt5L7SUWLEd4bSgiHXPKCnBA/s320/sibipiruna%204.jpg" width="240" /></a></div><br /> <b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> </span></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: helvetica;"> Tudo começou
em 1985, quando a muda de Sibipiruna- <i>Caesalpinia
pluviosa</i> - foi plantada na calçada
em frente ao meu sobrado recém construído, na Rua Johen Carneiro, no bairro Lidice
de Uberlândia. Para ter o habite-se da nova moradia, era obrigatório, por parte
da Prefeitura, esse plantio de árvore na calçada (ainda é). Ela foi crescendo
dentro de um cercadinho que a protegia dos vândalos. Na frente e ao lado dela,
havia mais quatro lindas e frondosas Sibipirunas, que formavam um lindo tapete
de flores amarelas no asfalto preto. Ao longo do tempo, todas foram cortadas. É
assim mesmo, o homem diz amar as flores, mas arranca; diz amar as árvores, mas
corta. E cortar dói... É triste ver a beleza que perdemos a cada dia. Solitária,
a minha Sibipiruna foi crescendo forte e saudável. A copa ficou frondosa e
arredondada. Quando florescia, entre agosto e outubro, os cachos em forma de espigas, com florzinhas amarelo
ouro, contrastavam com o verde escuro das folhas. Lindo de se ver. Depois,
surgiam os frutos em forma de vagem, verdes no começo e escuros no final. As
folhinhas miúdas caiam, a árvore ficava com os galhos quase nus e começava tudo
de novo: folhas nascendo, flores se abrindo, frutos surgindo, sementes caindo.
Penso que todos deveriam plantar árvores para ver de quantas vidas é feita uma
árvore. Ou para deixar ao menos uma árvore
como herança para o mundo. Rubem Alves escreveu: " Amo aqueles que plantam
árvores mesmo sabendo que nunca se sentarão em sua sombra. Plantam árvores para
dar sombra e frutos para aqueles que ainda não nasceram". <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Também
plantar árvore para que filhos e netos possam brincar e descansar na sua
sombra...Para abraçar seu tronco e conversar com ela... Para entender que uma
árvore não é "apenas" uma árvore, é todo um ecossistema... Só para
dar alguns exemplos, nos seu tronco e galhos podemos encontrar centenas de
outros seres vivos: aranhas, opiliões, pseudoescorpiões, formigas
de todos tipo, cupins, larvas de besouros, cogumelos e outros fungos, líquens,
trepadeiras, orquídeas, samambaias. Ninhos de pássaros, de abelhas, de cupins,
de formigas; casulos e borboletas nascendo. Abelhas, vespas, besouros e moscas
nas flores. Lagartixas correndo ligeiras. Micos comendo frutos. Ah, e tem os
pássaros cantando! Sabiá, bem-te-vi, pardais. Pombinhas arrulhando. Ouvi-los cantar faz bem à alma e ao coração.
Na minha Sibipiruna, sempre havia uma sinfonia às seis da manhã e às seis da
tarde... Era bom dormir de janela aberta olhando a copa da árvore e acordar com
o canto dos passarinhos. Era bom também saber que a árvore estava lá, na frente
da casa, enraizada. Árvores são assim: ficam onde nascem, são felizes onde
estão. Uma presença constante, aquela amiga de todas as horas. Quando chegava
em casa, às vezes não tinha ninguém...Mas a Sibipiruna lá estava, majestosa,
silenciosa, companheira e cheia de vida. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Os anos
foram passando. A Sibipiruna teve os galhos cortados várias vezes porque encostavam nos fios elétricos e
escureciam a rua. As raízes levantavam o passeio e muitas foram retiradas e o
passeio consertado. A tudo ela resistia e continuava com suas flores amarelo
ouro, enfeitando o quarteirão. Fez 37 anos em 2022, mas esta espécie pode viver
mais de 100. Há quase seis anos, mudei-me para um apartamento e ela continuou
na calçada, dando sombra e beleza para o inquilino que mora no local. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Mas no dia
11 de agosto ela morreu. Foi cortada, restou apenas o vestígio do tronco largo
cortado rente ao chão. Simplesmente apareceram, bem cedo, quatro caminhões da
prefeitura, com vários homens, guindaste e motosserra. Cortaram a árvore rapidamente, sem dó nem piedade. Não me deram nem a oportunidade
da dor da despedida. Sequer fui avisada e o inquilino também não. Jogaram os
galhos imensos nos caminhões e foram embora. Descobri depois que houve uma
denúncia, peritos foram ao local e condenaram a árvore porque ela estava com
cupins e oferecia perigo de queda. Ainda falaram que eu deveria ter cuidado
dela, pois há dois anos foi emitido pelo Horto Municipal um laudo informando
sobre a infestação de cupins. Nunca recebi tal laudo. E quando me mudei da casa,
não havia sinais externos dos mesmos.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Os cupins se alimentam de celulose, são
silenciosos e discretos, pode levar anos
até serem detectados numa árvore. Talvez o destino da árvore culminasse mesmo
com o corte. Mas não é assim que se faz. O laudo é da Defesa Civil da PMU. Que "defesa"
é essa? Total desrespeito ao cidadão...Por outro lado, devem existir dezenas de
árvores com cupins pelas ruas e nem por isso são cortadas, felizmente. Também não
podemos culpar os cupins, pois o homem é igual a eles: vai corroendo o planeta
com cortes e podas drásticas desnecessárias de árvores, desmatamentos, poluição
de rios e mares, queimadas, aquecimento global e muito mais. E de repente, na
calada da noite ou da manhã, tudo vai terminar...Como disse Kalil Gibran:
" Árvores são poemas que a Terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e
as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio". <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Enfim, só me resta agora plantar outra árvore.
Aliás, duas: uma vizinha já consentiu em plantar na calçada dela também. Mas,
novamente citando Rubem Alves: "Antes que qualquer árvore seja plantada ou
que qualquer lago seja construído, é preciso que as árvores e os lagos tenham
nascido dentro da alma. Quem não tem jardim por dentro , não planta jardins por
fora e nem passeia por eles." </span><o:p></o:p></span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-61506500519574345042022-08-17T17:56:00.006-07:002022-08-17T17:56:42.092-07:00A Noruega Parte II<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5ZxrxBXl6EQJa3m05wCxMaM6YdW-z0N58PvCkgATkm7N9i9ybe0kTOSG7Egh-lOQ6Aik8VE6Za5J2GQ1p-TpvZGPznZseIGymJ4YZ2NpKFzOl4Mvld7bvZXkpZovpfh3f1RBT1pk4w2bsQy14nMZwtAp57jCF_LixrVI3vD5F8fUMABzUJPMs_PMpMA/s4624/Noruega%207.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5ZxrxBXl6EQJa3m05wCxMaM6YdW-z0N58PvCkgATkm7N9i9ybe0kTOSG7Egh-lOQ6Aik8VE6Za5J2GQ1p-TpvZGPznZseIGymJ4YZ2NpKFzOl4Mvld7bvZXkpZovpfh3f1RBT1pk4w2bsQy14nMZwtAp57jCF_LixrVI3vD5F8fUMABzUJPMs_PMpMA/s320/Noruega%207.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoS6RQI8PaFbxpgg75NIJw0URFeUigQ5WMzLHvvKzmHqW6GbRTApjPlQwInG0xaMOeOPsqNGM0ScomHoFYWMzUVZrmSC0HHXm-97DKRfzzxkY5ovrs-R9ALBSMOEqrcMrzSYwEsESRFG3Vme25mAhle-VbLePnVlhI-gJtHvoSOD9j8MPiGpV8mzEUvA/s4624/noruega%2010.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoS6RQI8PaFbxpgg75NIJw0URFeUigQ5WMzLHvvKzmHqW6GbRTApjPlQwInG0xaMOeOPsqNGM0ScomHoFYWMzUVZrmSC0HHXm-97DKRfzzxkY5ovrs-R9ALBSMOEqrcMrzSYwEsESRFG3Vme25mAhle-VbLePnVlhI-gJtHvoSOD9j8MPiGpV8mzEUvA/s320/noruega%2010.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAA8KOgWNweI0NBzXayHFxNrdETS0WGB-jIjl07r6jWA5oYJ3juuOLw0Re0zV5JPBqG0z-MlFUHmG47rMOTm-rndYN540U3PDT-rn-wGAw5gYd25VsTIKNpLDFCOARaVM4OgB99yCZfwXVbaj5n_MDzu4wZjrHlHmS63KAqdgYS6oz2rpwa2oDAw1_rQ/s2048/noruega%209.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1150" data-original-width="2048" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAA8KOgWNweI0NBzXayHFxNrdETS0WGB-jIjl07r6jWA5oYJ3juuOLw0Re0zV5JPBqG0z-MlFUHmG47rMOTm-rndYN540U3PDT-rn-wGAw5gYd25VsTIKNpLDFCOARaVM4OgB99yCZfwXVbaj5n_MDzu4wZjrHlHmS63KAqdgYS6oz2rpwa2oDAw1_rQ/s320/noruega%209.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /> <span style="font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: arial;"> Na
Noruega, há muita preocupação com as crianças. Existe suporte para elas na área
da educação, da saúde, do lazer. Fiquei impressionada com o caso que minha
norinha contou-me. Ela conhece uma brasileira, casada com um norueguês. O casal
tem um filho de 10 anos. Um dia, o menino caiu de bicicleta e se arrebentou
todo: machucou os joelhos, os cotovelos, arranhão pra todo lado. Foi aberta uma
sindicância para saber se houve negligência por parte dos pais. Inspecionaram a
bicicleta e viram que o freio estava gasto. Daí, uma assistente social foi
enviada para ficar na casa do menino durante vários dias, para ver como ele era
tratado! Por tudo isso, minha norinha tem muito medo do Benício, meu neto de 10
anos, também se arrebentar na bicicleta. Ele anda na cidade pra todo lado, com
um relógio que é também um telefone que pode chamar o pai, a mãe e o irmão.
Funciona como um GPS, rastreia e mostra a localização. Também possui um botão de
pânico.</span></span></p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: arial; font-size: 12pt;">As
crianças têm muita liberdade, andam de ônibus sozinhas e passeiam pela cidade.
Quando nascem, os pais recebem 80.000 kroners para as primeiras necessidades (o
NOK ou Kr é a moeda de lá; um real vale dois kroners). A criança ganha de 1200
a 1.600 NOK, até os 18 anos. A licença maternidade é de 12 meses, compartilhada
com o pai. Escolhem quanto meses cada um ficará de licença; o pai também
precisa cuidar do pequenino, para estreitar os laços. O nome da criança é automaticamente
inserido para </span><span style="font-family: arial; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: arial; font-size: 12pt;">vaga na escola pública até
os seis anos, na Barnehage, o jardim de infância de lá. Se a mãe não quiser a
escola, recebe uma mesada para ficar com a criança. E o aluno perde a vaga com
poucas faltas não justificadas. Por lá existe muita seriedade no processo
educacional.</span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Também
os idosos são tratados com carinho e respeito. Os que desejam viver sozinhos
usam um relógio que é um GPS e , se necessário, ligam diretamente para uma
central de auxílio. São visitados duas vezes por semana por uma assistente
social.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Quanto
à saúde, todo o sistema é público e os hospitais são excelentes. Os impostos
são muito caros, mas totalmente revertidos para a sociedade. Cada Komuna (bairro)
possui o médico da família. As farmácias não vendem remédio sem receita médica,
apenas Paracetamol, para evitar que as pessoas fiquem expostas a muitos
remédios. Ouvi sobre o caso de um casal de brasileiros que trabalha por lá. A
bebê deles nasceu prematura, com 320 gr e sobreviveu, um verdadeiro milagre. Ela
ficou na UTI durante quatro meses e a
mãe também, cuidando da criança. O pai teve licença no emprego e ficou
hospedado em um anexo de apoio ao hospital, para revezar com a mãe, pois
tiveram que ir para Oslo. Tudo pelo sistema público de saúde. Hoje a menininha já
fez um ano, é linda e sem sequelas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Outras
coisas interessantes : 1) Não existem cachorros e gatos de rua por lá. É muito
caro ter um cachorro. Precisam ter chip e seguro saúde. Só saem pra rua com os
donos e podem entrar em todo lugar. Os gatos dão umas fugidas e olham pelas
janelas das casas. 2) Não existe Uber na Noruega, só táxi. O governo considera que ser motorista de Uber
não é um bom emprego para as pessoas. 3)Todos podem saber o que o outro ganha,
existe um site especial para isso. E a pessoa que teve o salário consultado
fica informada sobre isso. 4) Bebida alcóolica só é vendida até 22h nos bares e
restaurantes. Uma cerveja custa de R$30,00 a R$75,00. 5) Várias palavras do
norueguês são parecidas com o inglês. Ex: Welcome é velkommen (mas a gente não
entende nada) 5) Não existem clubes recreativos particulares, todos são
públicos. O que um pode, o outro também pode. Basta comprar um tíquete para
desfrutar. 6) O país realmente funciona. Por exemplo, os ônibus nas cidades passam
exatamente no minuto divulgado. As passagens são adquiridas por meio de um
aplicativo e mesmo não tendo supervisão dentro do ônibus, as pessoas não andam
sem pagar. 7) Ninguém pega as coisas dos outros. Meu neto esqueceu um tênis
caro na quadra de futebol; ficou lá alguns dias até ele buscar. 8) Os
noruegueses são preocupados com o desperdício. Por exemplo, no prazo de
validade dos alimentos, escreve-se "melhor consumir até...". E na
construção de casas (são de madeira), realizam-se testes enchendo-as de ar. São
pressurizadas para ver se tem algum vazamento que poderia prejudicar a
calefação e gastar mais energia no inverno. 9) As casas possuem um ou dois
banheiros no máximo, mesmo as casas grandes 10) O governo incentiva a
construção de casas com um pequeno apartamento independente, para ser alugado
para estudantes a preços módicos. Não é cobrado imposto sobre este aluguel. 11)
O caminhão de lixo orgânico passa de 15 em 15 dias, o que de certa forma induz
as pessoas a diminuírem o lixo. Possui um guindaste para levantar o contêiner,
ninguém fica correndo atrás.12) Não existe filtro nas casas. A água das
torneiras é potável. 13) Na escola internacional o ensino é em inglês. Há aluno espanhol, colombiano,
inglês, canadense, brasileiro, egípcio. São os filhos de funcionários das
empresas de petróleo e da OTAN. Alunos chineses, japoneses e indianos são
raros. 15) O sistema de governo é parlamentar, com monarquia constitucional. O
Rei Haroldo V e a rainha Sônia estão por todo lado, sorridentes e cheios de
medalhas, em cartões postais. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Mas
nem tudo são flores . A Noruega é um dos países
mais caros do mundo. O litro de óleo diesel custa R$12,00, mesmo o
petróleo sendo uma das principais riquezas da Noruega. Na alimentação, uma
garrafinha de coca de 500 ml custa R$18,00; um quilo de carne moída R$75,00 e
de carne de primeira, R$300,00. Comer em restaurantes é caríssimo. E a gente
sente falta de frutas tropicais gostosas como o mamão, banana prata e banana
maçã. Tem manga, mas é importada e sem gosto.
<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Outra coisa importante: este sol nosso
de todo dia, quentinho, caloroso, gostoso, que aquece a alma e o coração, independente
da estação do ano, por lá praticamente só
aparece no verão. E às vezes nem isso... Por do sol o ano todo, lindo como o
nosso, nem pensar (é verdade que existe a aurora boreal, mas só ao norte, em
condições especiais e temperaturas abaixo de zero). É um país onde tudo tem que
se adequar a cada estação do ano. Fiquei pensando: como lá tem muito leite e
queijo de cabra, o que será que fazem com as cabras no inverno? Será que ficam
presas em barracões? <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Também
vale lembrar o comportamento dos noruegueses. Eles são cuidadosos em demonstrar
emoções para os outros e não gostam de ficar muito perto. Parece que precisam
de espaço, não querem perturbar e nem serem perturbados. Falam baixo, são
educados, não puxam conversa com
desconhecidos. Mas achei que falta algo, talvez calor humano... <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: arial;"> Bem,
meu filho morou três anos na Noruega,
com a esposa e dois filhos. Adoraram morar lá, gostaram de tudo, fizeram muitas
amizades. Agora irão morar dois anos em Singapura, pois meu filho precisa
acompanhar a construção de um navio para extração de petróleo. Estão partindo
com aquele sentimento de perda, de terem deixado algo bom para trás da qual não
se despediram direito. O Benício, meu neto, não está preocupado com o
calor úmido de lá, com o regime de ditadura e nem com a obrigatoriedade do uso
de máscara. Depois de ficar indignado quando soube que lá é proibido mascar
chicletes, quer é saber se tem lugar para jogar futebol e se na nova escola terá mais dever de casa que na escola da
Noruega. Que Deus o proteja e á família toda. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-91218370413522027322022-08-17T14:00:00.000-07:002022-08-17T14:00:14.185-07:00A Noruega- Parte 1<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwYmR5muo_pKheHB0P9wY0hgM12mB53HQWrUz7678vCVTGZArWKOMZCVUF8LXTLnKSGa9pEldzOg7YrNTMHc8w8vlonDKb81mLA4PED0aoqNsT4dnobVcVadAFz7FEQctpDPK9D8KcsedmKH86Ix9BmZBhg7uAGQYMSA77ce_kKG9WlPkIRNFxH4Dc9A/s2048/noruega%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1150" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwYmR5muo_pKheHB0P9wY0hgM12mB53HQWrUz7678vCVTGZArWKOMZCVUF8LXTLnKSGa9pEldzOg7YrNTMHc8w8vlonDKb81mLA4PED0aoqNsT4dnobVcVadAFz7FEQctpDPK9D8KcsedmKH86Ix9BmZBhg7uAGQYMSA77ce_kKG9WlPkIRNFxH4Dc9A/s320/noruega%201.jpg" width="180" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggNyjcVo2djwXYDXs7Kvxeeldjm1JMHULf6Lh7VpAaQpPkeQgkB-Knl43P4osAkPIIrUReOnEHU4IgAXpDCCSBFotwTfU7ZrkjlRWc0xoo9ffxSAlNxMediOXcd4XVgFwHfXXvjzhKP0iCKixugfGPb0Ct-M07HWjC4-5TwN1lVrluPzcaulc6psdfaw/s4624/noruega%202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggNyjcVo2djwXYDXs7Kvxeeldjm1JMHULf6Lh7VpAaQpPkeQgkB-Knl43P4osAkPIIrUReOnEHU4IgAXpDCCSBFotwTfU7ZrkjlRWc0xoo9ffxSAlNxMediOXcd4XVgFwHfXXvjzhKP0iCKixugfGPb0Ct-M07HWjC4-5TwN1lVrluPzcaulc6psdfaw/s320/noruega%202.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_xaXuikU-tZ_WLFtRCs67-B9Su8jGPkOxBPRoPuSuGsk3ObXnwjqe36Nm0xi-zEuZJVkVDPyesKaitxfUIvvO_MReNqx6aJJyG7ZcR7vxX5oYQu6uE5HrVZ_K62CQB0D8ciLtMEt5VvLvqWxZ93pyhzduYGgs1tEydeoY-DM5asBBHKkMTw6EVtdbUQ/s2048/Noruega%205.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_xaXuikU-tZ_WLFtRCs67-B9Su8jGPkOxBPRoPuSuGsk3ObXnwjqe36Nm0xi-zEuZJVkVDPyesKaitxfUIvvO_MReNqx6aJJyG7ZcR7vxX5oYQu6uE5HrVZ_K62CQB0D8ciLtMEt5VvLvqWxZ93pyhzduYGgs1tEydeoY-DM5asBBHKkMTw6EVtdbUQ/s320/Noruega%205.jpg" width="240" /></a></div><br /> <p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: verdana;"> Recentemente,
estive em Stavanger, na Noruega. Fui passar 15 dias com o filho que mora nesse
país com a família e trabalha na empresa de petróleo Equinor. Vi e aprendi
muita coisa.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Por exemplo, o país é lindo. Tem montanhas altas com picos cobertos de gelo
e por onde descem cachoeiras cristalinas e esverdeadas, formadas pelo gelo que
derrete. Trilhas que passam por paisagens de tirar o fôlego. Fiordes, que são
braços de mar que entram pelo continente e recortam todo o país. Rochedos imensos ladeando os fiordes, onde as pessoas
sobem e parecem ficar acima das nuvens, observando o mar lá do alto. Entre os pontos turísticos
destaca-se a Preikestolen, que fica em
Forsand. É uma uma falésia de 604m, por onde se chega após uma subida que leva
de 2 a 3 horas, por uma trilha de 4 km cheia de pedras. O topo do rochedo é
quadrado, com cerca de 25x25 m, chamado de Púlpito do Pregador. A vista lá de
cima é uma das coisas mais incríveis de se ver na vida (eu não fui, mas os
filhos e netos foram e contaram). As pessoas mais ousadas sentam-se na beirada da
rocha e balançam as pernas. Já o meu neto de 14 anos, bom de bola, ficou no
platô, com a camisa do Brasil, fazendo embaixadinha...Tem até uma cena do filme
"Missão Impossível" filmada na Preikestolen. É de arrepiar, com o Tom
Cruise dependurado no precipício, lutando com o vilão . No inverno não é
possível subir, a trilha fica coberta de neve e tem pouca luz, é perigoso. Outro
ponto turístico famoso é a Trolltunga, mas não subimos até lá, apenas visitamos
a região. É uma pedra esticada
horizontalmente a 700 m de altura, sobre um precipício, com um lago abaixo.
Noruegueses e turistas enfrentam uma caminhada de 22 km ida e volta, numa
subida intensa, onde tem neve na trilha até no verão. O nome significa
"língua do Troll". O Troll é uma figura do folclore da Noruega. Segundo
a lenda, é feio, grandalhão, pouco inteligente, mas desperta simpatia. Habita a
escuridão das florestas e as cavernas das montanhas. Ele está em toda parte na
forma de estátuas, pinturas, histórias. É vendido como cartões postais,
bonecos, brinquedos, canecas, etc. Ele e a família toda: filhos, mulher, avô,
avó. Troll pra todo lado e pra todo gosto. Esquiando, andando de moto, abraçado
no alce. Comprei um pregador de geladeira com toda a família Troll, de
lembrança. Vimos
uma escadaria de madeira de 4.444 degraus. A maior do mundo em madeira,
equivalente a um prédio de 28 andares. Foi construída há cem anos, para os
trabalhadores levarem nas costas o material para fazer uma hidrelétrica, hoje
desativada. Não subimos, Deus me livre! Olhamos por baixo, quando fizemos um
passeio de barco por um fiorde para apreciar as cachoeiras, as rochas imensas,
a mansidão azul das águas do mar. E com um vento gelado batendo no rosto, em
pleno verão com temperatura entre 7 a 14 graus. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Também as rodovias e estradas na
Noruega são incríveis. Tudo lá é muito intenso. Cheias de altos e baixos,
muitas curvas, pontes sobre o mar, túneis imensos. Atravessamos um de 14,6 Km
perto de Stavanger. Passa debaixo do fiorde.
Primeiro o túnel desce para passar pelas rochas debaixo do mar, depois sobe.
Uma loucura, e tudo com qualidade e segurança. Nas estradas que ligam pequenas
cidades ou chegam a pontos turísticos, é um eterno zigue-zague , sobe e desce, e
precipícios. Ovelhas e cabras pastam nas margens. São estradas estreitas de mão
dupla, mas só passa um carro de cada
vez. Quando um encontra outro, um precisa
dar marcha a ré e encostar em local mais largo. A gente reza pra não encontrar
nenhum carro na curva. Achei estas estradas perigosas demais, em alguns pontos
nem tem proteção perto dos precipícios. No inverno ficam interditadas, cheias
de neve e os motoristas não sabem onde é a estrada. Talvez por tudo isso seja
muito difícil tirar carteira de motorista na Noruega. Leva de seis meses a um
ano. É um processo muito sério, o que contribui para reduzir a quase zero o
número de acidentes. As provas são feitas nessas estradas estreitas
e numa pista escorregadia, onde são simuladas situações de risco. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Mas bonito mesmo é uma ilha que visitamos,
a Flor &Fjaere. Ela foi transformada em um imenso jardim e aberta ao
público em 1995. Flores, rosas, árvores, arbustos, trepadeiras, cactus, lagos...Tudo
misturado em uma emocionante profusão de cheiros e cores. Com o mar e o céu
azul ao fundo.</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Outra
coisa que chama a atenção na Noruega é o silêncio . Uma calmaria que faz bem ao
espírito. Contemplar e admirar a natureza
em silêncio, para os noruegueses, é quase como fazer uma oração. Mesmo
nas cidades, há pouco barulho. Andando
pelas ruas do bairro, não ouvi grito ou choro de criança, música tocando,
cachorro latindo . Até os carros deslizam sem fazer barulho, a maioria deles é
elétrico. Mesmo os cortadores de grama
foram substituídos por pequenos robôs achatados, pretos luzidios, que
podam a grama silenciosamente, com perfeição. Têm até um sensor para não passar
no mesmo lugar duas vezes...<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Enfim, além da natureza exuberante,
das estradas incríveis, do silêncio e da paz, existem muitas coisas
interessantes na Noruega, que abordarei no próximo capítulo.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> </span></span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-24093665710035320292022-04-29T18:23:00.002-07:002022-04-29T18:23:54.499-07:00Pequenas felicidades e a terceira idade<p> </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> <span style="font-family: helvetica;"> Existem
vários exemplos de pequenas felicidades que podemos ter, a cada dia e a cada
hora. Como chegar em casa e calçar um sapato velho, passear com o cachorro, rir
com os netos, comer goiabada com queijo ou pão quentinho com manteiga. Acordar
de manhã e ver que pode dormir mais um pouco. A alegria quando o avião pousa,
quando um amigo se cura, quando o médico diz que foi só um susto, quando rola
um beijo, quando o abraço aperta, quando se encontra dinheiro esquecido no
bolso, quando o bebê ri. Ou então o cheiro do mato molhado ou do café
fresquinho; uma foto antiga no álbum, o banho gostoso no verão quente. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"> Acontece
que as pequenas felicidades mudam de acordo com a época da vida. Por exemplo, como estou
na terceira idade (melhor idade?), fico feliz demais quando tropeço, quase
caio, mas não caio! Evito assim esborrachar o rosto no chão, quebrar a perna ,
quebrar o braço, quebrar a cabeça do fêmur. Fico feliz também quando encontro
os óculos perdidos. Ou encontro as chaves do carro, esquecidas ou perdidas em algum canto. Aliás,
tem até aquela piada sobre esquecimento
de chaves e envelhecimento. Uma mulher procurava a chave do carro, na bolsa, depois
de umas compras no shopping. Não estava lá. Voltou nas lojas e nada. Concluiu
que tinha deixado a chave na ignição do carro. O marido vivia brigando com ela
para não fazer isso, pois o carro seria roubado. Mas ela achava que era o
melhor lugar para não perdê-la. Correu ao estacionamento e o carro não estava
lá! O marido estava certo, o carro tinha sido roubado! Ela chamou a polícia, deu
todas as informações e fez a chamada mais difícil da sua vida, para o marido.
Começou falando "Amooor", pois sempre falava assim em situações difíceis.
Explicou toda a situação. Houve um grande silêncio do outro lado e depois um
berro do marido: "-Eu deixei você no shopping!!" Envergonhada e feliz,
ela pediu baixinho para ele ir buscá-la
. E ele, nervoso: "Eu vou, assim que convencer este policial que não
roubei seu carro!"</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"> Outra
pequena felicidade, em qualquer idade, é quando a dor passa. Dor de dente, de
ouvido, de coluna, de joelho, de cabeça, de barriga, no nervo ciático-dor de
cotovelo também. Mas na terceira idade essa felicidade é maior, pois é aquela
idade em que tudo dói e o que não doi, não funciona. Dia desses mesmo, estava
eu sofrendo com dores no nervo ciático. Fui mancando até o Banco do Brasil,
pertinho de casa, sonhando com uma muleta ou uma bengala. Sentei-me na primeira cadeira que encontrei ,
depois de pegar a senha preferencial (ao menos isso). Na frente, um cartaz com
os desenhos explicando quem era preferencial. No "idoso acima de 60
anos", um homenzinho curvado, com uma bengala e a mãozinha na cintura como
se estivesse sentindo dor. Ô raiva, igualzinho eu!</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"> Também
são pequenas felicidades: apreciar o belo, ouvir e cantar lindas canções, ler
textos bonitos. Como o texto do Padre Fábio de Melo, "A inutilidade e o
amor". Ele escreve que muitas vezes a gente acha que o outro gosta da
gente, mas não. Ele está é interessado naquilo que a gente faz por ele. Por
isso a velhice é esse tempo em que a utilidade passa e aí fica só o seu significado
como pessoa. Ele afirma que deseja ter alguém que olhe para ele sabendo que ele
não servirá para muita coisa, mas que continuará tendo seu valor. Acrescenta
que deseja ter a graça, ao final da vida, de ser olhado nos olhos e ouvir do
outro: -"Você não serve para nada, mas eu não sei viver sem você!"</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"> Essa graça, todos nós desejamos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: helvetica;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: helvetica;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: helvetica;"> </span></o:p></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-27136329917775913442022-03-21T19:23:00.000-07:002022-03-21T19:23:26.682-07:00Sonhos, desvios, mala vermelha e onça<p><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhXzlMdwgX87pPZL9b26kbPldV1vi8AMVg9fpiGa4iC-mpoP2khMt1twL4qmsrvzdiDB57KE_yj2n4S5CIbqRFWr_4ILGEtJQ0p5Rl1fpINDUN1DpUEwQSku9HZzkwnLu14MDjvOAcvzNLOlhZAHDze0I_bdAG9lt0v8MTHUFpuKfxchMn_OC0KdI7_9g=s1000" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhXzlMdwgX87pPZL9b26kbPldV1vi8AMVg9fpiGa4iC-mpoP2khMt1twL4qmsrvzdiDB57KE_yj2n4S5CIbqRFWr_4ILGEtJQ0p5Rl1fpINDUN1DpUEwQSku9HZzkwnLu14MDjvOAcvzNLOlhZAHDze0I_bdAG9lt0v8MTHUFpuKfxchMn_OC0KdI7_9g=s320" width="160" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cookie com os espinhos</td></tr></tbody></table></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi5f0yXPvxg8hx9ezrJN87HAWoLc4O0yysp6dd4t_ZBSgtvP0YpvZOCBf30J3u6YZ9mGU8TMGueLkp90Ot5vwWuiPmjaDFbDW8zWhai-hjvEYkgc7oqc-Xqk9wPwS1Ay6LZTINAUFicUYHdWifNIQhuFSDGFcDdJ3_kZ_Kb7qi1tWyXsIelf7NDPVFXRw=s1600" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="756" data-original-width="1600" height="151" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi5f0yXPvxg8hx9ezrJN87HAWoLc4O0yysp6dd4t_ZBSgtvP0YpvZOCBf30J3u6YZ9mGU8TMGueLkp90Ot5vwWuiPmjaDFbDW8zWhai-hjvEYkgc7oqc-Xqk9wPwS1Ay6LZTINAUFicUYHdWifNIQhuFSDGFcDdJ3_kZ_Kb7qi1tWyXsIelf7NDPVFXRw=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sede da fazenda</td></tr></tbody></table><br />
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: helvetica;"> Como já
escrevi, estou tentando organizar e manter uma fazendinha, a Ouro Verde, nas proximidades
de Pirapora. O verde é sua riqueza: possui belas árvores do cerrado e vegetação
conservada na beira do rio. Quero deixá-la de herança para as três netinhas,
para a posteridade. Talvez fazer uma casinha para brincarmos, na majestosa
árvore de tamboril ao lado da casa. Fazer trilhas ecológicas com as crianças
das pequenas cidades próximas. Formar um centro de estudos do cerrado para
alunos de Biologia. Organizar um retiro para velhinhos que gostam de pescar e
que poderiam ajudar nas trilhas ecológicas. Mas a primeira coisa a levar, nesse
último caso, seria um desfibrilador...De qualquer forma, sonhar é preciso. E
não basta ter apenas um sonho, é preciso ter vários. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Acontece
que, entre o sonho e a realidade, existe uma grande diferença. Por exemplo, as
dificuldades já começam com a viagem para chegar até lá. Geralmente, vou de
carona com o filho que tem uma fazenda por perto. Na última, em fevereiro, fomos os três
filhos, eu, a minha cachorrinha e a perdigueira Dama, no carro Kia Mohave ( que
tem costume de estragar no caminho e voltar de guincho). A viagem deveria ser
de 5h. Durou 7h e dormimos em um hotelzinho na beira da estrada, para continuar
mais 2h no dia seguinte. A ponte estava interditada nas proximidades de Patos
de Minas e tivemos que entrar no desvio, uma estradinha de terra. Barro, chuva,
escuridão e carros voltando. As pessoas avisavam que só caminhão grande passava
na lagoa onde o rio transbordou. Chegando lá, observamos os caminhões imensos e
carregados atravessando , as rodas afundando. O filho disse que dava para "ir
no vácuo" de um caminhão. Eu não queria ir. Mas, como ficar por lá, sozinha
em cima do barranco, na chuva, perdida na noite escura? Fomos. O carro
conseguiu sair do outro lado da lagoa, mas passou a fazer um barulho esquisito,
de lataria solta. Na volta, saímos às 5h da manhã. Logo depois, na primeira
curva da estradinha de terra da fazenda, o pneu do carro caiu em uma cratera
feita pela enxurrada. Mas não quebrou e
lá fomos. Pegamos o desvio novamente e , de súbito, o carro travou. Não andava.
Estávamos perto de Serra do Salitre e não tinha sinal de celular. A solução
foi pegar carona para a cidade e chamar
um guincho. Os três filhos foram pra estrada pedir carona, mas ninguém parou. Peguei
minha cachorrinha no colo ( ela charmosa, com lacinho) e fiz o sinal característico.
O primeiro carro parou e entrei com um filho. Era um senhor simpático com a
filha, que fazia medicina em Divinópolis. Ficaram felizes em nos ajudar e nós,
mais ainda. Deixaram-nos no centro da cidade, agradecemos e o filho desceu do carro, puxando com força a mala
vermelha que estava perto de sua perna, presa entre o assento da frente e o
banco de trás. Saiu empurrando-a pela calçada rapidamente, atrás de um táxi velho que tinha virado a
esquina. A moça, a estudante de medicina, olhava boquiaberta. Eu também, pois
não sabia que ele tinha uma mala vermelha. A moça, constrangida, conseguiu falar
que a mala era dela! Ele desculpou-se, sem jeito, explicando que ia chamar o
táxi e automaticamente já pegou a mala. Foi um quase roubo. Depois, ele ligou
para o motorista do guincho, explicando onde o carro estava e descrevendo a cor
do Kia como dourada. Eu disse que o Kia era prateado, que o motorista não iria
encontrar um Kia dourado. Daí ele explicou-me que fazia confusão com as cores,
pois era daltônico. O pior é que ele é daltônico mesmo e, sinceramente, não sei
como ele enxerga a cor do carro...Enfim, nós dois viemos 4h de taxi, com o
motorista ouvindo jogo de futebol a toda altura, e chegamos no final da festa de
70 anos do sogro do meu filho. Os outros dois , a cachorrinha e a Dama vieram
em cima do caminhão guincho e chegaram à noitinha em Uberlândia.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Bom, se
fosse só a viagem, tudo bem. Mas lá na Ouro Verde acontece cada uma... Isso,
sem considerar que tudo que precisa ter em uma fazenda, lá ainda não tem. E o
que tem, estraga diariamente. E mesmo tendo só uma vaca, um bezerro, um
cachorro e um cavalo, tem muita emoção. Por exemplo, o Cookie, o cachorro
perdigueiro, literalmente enfiou o nariz onde não era chamado. Atacou um porco
espinho. Ficou de dar pena. O caseiro teve que levá-lo às pressas para o
veterinário, que tirou mais de duzentos espinhos da boca, focinho e lingua. Não
morreu, mas ficou tristinho, tristinho. Agora,
tem uma onça pintada imensa andando por lá, deixando pegadas pra todo lado.
Atacou o bezerro de um vizinho e comeu só a metade, deixou a presa ainda viva.
Comeu um veado pertinho da minha casa, o crânio ficou no meio do mato (decerto
a próxima vítima serei eu). Andou em volta da casa do vizinho, que mora sozinho
e ficou apavorado. O ajudante do meu caseiro, que estava fazendo cerca, foi
tirar uns galhos e viu a onça deitada. Correu como louco e ficou branquinho.
Ah, e o Canarinho, coitado! Aquele cavalo que vivia fugindo. Está por lá, mas não
dorme mais, tem que deixar as luzes das varandas acesas à noite e ele só fica
perto da casa. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> Já avisei ao
caseiro que não pode matar a onça, o espaço é dela, nós é que somos os
invasores. Mas com certeza agora ele vai embora e o Canarinho deverá arranjar
outro plano mirabolante de fuga. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-26064115123291120742021-11-23T18:39:00.001-08:002021-11-23T18:39:37.041-08:00O Príncipe, o Canarinho e o Holdini<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ4rYwAug9WZn3T-b7jUIJuhezy4PrNdlsmK_qiwbNCQ22UQE-F71czoGbdTzATebf3NuaYpAqh8WxmMKf2S4gvfIqrASqcH_G4XM9iwUdYgGh6j_IJJjgymb1m5ZNOt3DZSRuAg8bpEn1/s1280/livro+4+Pr%25C3%25ADncipe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ4rYwAug9WZn3T-b7jUIJuhezy4PrNdlsmK_qiwbNCQ22UQE-F71czoGbdTzATebf3NuaYpAqh8WxmMKf2S4gvfIqrASqcH_G4XM9iwUdYgGh6j_IJJjgymb1m5ZNOt3DZSRuAg8bpEn1/s320/livro+4+Pr%25C3%25ADncipe.jpg" width="240" /></a></div> Príncipe Holdini<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguOfsdCYvv31PKarqwNW16Ax7VV4kjqkRDr9vc0sRXXtVYr_iop9qAGozBbGfjFWVlXKqAYhPoivgOsXg6djLPwBq4JIoAmtIUahHTR6paaXCI-35T47kSapvrBDXOTjYU6g6PqhU5ZQ-v/s1600/livro+4+canarinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1202" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguOfsdCYvv31PKarqwNW16Ax7VV4kjqkRDr9vc0sRXXtVYr_iop9qAGozBbGfjFWVlXKqAYhPoivgOsXg6djLPwBq4JIoAmtIUahHTR6paaXCI-35T47kSapvrBDXOTjYU6g6PqhU5ZQ-v/s320/livro+4+canarinho.jpg" width="240" /></a></div> Canarinho Holdini<p></p><p class="MsoNormalCxSpFirst"><b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span></b></p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: verdana;"> Antes,
preciso apresentar os personagens. O Príncipe é um bezerro nelorado, de dois
meses, branco com mancha marrom na testa, filho da Daisy. Quando ele nasceu,
foi um espanto geral, ninguém esperava. Já o Canarinho é um cavalo amarelo (como
o próprio nome indica), baixinho, manso, sem raça e de pernas grossas. Sua
especialidade é passar debaixo das cercas e fugir. E o Holdini é um húngaro que migrou para os
Estados Unidos e lá desenvolveu sua carreira, sendo considerado o maior mágico
e ilusionista de todos os tempos (faleceu em 1926). Escapava de qualquer tipo
de algema e fazia truques e acrobacias impressionantes, amarrado com correntes
debaixo d´agua, do gelo, dependurado em guindastes. Revolucionou o mundo da
mágica.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> A história
dos três se entrelaça porque parece que existe alguma mágica no nascimento do
Príncipe e nos sumiços do Canarinho. A Daisy, mãe do Príncipe, é a vaca da
minha neta Lia e a única vaca da minha fazendinha. Quando ela lá chegou, sumiu.
A neta foi avisada e ficou triste. Passado alguns dias, apareceu, irmanada com
as vacas do vizinho. Depois, pensou-se que ela estava prenhe e a neta ficou
esperando o bezerrinho. Passado alguns meses e depois de uma análise minuciosa,
concluiu-se que não havia bezerro algum. A neta ficou triste novamente. Passado
poucos dias do veredicto da não prenhez, desceu uma barrigona na Daisy e, uns
três dias depois, nasceu um lindo bezerrinho. Com tudo isso acontecendo, a neta
concluiu que o nome dele deveria ser Holdini, pois a vaca sumia e aparecia. E o
bezerro, que nem existia mais, de repente nasceu. Argumentei que o pessoal da
fazenda não se acostumaria com este nome e, como ela estava na dúvida entre
Holdini e Príncipe, combinamos Príncipe Holdini. O nome ficou grandioso.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Quanto
ao Canarinho, também o único cavalo da fazendinha, tudo começou quando concluí
que precisava de uma carroça e logicamente, de um cavalo para puxá-la. Daí
surgiu um senhor com um cavalo numa carretinha. Ele tinha telefonado antes e
fez uma propaganda incrível do cavalo: mansinho, forte, novo, com todos os
dentes, ótimo para puxar carroça e campear gado, bom para crianças montarem,
bem cuidado, etc. (só não contou que o cavalo era mestre em fugas, um
escapologista como o Holdini). Pareceu-me o melhor cavalo do mundo e combinamos
do senhor levá-lo para eu vê-lo. Quando eu o vi, mesmo não entendendo nada de
cavalo, achei-o um pangaré e fiquei decepcionada, só gostei da cor. O senhor abriu a boca do cavalo, mostrou os seus dentes e exaltou tanto as
suas qualidades que fiquei sem jeito e acabei comprando. Ficou faltando só a
carroça. Mas, poucos dias depois, o Canarinho desapareceu. Procura daqui,
procura dali, dias depois apareceu longe, num pasto verdinho, comendo capim
humidícola em terras alheias. Ele deveria ter passado debaixo de uma seis
cercas, segundo relato do funcionário da fazenda, para chegar onde estava. Só
mágica mesmo, nem sabia que cavalo passa debaixo de cerca. Fiquei feliz demais
quando apareceu. No entanto, a alegria durou pouco, pois o Canarinho desapareceu
novamente. Ele estava com uma canga no pescoço (uma forquilha de madeira para
evitar passar na cerca) e fugiu mesmo assim. Sem cavalo, sem carroça, sem meios
de transportar e plantar as mudas de capim tangola, sem pasto...Fazenda é
assim, uma roda viva, até tudo dar errado...Bem, lamúrias à parte, uns vinte
dias depois da fuga, o Canarinho foi avistado atravessando o asfalto, rápido e
lampeiro! O vizinho o laçou e o devolveu . Chegou marcado com ferro em brasa com a letra "O", ainda cicatrizando no couro,
coitadinho. Qual seria o nome do larápio? Orlando? Otávio? Ovídio? Alguém o
"adotou", o marcou e ele
fugiu! Talvez estivesse até amarrado com correntes...Se cavalo falasse, decerto
ele teria uma boa história para contar. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;"> Agora
ele se chama Canarinho Holdini e por enquanto está por lá, até que invente
outras mágicas e acrobacias para desaparecer novamente.<o:p></o:p></span></span></p><p>
<span style="font-family: verdana;"> </span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-46939727044555550782021-08-25T14:09:00.000-07:002021-08-25T14:09:44.054-07:00Daisy e Dama: histórias cruzadas<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivLBkLQ9BeNwJsEjt3KDc5bSaw3w3fvV_LxRnbwQ0MDQtHJZJHcbAwiAfIsQXqSV_GII-jbcLMNjafEBuTH9J3LCMIvhC3-2OLkU-CWEipfVh7d7AqfUGMJK8wxh9WHyHtLpgPnl79G3SU/s2048/daisy+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1493" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivLBkLQ9BeNwJsEjt3KDc5bSaw3w3fvV_LxRnbwQ0MDQtHJZJHcbAwiAfIsQXqSV_GII-jbcLMNjafEBuTH9J3LCMIvhC3-2OLkU-CWEipfVh7d7AqfUGMJK8wxh9WHyHtLpgPnl79G3SU/s320/daisy+1.jpg" width="233" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGcQcZk61hvfo4hqUsXOblaQF6h0DCoBbivZ3TSwSqrKgqlBEsLnHFcP468D9qdQCVY_b1-IuE3uy8gknCuLZUmQZsJXW7DnWnAKKtDyiL7Z7IqVHHvXzoEdaQ-BhoRRiKwH9KjKDAt1UO/s1600/dama+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGcQcZk61hvfo4hqUsXOblaQF6h0DCoBbivZ3TSwSqrKgqlBEsLnHFcP468D9qdQCVY_b1-IuE3uy8gknCuLZUmQZsJXW7DnWnAKKtDyiL7Z7IqVHHvXzoEdaQ-BhoRRiKwH9KjKDAt1UO/s320/dama+2.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ3Ujy5WlnTxjbbUPeI18bANlRNMrmbeK8i24n_mKLMhMNvsTKw0PTP1gF-6UqgiHHu20eh3tRTRTb_ZEokWhhX5qfEnNO7n7QSRJWloY10Oc5L8dlm8lm-zOT4VoYIhLFgH5tMSokTdlV/s1600/dama+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ3Ujy5WlnTxjbbUPeI18bANlRNMrmbeK8i24n_mKLMhMNvsTKw0PTP1gF-6UqgiHHu20eh3tRTRTb_ZEokWhhX5qfEnNO7n7QSRJWloY10Oc5L8dlm8lm-zOT4VoYIhLFgH5tMSokTdlV/s320/dama+4.jpg" width="320" /></a></div><br /> <span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;">Em tempos de pandemia, com tantas tristezas e problemas acontecendo, é bom escrever sobre assuntos leves e insignificantes, para diminuir o stress. Jerry Seinfeld, por exemplo, o famoso comediante, ator e escritor americano, escreveu o divertido bestseller "Melhor livro sobre nada", abordando assuntos variados como pedaços grandes de pães, sobrancelhas desiguais, bolsos de paletó de pijama, sanduiches de atum em aeroportos, coisas fritas em forma de pauzinhos, etc. Também vou escrever sobre quase nada: a história verídica de uma vaca e de uma cadela.</span></span><p></p><p class="x_MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;"> A Daisy é uma vaca nelorada branca, com cerca de dois anos, que nasceu na Fazenda Olhos D'Água, município de Buritizeiro. Pertence à minha netinha americana, a Lia, que a comprou do avô Zé (meu finado marido), depois de passar um longo tempo juntando sua mesadinha em dólares. Deu-lhe o nome de Daisy, que significa margarida, em inglês. A vaca foi marcada com o nome "LIA" e foi crescendo feliz da vida no pasto que parecia um jardim. Mas eis que, de repente, a fazenda foi vendida, juntamente com todo o gado que por lá vivia. Menos a Daisy. A Lia não vendia, não dava, não emprestava. Queria que ela desse um bezerrinho. Assim, o comprador da fazenda deixou que ela ficasse por lá, de favor. Uns dois meses depois, o encarregado da fazenda avisou que ela tinha cruzado. Portanto, deveria estar grávida, prenhe ou mojando, sei lá. De qualquer forma, um bezerrinho estava a caminho. Resolvi levá-la para a outra fazendinha, Ouro Verde, que não tinha sido vendida. Lá se foi ela, sozinha, parecendo uma rainha, no caminhão contratado só para levá-la. Chegando no local, foi um duro aprendizado. Teve que ser aceita no bando das vacas selvagens do vizinho (empresto o pasto para umas oito vacas dele), procurar o seu alimento roendo frutinhos no chão e mascando folhas das árvores, beber água no rio sem cair dentro. Nada de água no cocho e capim braquiária verdinho, acabou a mordomia. Emagreceu e ficou abatida, os ossos das costelas aparecendo. Mas reagiu, foi uma sobrevivente. Adaptou-se à vida dura sem pasto e começou a engordar. Com isso, o bezerrinho deveria estar crescendo saudável na barriga, para alegria da Lia. Mas certo dia o caseiro avisou-me que a vaca tinha sumido, não estava na fazenda. Como assim? A fazenda só tinha uma vaca, não era minha e ainda sumia? Depois de muita procura e confusão, encontraram a Daisy e as companheiras do vizinho, entranhadas no meio do mato. Tudo bem, até dia desses, em agosto agora, quando estive na fazenda. Fui tirar fotos da Daisy para mostrar para a Lia e fiquei encabulada com a barriga dela. Aliás, com a falta de barriga. Fiz as contas: quando ela foi para a Ouro Verde, deveria estar prenhe de dois meses. Mais três meses que está lá, cinco meses de prenhez. A barriga deveria estar aparecendo. Chamei o caseiro, ele analisou e concluiu que ela não estava prenhe. Nem grávida, nem mojando. Deus do céu, lá se foi o bezerrinho. Não tenho coragem de contar para a Lia. Para piorar, não tem nenhum boi por lá.</span></span></p><p class="x_MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;"> Bem, agora entra em cena a Dama, a cadela perdigueira de estimação do meu filho. É lisinha, branca com cabeça e orelhas pretas, educada e amiga. Vive em um cercadinho na casa dele e sempre que vai para a fazenda de eucaliptos, que possui em Várzea da Palma, a Dama vai junto, presa na sua gaiolinha na parte de trás do carro. Dessa última vez, ela ficou comigo na Ouro Verde e o filho seguiu para a outra fazenda. Penso que estranhou o local, mesmo correndo e pulando sem parar, porque á noite dava voltas na casa e gemia debaixo da minha janela. Por precaução, eu a levei pra todo canto onde fui. Numa fazendinha perto da minha, onde fui olhar duas vacas pra comprar, deixei-a descer da gaiolinha e ficar correndo por ali. Mas na hora de voltar, ela tinha desaparecido. Chamamos, procuramos na estrada, o morador montou a cavalo e procurou pelos pastos. Nada. Passei a noite preocupada em como contar para a Lia que o bezerrinho não existia mais e como contar para o filho que sua cadela de estimação já era. Foi assim que a história da Daisy e da Dama se cruzaram: perdi um bezerro e uma cadela no mesmo dia. Mas no dia seguinte, inconformada, levantei-me ás seis da manhã e fui andando por perto chamando a Dama, quem sabe. Daí avistei o carro do caseiro vindo devagarzinho pela estrada. Com a cabeça e a língua pra fora da janela, lá estava a Dama! Fiquei até com lágrimas nos olhos e penso que ela também, quando pulou estabanada em cima de mim. Havia passado a noite gemendo em volta da casa da outra fazendinha onde tinha desaparecido. O morador tentou ajudar, guardando-a dentro de casa, mas ela é ensinada a não entrar . Tentou laçá-la para não fugir, mas ela disparava pelo pasto. No entanto, quando ela viu o carro do caseiro, correu para ele e entrou. Cachorro é inteligente mesmo. Voltou manca, sedenta e faminta, mas voltou. Fiquei feliz demais.</span></span></p><p class="x_MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;"> Quanto ao bezerrinho, quem sabe a barriga da Daisy é murcha mesmo e ele ainda está por lá. Ou algum boi do vizinho pode pular a cerca e resolver o problema. A esperança é a última que morre.</span></span></p><p><span style="font-family: helvetica;"> </span></p><p class="x_MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;"> </span></span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-25469327848658672452021-03-27T10:08:00.000-07:002021-03-27T10:08:11.966-07:00Fazendo o bem<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBRNcvTkYbUGmbEBpuwZOXBiT49fa4c7yl7ektkOBuIqHCThZPQKR1HWJQXdvn7ic_Hd9dOjDAzBhPMjI1cK9KaarKD-Q77lnRS3zqiROXb6iOkpexAfPxRoYTF2NWsX17m3sbqtHPq1bh/s1280/fazendo+o+bem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1054" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBRNcvTkYbUGmbEBpuwZOXBiT49fa4c7yl7ektkOBuIqHCThZPQKR1HWJQXdvn7ic_Hd9dOjDAzBhPMjI1cK9KaarKD-Q77lnRS3zqiROXb6iOkpexAfPxRoYTF2NWsX17m3sbqtHPq1bh/s320/fazendo+o+bem.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBqnbgwhyphenhyphenJ1bEvWjgh1ZCSeM8NDEwmDAzRZfbtYvKnUFbQN6dyRusJxJTvcu9n9HDY7xSPxASMNWigoH-00_6QjlDZC1Xk0UV9gCHHNlQHO7JUXdtRBFpo_jQ9mI9lM2bmclMsAuBc_hhY/s1280/fazendo+o+bem+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1085" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBqnbgwhyphenhyphenJ1bEvWjgh1ZCSeM8NDEwmDAzRZfbtYvKnUFbQN6dyRusJxJTvcu9n9HDY7xSPxASMNWigoH-00_6QjlDZC1Xk0UV9gCHHNlQHO7JUXdtRBFpo_jQ9mI9lM2bmclMsAuBc_hhY/s320/fazendo+o+bem+2.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="font-family: arial;">Folheando
uma revista chamada "Todos", distribuida por drogarias<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>para auxiliar<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>ONGs diversas, lí vários exemplos de pessoas realizando atos de bondade
pelo Brasil afora. Por exemplo, a Cristina Harumi, veterinária em Jundiaí,
passou um mês no Pantanal socorrendo os animais vítimas das recentes queimadas.
A Ivanilde Bandeira, historiadora e indigenista de Porto Velho, enfrenta
criminosos ambientais e já morou mais de 20 anos em uma aldeia na Floresta
Amazônica. O Diego de Melo, vendedor de frutas em Colombo, PR, mora em uma casa
onde, nos fundos, corre o rio Atuba. Impressionado com o volume de lixo que
desce pelo rio todos os dias, construiu uma barreira flutuante com 25 galões de
50 litros e já retirou mais de seis toneladas de lixo do rio. A Maria de Fátima
Santos, jardineira de Arapiraca, AL, criou um parque ecológico, onde recebe
estudantes e público diverso para atividades de Educação Ambiental.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já o Nereu Rios, de Campo Grande, criou um
viveiro de mudas e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>planta<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>as árvores em ruas, praças e margens dos
rios. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Outro
exemplo é o que li na última edição da revista "Veja",<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o caso do Eduardo Kobra. Ele é paulista e o
mais famoso muralista brasileiro. Terminou agora de pintar uma obra de 22 m de
altura e 300 m quadrados, no paredão de uma escola pública de Sorocaba, para
celebrar a importância da educação. É a imagem de um menino subindo uma escada
para apanhar um livro na estante. A subida simboliza o esforço pelo
conhecimento e a vitória de cada degrau superado. Mas a obra gigantesca
simboliza também a superação do próprio autor, que passou por vários problemas
pessoais em 2020: a perda da filha recém nascida,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>depressão e agravamento do seu quadro de
intoxicação por tintas. Foi parar no hospital quatro vezes.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sem poder ir para a rua , está criando os
painéis no estúdio e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>leiloando. Com o
dinheiro que arrecada, está auxiliando os moradores de rua, os refugiados e as
usinas de oxigênio em Manaus. Ainda fará doações de suas obras ao Instituto
Butantan e à Fiocruz, em homenagem às campanhas de vacinação. Uma pessoa tão
franzina fazendo tão grandes gestos de amor.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Exemplos
como esses, de bondade e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>doação, existem
por todo lado e de todo o tipo. Podem ser gestos simples, como palavras de
consolo, ouvir o desabafo de alguém, contar uma piada para uma pessoa que está
triste. Outros que exigem um pouco mais de esforço, como bordar enxovais para
bebês necessitados, confeccionar e doar máscaras contra a Covid, fazer e
entregar cestas básicas, cuidar de animais abandonados , auxiliar em creches e
asilos, dar aulas de recuperação para crianças carentes, abrigar moradores de
rua. Ou contribuir com doações para igrejas, Ongs, hospitais, associações,
membros da família. Pessoas por toda parte doando seu trabalho,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>sua arte,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>seu dom, seu tempo, seu coração, seu apoio, sua compaixão, seu amor.
Como isso é bonito. E em tempos de pandemia, médicos e enfermeiros, na linha de
frente no combate ao coronavírus, têem doado mais que isso, têem doado suas
vidas.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Todos
estes exemplos de amor <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>nos fazem lembrar
da <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Madre Tereza de Calcutá, que também
pequenina e frágil como o Eduardo Kobra, passou a vida servindo aos mais pobres
dos pobres, ficando conhecida como a Santa das Sarjetas. Recebeu o Nobel da Paz
em 1979 e conseguiu fundar uma congregação hoje presente em 139 países. É dela
esta frase: " por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma
gota de água no oceano. Mas o oceano ficaria menor se lhe faltasse essa
gota". </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Então,
façamos o bem, mesmo que seja uma gota no oceano. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Existem milhares de oportunidades para isso. A
enfermeira Roziele Oliveira, outro exemplo, encontrou uma forma mais profunda
de cuidar das pessoas: escreve poesias para os seus pacientes da Santa Casa, em
São Carlos, SP. Disse que ninguém espera ganhar uma poesia feita
especificamente para ele, e quando lê e entrega para os pacientes, é algo
sublime. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Eu mesma, no momento, ando
escrevendo o meu quinto livro de crônicas para editar uns 500 exemplares e dar
de presente. Como geralmente as crônicas são leves e divertidas, se despertarem
nos leitores ao menos uma boa risada, já terá valido a pena.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-34657144808466312982021-02-20T05:10:00.000-08:002021-02-20T05:10:08.196-08:00A venda da fazenda Parte 3: as dificuldades<p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXLIZLx3YJ9vnM96jpqe6sMSuETGTJyvQqI8LT4gHGm6MBYB_O6tCI7vlZ6AVjYPFG3cSbpMys-BNvZc1rJqvXcVCocwmyyPTr73JGaO3Xvdndx2jk1AzZv4bc0yBU-cUGqarBE-AK3ZrU/s1032/canh%25C3%25A3ozinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="488" data-original-width="1032" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXLIZLx3YJ9vnM96jpqe6sMSuETGTJyvQqI8LT4gHGm6MBYB_O6tCI7vlZ6AVjYPFG3cSbpMys-BNvZc1rJqvXcVCocwmyyPTr73JGaO3Xvdndx2jk1AzZv4bc0yBU-cUGqarBE-AK3ZrU/s320/canh%25C3%25A3ozinho.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O canhãozinho enferrujado</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHuiZY-DrBkzfOhw_idGLB6-7jjvCUqS8jof2OYddENe0HnX4ecgxvxgjvq_EMsIl2MmovlJvhW1EoJlZsD3q0CLAwqGLhIEUShkw3rLtzwKdltkg37z1rvbPnnom1L2S0kI7YjpY0y_M6/s1024/fazenda+lagoa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHuiZY-DrBkzfOhw_idGLB6-7jjvCUqS8jof2OYddENe0HnX4ecgxvxgjvq_EMsIl2MmovlJvhW1EoJlZsD3q0CLAwqGLhIEUShkw3rLtzwKdltkg37z1rvbPnnom1L2S0kI7YjpY0y_M6/s320/fazenda+lagoa.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A lagoa no meio da fazenda</td></tr></tbody></table></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiez2DFmUabkCicv8-xYSbmzZI3_-2TaP1DY34UvFUn9SFyLOKvJeFAecHfkzxkBTE3QvlzX5_BuGPxU3j43VUoY2bmeldB4RlPNzbIgX1KFGoWn4hUY80DH7-b9i1NRcsi6FU0r-mhoYR2/s1024/enzo+no+curral.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiez2DFmUabkCicv8-xYSbmzZI3_-2TaP1DY34UvFUn9SFyLOKvJeFAecHfkzxkBTE3QvlzX5_BuGPxU3j43VUoY2bmeldB4RlPNzbIgX1KFGoWn4hUY80DH7-b9i1NRcsi6FU0r-mhoYR2/s320/enzo+no+curral.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Enzo procurando o boi</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvxoiO_qMl33Zp22_BBWn45DjhW7UrR7p0kXMi45M8gux2Q01fBw5rYIxuYs65jS6Okffa2rGpdYqALLkEH5SU5Zu0Vgpygr6v1Pf9M_lt1MM_r9XhqQCymVE0vbu_JExSS5wRMQlQXkLE/s1024/lia+no+curral.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvxoiO_qMl33Zp22_BBWn45DjhW7UrR7p0kXMi45M8gux2Q01fBw5rYIxuYs65jS6Okffa2rGpdYqALLkEH5SU5Zu0Vgpygr6v1Pf9M_lt1MM_r9XhqQCymVE0vbu_JExSS5wRMQlQXkLE/s320/lia+no+curral.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lia, Pedro e Enzo no curral</td></tr></tbody></table><p class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;"><span> </span><span> </span><span style="font-family: georgia;"> Apareceu logo um comprador interessado na fazenda
Olhos Dagua. Depois de muita conversa, cada um puxando para o seu lado, tipo
cabo de guerra, conseguimos fechar o contrato de compra e venda. Fiquei
indignada com o fato de que na venda de fazenda é praxe entrar algo de graça.
Como assim, por que isso? Queriam o
trator novo. Entrou um caminhão velho, mas bom demais. Além dos acordos, da
parte técnica e das lembranças, surgiram outros problemas. Por exemplo, o que
fazer com a vaca da Lia e o boi do Enzo? E com o Cookie, o perdigueiro que
ninguém queria? E com os cavalos dos doze netos? E com todo o maquinário
(equipamentos) da fazenda, que eu não sabia nem o nome e nem pra que servia? E
isso sem falar na trabalheira e desgaste para avaliar e vender todo o gado.</span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Começando pela vaca, a Daisy (Margarida, em
português). A Lia, minha netinha americana de 10 anos, economizou a sua mesada
e vendeu bolo e limonada<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>para
conseguir<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>comprar uma novilha do Zé
(dar, ele não dava, todo neto iria querer). A Dayse foi marcada com o nome
"Lia" e foi crescendo forte e saudável. Quando a Lia soube que a
fazenda seria vendida, entrou em desespero. Consolei-a dizendo que <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>levaria a Daisy para outra fazendinha.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em janeiro agora, a Lia estava na fazenda
comigo e planejamos o transporte da Daisy, dos cavalos Pocotó e Picolé e de
duas vacas bonitonas pra fazerem companhia pra Daisy. E do boizão também,
aquele que não entrava no caminhão, queríamos salvá-lo. Mas, se ele não
entrava, como iria? No final, deu tudo errado, pois não morava ninguém na
fazendinha e ficamos preocupadas de todos morrerem ou serem roubados. Assim,
pedi ao senhor que comprou a fazenda para deixar a Daisy lá mesmo e ele
concordou, dizendo que cuidaria bem dela. Agora a Lia está feliz, esperando os
bezerros nascerem. </span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quanto ao boi do Enzo, o irmão de 12 anos da Lia,
aconteceu uma tragédia. O Enzo cortou grama dos vizinhos, lá na Califórnia,
varreu folha das calçadas, economizou e comprou um garrote do Zé. Também foi
marcado com o nome<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>"Enzo" em
letras grandes, então era inconfundível.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Em setembro, quando passou no brete e na balança, já pesava 349 kg. Em
novembro, estava separado dos outros, em recuperação de um pé machucado. O Enzo
logo disse que <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>queria era o dinheiro do boi
(nem nome ele tinha). Em janeiro, o Enzo também estava na fazenda na época da
venda. Acompanhou todos os lotes de gado sendo pesados, para ver quanto
receberia pelo boi. Em dois dias, passaram todos pela balança: boi gordo, boi
magro, vaca leiteira, vaca boiadeira, vaca solteira, garrotes, novilhas, etc.
Mas o boi do Enzo não passou. Consternação geral. Onde estaria? Saíram todos os
funcionários procurando.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Foi encontrado
morto, mortinho, perto de uma cerca. Comentei com a Lia que fiquei<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>triste pelo Enzo. Ela respondeu que ficou
triste pelo boi.</span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quanto aos cavalos, foi uma negociação extenuante. O
comprador não tinha interesse por eles porque já tinha muitos. Disse também que
cavalo valia muito pouco. Pra mim, valiam ouro. Eram úteis, usados na fazenda e
cada um era de um neto. O Botafogo, o Alazão, o João de Barro...Senti vontade
de libertá-los todos na fazendinha que restou. Mas não teria ninguém para
cuidar e acabei vendendo baratinho, uma dó. Distribuí o dinheiro para os netos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e eles se sentiram consolados. Quanto ao
Cookie, foi <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>levado para uma fazenda de
eucaliptos, não sei se já se adaptou e se anda devorando todas as galinhas de
lá. </span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E os maquinários, meu Deus! Tive que fazer uma lista enorme
com o nome e o valor de cada um, para negociar com o comprador. O encarregado
da fazenda mostrou tudo e o filho médico ajudou a colocar os preços. Tenho um
irmão que sempre diz que qualquer pessoa é extremamente inteligente para certas
coisas e extremamente burra para outras. No que sou inteligente eu não sei, mas
para maquinários de fazenda sou um desastre. Não sabia que existia plantadeira
de capim, calcareador, grade de arrasto, subsolador, trado de três hastes,
ensiladeira, roçadeira de arrasto, roçadeira de tomada de força, niveladora.
Isso só para dar alguns exemplos. Tinha alguns bem velhos, sucatas, que só
serviriam para retirar peças e não entraram na lista. Como o canhãozinho ou
foguetinho (esqueci para que serve, mas não é para atirar). Enorme, enferrujado
e abandonado debaixo de uma árvore. A negociação<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>foi complicada e sei que levei prejuízo,
fazer o que. Deu vontade de "chutar o balde", como<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>dizem...</span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E ainda tinha o gado, o mais importante. Combinar o
preço da arroba do boi gordo, do magro, das vacas, dos bezerros. Pesar, somar
as arrobas, multiplicar pelo preço, ver como vender vaca com bezerro, o que
fazer com os bois de pés machucados. Vendemos a arroba pelo preço do dia e dali
a poucos dias estava muito mais caro...Sorte do comprador.</span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim, lá se foi a Fazenda Olhos D'Água. Ficou aquela
sensação de não ter se despedido direito de uma coisa que você não tem mais e
que queria ter. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas quando uma porta se
fecha, outras se abrem. Se Deus me ajudar, vou transformar a fazendinha que
restou, a Ouro Verde, em um paraíso ecológico banhado pelo rio Jequitaí. Lá não
tem nada, só uma cisterna desbarrancada e uma casa que caiu. Precisa<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>levar energia e água, construir uma casinha
branca de janelas azuis, limpar o pasto. Quando tudo estiver pronto, levo a
Daisy e umas outras vaquinhas pra fazer companhia pra ela. E um boi de raça,
gabiru não. </span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Depois conto como foi.</span></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-3060030199400239262021-02-19T19:13:00.000-08:002021-02-19T19:13:02.312-08:00A venda da fazenda Parte 2: as lembranças<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWWuMjiZuaphN7p9D1WecfeTaMF1MWZvz5HnC81TQUx7Eld7u9zBIL8LKZXfXoZwvG4aHF2QvyxV8jzffSDOpoZUsP6-_uB5KkcYR7y7NQEfnjTairR9Kb1t90cOPzNPV44oEkzls5taMS/s1024/fazenda+cookie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWWuMjiZuaphN7p9D1WecfeTaMF1MWZvz5HnC81TQUx7Eld7u9zBIL8LKZXfXoZwvG4aHF2QvyxV8jzffSDOpoZUsP6-_uB5KkcYR7y7NQEfnjTairR9Kb1t90cOPzNPV44oEkzls5taMS/s320/fazenda+cookie.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2FJIiHKLe8GvGcxvjojMVoeQK830TO1-P2Vz_55Edw7J0Ci8PWRea0YKFdZm5Xa6SKSBKcJ4WJcxznwKTHktR_BFpGmEiVziXTxOm6FBHal4_gfExp15wuCxN4CuJqh5WG_bbSG6fBrxP/s1160/fazenda+cavalos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1160" data-original-width="872" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2FJIiHKLe8GvGcxvjojMVoeQK830TO1-P2Vz_55Edw7J0Ci8PWRea0YKFdZm5Xa6SKSBKcJ4WJcxznwKTHktR_BFpGmEiVziXTxOm6FBHal4_gfExp15wuCxN4CuJqh5WG_bbSG6fBrxP/s320/fazenda+cavalos.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTu6NRoOk-dhV4QilFHx9Td46Y3Fl_CqXhXUpJMlNW7bfkkzbSPed2je3gMvUYThkAe3H04EK0zjoTCs2v4B3CbQUeYAWbD_BzJlL-buiE8HDmzh3Ec9Q1ZyFV72BxuoBLI-_K7XNXER6k/s1280/fazenda+flambayan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="959" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTu6NRoOk-dhV4QilFHx9Td46Y3Fl_CqXhXUpJMlNW7bfkkzbSPed2je3gMvUYThkAe3H04EK0zjoTCs2v4B3CbQUeYAWbD_BzJlL-buiE8HDmzh3Ec9Q1ZyFV72BxuoBLI-_K7XNXER6k/s320/fazenda+flambayan.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBorf_H82nN2Vjcyby5eAX-mJDN8WOOWcehcBnshwKxjaXVGal48j743Rkud6AVG32A1EytVJuWtXEqidXZO690fUSb_5VRkdI97uNKFlJ18ZIJM1w2Xbz3q3VPkGClSQZSC2SqnWOm39S/s720/pasto+e+Z%25C3%25A9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="711" data-original-width="720" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBorf_H82nN2Vjcyby5eAX-mJDN8WOOWcehcBnshwKxjaXVGal48j743Rkud6AVG32A1EytVJuWtXEqidXZO690fUSb_5VRkdI97uNKFlJ18ZIJM1w2Xbz3q3VPkGClSQZSC2SqnWOm39S/s320/pasto+e+Z%25C3%25A9.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p>
</p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"> <span style="font-family: helvetica;"> </span><span style="font-family: helvetica;">Com a decisão tomada de vender a fazenda Olhos Dágua,
seguiram-se os trâmites normais: avaliação, contato com corretores, divulgação,
documentos, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>impostos , etc. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A essa altura, o Zé já tinha falecido e na
partilha, a fazenda tinha ficado para mim, pois nenhum dos seis filhos teria
condições de cuidar (e nem eu). Essa parte técnica foi trabalhosa, mas não tão
difícil quanto a parte sentimental. </span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ficou aquele sentimento de nostalgia pelos bons
momentos que toda a família passou durante os dez anos que sempre íamos na
fazenda, e que não voltariam mais . As lembranças do Zé: sentadinho na varanda,
olhando feliz a chuva que vinha chegando ao longe. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No meio da pastagem, que parecia um jardim,
olhando orgulhoso os bois gordos e sadios, sem nenhum carrapato. No curral,
batendo um papo sem pressa, com os funcionários. Ou bebendo <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>leite quente e espumante com conhaque, tirado
na hora das tetas da vaca. Na oficina, orientando sobre o conserto dos
tratores, que estragavam sem parar. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na
mesa grande da varanda, cercado pelos filhos e netos, saboreando a galinha
caipira que tanto gostava. Ou então o miolo de porco em cima do arroz
quentinho. Uma vez ele também comeu omelete de aleluia. Deu uma invasão desses
insetos na fazenda, eram atraídos pela chama do fogão e entravam na comida como
ingrediente. As lembranças dos filhos: o dia em que o Luiz Cláudio decolou da
fazenda em seu paramotor e sobrevoou a Cachoeira do Manteiga. Os habitantes
olhavam curiosos quando o vento mudou de direção e ele fez um pouso forçado.
Ficou na história da cidadezinha. As competições de tiro ao alvo e as caçadas
com espingarda de chumbinho. As pescarias com uma parafernália de fazer inveja
a qualquer pescador, mas eles não pescavam nada. As lembranças dos netos e
netas: os passeios a cavalo, os piqueniques debaixo das gameleiras gigantes; os
netos empoleirados no curral olhando o gado, nadando na prainha do rio
Paracatu, brincando na casinha de boneca e na piscina de plástico debaixo do pé
de jaboticaba. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A Maíra, a netinha de 9
anos que queria um porquinho de estimação. Mas ele fugiu do tambor, onde ela
lhe passava a mão<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>para domesticá-lo, e
saiu numa carreira desenfreada pelo pasto afora. Foram muitas lágrimas de
desespero, sem saber se ele saberia voltar para o chiqueiro. No dia seguinte,
fomos as duas contar os porquinhos. Tinha doze como antes, ele estava lá sim,
com os irmãozinhos, todos iguais! A Vitória, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>filha do encarregado, amiga inseparável das
netas. O Moisés, que caia em prantos quando ia embora, queria morar na
fazenda...O Pedro, que um dia caiu do cavalo, ficou muito assustado e passou um
bom tempo sem montar novamente. A Lia, que lá nos States fez um curso sobre
como cuidar de cavalos. Fez trança em cascata na crina do Algodão e ele ficou
todo garboso. As lembranças do Cookie, o cachorro perdigueiro de estimação que
estraçalhou todas as galinhas dángola da fazenda. Da Dama, a cachorra da cidade
que sempre ia com o meu filho, dentro da sua gaiolinha. Certa vez ela
desapareceu e passamos <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>parte da noite no
pasto gritando por ela. Apareceu no outro dia, esfomeada. E muitas outras lembranças:
o céu tão estrelado, o pôr do sol tão lindo, as flamboyans floridas, o queijo
fresco e o leite gordo, os pés de mangas suculentas, os pirilampos que certa
vez apareceram na casa à noite, ficando centenas de luzinhas acesas por todo
canto (mas também aparecia escorpião, minha filha foi ferroada). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A ternura e o cuidado das vacas cuidando dos
bezerrinhos novos e o encanto de cada nascimento. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A boiada vigorosa trotando na frente da casa e
levantando poeira. A majestade e a placidez do rio São Francisco, o velho
Chico. As aventuras a cada travessia na balsa...</span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pensando em
tudo isso, lembrei-me daquela história de um amigo do poeta Olavo Bilac. Ele
queria vender um sítio que lhe dava muito trabalho e despesas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pediu então ao poeta para redigir o anúncio da
venda. Bilac escreveu: "vende-se encantadora propriedade onde cantam os
pássaros ao amanhecer. É cortada por cristalinas e refrescantes águas de um
ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das
tardes na varanda". Meses depois, o poeta encontrou-se com o amigo e
perguntou-lhe se ele tinha vendido o sítio. O amigo respondeu que nem tinha
pensado mais nisso, depois que viu a maravilha que ele tinha.</span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Deu vontade de desistir da venda da fazenda também.
Mas sem o Zé, não teria mais sentido continuar. Melhor pensar como naquela
poesia: "que esta minha vontade de ir embora se transforme na calma e na
paz que eu mereço...porque metade de mim é partida, mas a outra metade é
saudade." </span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: helvetica;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
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<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
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<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
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<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
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<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
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<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
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<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></p><p></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-89141379435208422272021-02-19T18:26:00.001-08:002021-02-19T18:26:20.946-08:00A venda da fazenda Parte 1: a aprendizagem<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnvjuFx09bRynQDfdv3UL3RTcRZdLPFolyXkgaUgulx4J3MSUgAoKAOCBk-5ybfK2eIrmTRcr7m22smF4r052WzXq1U01RJwBaVKdzidm1X5vojKOAztSCVgklYVXqOeScpzNTkRiiWsPM/s4608/fazenda+gado.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnvjuFx09bRynQDfdv3UL3RTcRZdLPFolyXkgaUgulx4J3MSUgAoKAOCBk-5ybfK2eIrmTRcr7m22smF4r052WzXq1U01RJwBaVKdzidm1X5vojKOAztSCVgklYVXqOeScpzNTkRiiWsPM/s320/fazenda+gado.JPG" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKTBP0lDqPL6QEK15utGjgvU0WAk5Y6TlYCiY1sVdJ0wALlYzxYLTnKNhSd4nzavTW-80h9ZJs5_dHCFq2xfy7fQHDu1XTVK7MArPvSSNAzG22gSnsfJZDfqYexiMyE6vbothbSnodtcj_/s2048/Z%25C3%25A9+na+varanda.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1540" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKTBP0lDqPL6QEK15utGjgvU0WAk5Y6TlYCiY1sVdJ0wALlYzxYLTnKNhSd4nzavTW-80h9ZJs5_dHCFq2xfy7fQHDu1XTVK7MArPvSSNAzG22gSnsfJZDfqYexiMyE6vbothbSnodtcj_/s320/Z%25C3%25A9+na+varanda.jpg" /></a><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioqQ6iYejAHXPpAZcgdgyJ4iYUeciagj0xw67mEWBjOQy2IIFfKuMw-Rhn2veq1NR1AHY0hQESaB4u6RUqEfZLg6p3FGFYrvXMSPm8FKvQQaK_rf17FdwXpEbDnrp_8q0yrFa6PVmMQN5r/s1280/fazenda+tudo+amarelo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioqQ6iYejAHXPpAZcgdgyJ4iYUeciagj0xw67mEWBjOQy2IIFfKuMw-Rhn2veq1NR1AHY0hQESaB4u6RUqEfZLg6p3FGFYrvXMSPm8FKvQQaK_rf17FdwXpEbDnrp_8q0yrFa6PVmMQN5r/s320/fazenda+tudo+amarelo.jpg" /></a><span></span></div></div><p class="MsoNormalCxSpFirst"> Com
o falecimento do Zé, meu marido, resolvi
vender a fazenda Olhos Dágua, no municipio de Buritizeiro e nas margens do rio São
Francisco. A venda não daria apenas uma crônica, mas um livro inteiro, e
grosso.</p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"> Tudo começou no ano passado, quando, com o Zé doente,
tive que assumir e aprender muita coisa. Algumas espantosas. Por exemplo, na
hora de telefonar para os frigoríficos para vender os bois magníficos, que não
sabiam o destino que os esperava, o Zé me orientava para perguntar se eles contavam os
dentes. Porque se o boi tivesse mais de
quatro dentes, pagavam menos! Daí eu
argumentava que era lógico que todo boi tem mais de quatro dentes. Ele ficava
indignado com minha ignorância, eu perguntava ao frigorífico, vendia para
aquele que não contava e até hoje não entendi. Na hora de conferir o tal
romaneio de abate, aprendi que uma
arroba equivale a 15 quilos e que pagam só a metade do peso do boi, a outra
metade é carcaça: chifre, rabo, couro, pés. Não valem nada (mas para o boi são
essenciais). Também aprendi, na labuta
diária, que existe boi gabirú e vaca boiadeira. Eu ficava no curral de 7h da
manhã às 18h, anotando o peso das várias categorias, enquanto a boiada passava
pelo brete e pela balança, para fazer a apartação do rebanho ou para vacinar.
Havia a turma dos bois acima de 500 kg prontos para o abate; bois entre 350 e
500 kg para engordar mais um pouco; machos entre um e dois anos; bezerros de
apartação; vacas de leite e vacas boiadeiras com seus bezerros; vacas
solteiras; novilhas e novilhotas. Passavam muitos bois bonitos, de carcaça comprida, brancos, com orelhas curtas. Eram
os nelorados, os mais nobres. Entre eles, os gabirús, de carcaça menor, de testa,
orelhas e chifres grandes, pêlo mais arrepiado e geralmente de cor. Engordam
pouco e são vendidos a preço de vaca. Ou seja, são a ralé do gado e desprezados
pelos criadores. Mas são bons de pular a cerca e cruzar com as vacas. Daí vão nascendo
bezerros gabirús e isso atrapalha o rebanho todo. Assim, na hora da pesagem e
apartação, eles já eram separados para serem castrados, coitados. Entre os bois
nelorados, fiquei fã de um. Gordo, com 600 kg, bonitão, de couro lisinho e
esperto. Os empregados da fazenda contaram que ele, por duas vezes, estava na
turma dos bois a serem levados pro frigorífico. Mas não havia santo que fizesse
o boi subir no caminhão. Empurravam, puxavam com cordas, espetavam com varas e
nada. Ele não ia. Claro, sabia que ia morrer. Aí, tinham que colocar outro boi
no lugar e ele continuava por ali, pastando e engordando. </p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"> Quanto às
vacas boiadeiras, são as ruins de leite,
mas isso passa a ser uma vantagem para elas. São usadas apenas pra ter bezerro
e vivem livres, leves e soltas no pasto, com o bezerro mamando todo o leite. Já
as vacas leiteiras, embora tenham que dividir o seu leite entre o homem e o
bezerro, são mais personalizadas, todas têm nome: conheci a Neguinha, a
Esperança, a Seda Branca, a Caretinha, a Fantasia, a Cocada e muitas outras. A
Chumbada, por exemplo, tinha 15 anos e já tinha dado à luz (ou parido?)oito
bezerros. Era boa de cria. </p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"> Outra coisa que aprendi, quando eu e meu filho
tivemos que andar pela fazenda, com o encarregado, para fazer o planejamento
para revitalizar a pastagem: tem muito tipo de capim, uma loucura. Andropogon,
braquiária, massai, mombaça, colonião, grama tipi, capim umidícola. Cada qual
com suas características e suas necessidades. O pasto necessita ser dividido em
piquetes, não pode ter dois tipos de capim juntos porque o gado come o que
gosta e pisoteia o outro. Tem muitas pragas também, como a tiririca, que o gado
come quando falta capim. E existe capim pra época de sêca e capim pra época das
águas. É preciso sempre jogar defensivo agrícola para matar as pragas e há específico
para folhas largas. Todo ano é preciso adubar o pasto : jogar calcário, depois
gesso agrícola, depois gradear, semear, passar a niveladora e rezar pra chover!
Depois que nasce o capim, joga-se outros nutrientes, como fosfato, KCL,
nitrogênio, ureia. Também não pode rezar muito para chover, porque pode dar
enchente no São Francisco , a água invade o pasto e compromete todo o banco de
sementes, como já aconteceu antes. Cruzes, difícil demais alimentar bois e
vacas! Sem falar no tanto de sal e milho que é preciso comprar. Na verdade, eu
nem precisaria aprender tudo isso, mas como eu é que teria que comprar as
sementes e pagar todo e qualquer gasto, não poderia ir tocando a fazenda assim às cegas. Sempre ouvi o Zé dizer que " o
olho do dono é que engorda o boi" . </p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"> O problema maior é que eu não queria engordar boi
algum. Se fosse para criar bezerrinhos, e vender bezerros, até que tudo bem.
Mas mandar caminhões cheios de bois nobres para o matadouro, era de cortar o
coração. Pior, tenho uma filha zen que é vegetariana, faz meditação e yoga. Quando
o caminhão ia sair com os bois, ela conversava com eles, rezava e pedia
perdão. Ainda me falava que o sangue dos
bois sacrificados voltaria para mim, ou seja, algum dia eu seria culpada por
tanto sangue derramado. </p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"> Com tantas coisas complexas, junto com o sentimento
de culpa, resolvi seguir o conselho do filho e pedi a orientação de uma equipe
de especialistas em manejo de fazendas. Vieram de Belo Horizonte e falaram o
dia todo. Olharam a fazenda, viram o gado, os maquinários, conversaram com os
funcionários, analisaram todos os dados que eu tinha anotado, sobre a
contabilidade da fazenda e sobre o rebanho. Ficaram impressionados com a
organização e fiquei orgulhosa. Concluíram
que havia muitas categorias de gado e que seria preciso definir um
modelo, pois, como estava, o manejo era complicado (ah, isso eu já sabia!).
Talvez o melhor fosse comprar bezerros de 6 arrobas e vender com 13 arrobas
para confinamento. Ou seja, os garrotes ficariam presos, engordando, até serem
encaminhados para a morte. Nunca que eu faria isso. Outra solução seria criar
vacas e vender bezerros. Gostei. Mas quando soube das dificuldades com estação
de monta, vacas que nunca dão cria, toque para saber se a vaca está grávida,
parto, desmame com bezerros berrando, etc e tal, desisti. Sobrou vender o gado
todo e arrendar a fazenda. Mas o Zé sempre dizia que arrendar acabaria com a
fazenda. Para agricultura, até que seria possível, mas as terras não eram
apropriadas para colocar pivô. Sendo assim, conversamos em família e optamos
pela venda. </p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;"> Só que eu não sabia que vender era mais difícil que
tocar a fazenda. Continuarei a epopeia nos próximos capítulos. </p> <p></p><p><br /></p>Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-14411025575274595302020-05-16T19:30:00.000-07:002020-05-16T19:34:44.742-07:00Máscaras e escambo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEbsjU729C_iLRIJXjgi97orqkLRHDI7KI5LFDx60LjaoMxG8Fhq7k31EN7pYqTd9y1vxJ97ZprAFdjLCvNlqEy78Ezc61ot1k9DmwxboJEvC6RqXFB92yT11TO4JJdONEQseyDY2jNOcU/s1600/mascara+preta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="174" data-original-width="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEbsjU729C_iLRIJXjgi97orqkLRHDI7KI5LFDx60LjaoMxG8Fhq7k31EN7pYqTd9y1vxJ97ZprAFdjLCvNlqEy78Ezc61ot1k9DmwxboJEvC6RqXFB92yT11TO4JJdONEQseyDY2jNOcU/s1600/mascara+preta.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd1fklsUGtZ1TQZiBt-5rRYSk-NRhdDQyHbqttO8laKSYgHR1T5i195FwiW8DUaSsWdWY87s2nFXDU3_HLFf8sBN5VdfZ8r9V-6mxZzFDwb10cynJqz0HgMWBpuNpsSAKhS3L5vMMDemfT/s1600/m%25C3%25A1scara+concurso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="998" data-original-width="750" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd1fklsUGtZ1TQZiBt-5rRYSk-NRhdDQyHbqttO8laKSYgHR1T5i195FwiW8DUaSsWdWY87s2nFXDU3_HLFf8sBN5VdfZ8r9V-6mxZzFDwb10cynJqz0HgMWBpuNpsSAKhS3L5vMMDemfT/s320/m%25C3%25A1scara+concurso.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPl7BuXPm9ptwC4pdcm4mdlaPgE4rHfqfXggk3LEN_pP1Dii73aoM4X8jCl-S83KefGGrdpurLzMJtcp_qC-4bwldfEYl1aKXiSR57wUIzIsj6vOa1fhD6Q6e5wl9i5B7EO2YYWI5hSU4r/s1600/m%25C3%25A1scara+concurso+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1334" data-original-width="750" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPl7BuXPm9ptwC4pdcm4mdlaPgE4rHfqfXggk3LEN_pP1Dii73aoM4X8jCl-S83KefGGrdpurLzMJtcp_qC-4bwldfEYl1aKXiSR57wUIzIsj6vOa1fhD6Q6e5wl9i5B7EO2YYWI5hSU4r/s320/m%25C3%25A1scara+concurso+2.jpg" width="179" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnEaiRhSbqPiyvVX9EsaY9ynwBtKHTBmH2RvzktV19MobEfX__LciWkUe69gewc3WCz0mPxsusJFrjyGIUoINnScP1VZ5vmmVRRBm6pdGUzbs5iPVGxrBY_RNb-CTMEL7dhqfQvWjun2iw/s1600/mascara+escambo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="160" data-original-width="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnEaiRhSbqPiyvVX9EsaY9ynwBtKHTBmH2RvzktV19MobEfX__LciWkUe69gewc3WCz0mPxsusJFrjyGIUoINnScP1VZ5vmmVRRBm6pdGUzbs5iPVGxrBY_RNb-CTMEL7dhqfQvWjun2iw/s1600/mascara+escambo.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">As ruas
andam mais coloridas, e um tanto exóticas, com o novo visual das pessoas usando
máscaras para se protegerem do coronavírus. Tem máscara de todo tipo e
pra todo gosto: brancas, pretas, vermelhas, de bolinhas, estampadas, de flores,
listradas. Além do uso normal, também são colocadas no queixo, na testa, no
pescoço, dependurada na orelha e no cotovelo. E muitos se atrapalham com o seu uso,
como uma senhora que aparece em um vídeo na internet. Está com uma máscara de
listras azuis e comendo uma pratada de macarrão. Enrola o macarrão no garfo, enquanto
olha para o celular na mão esquerda. Distraída, abre a boca e enfia uma garfada
de macarrão na máscara! Pois é, até pra usar máscara é preciso ter estilo; tem
gente que consegue ficar elegante com
aquele paninho sufocante tampando o nariz e a boca. Já outros estão se
especializando em usar os olhos e as sobrancelhas para expressarem todos os
tipos de sentimentos, pois agora, mais do que nunca, os olhos são a janela da
alma. Nem adianta mais sorrir para as crianças na rua.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> Outra consequência
da necessidade do uso de máscaras é a improvisação, como aconteceu no começo da
pandemia. Pessoas com máscaras exóticas e criativas foram fotografadas em um
supermercado e foi realizado um concurso para eleger a mais original. Nas
fotos, vê-se uma mulher que colocou um chapeuzinho de aniversário de criança
tampando a boca e o nariz; outro furou
dois buracos no local dos olhos em um saco de pão e enfiou na cabeça; um senhor
de blusa azul cortou uma garrafa Pet de forma estratégica e deu certinho. Já um
homem de macacão branco usou uma máscara de borracha na forma de uma cabeça de
cavalo. Uma mulher, na moto e carregando as compras, amarrou firmemente uma
bucha de lavar prato na frente da boca. Quem ganhou o concurso foi um senhor
corpulento que enrolou muito bem um saco cinza de supermercado em volta da
cabeça toda (por certo não curtiu o prêmio, morreu sufocado). Eu votaria na
máscara de cabeça de cavalo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> Bem, além do
visual inusitado com as máscaras, ando preocupada porque ouvi que estão
querendo imprimir dinheiro para fazer frente á crise econômica que estamos
atravessando. Uai, como diria o mineiro, é simples assim? Pode? E a inflação?
Sei lá, ando com medo é de voltarmos para a época do escambo. Eu mesma já estou
praticando. Dia desses, uma inquilina minha deixou o imóvel e não tinha como
pagar a reforma. Como ela tinha algumas coisas que não poderia levar, fiquei
com uma cama e uma mesa com quatro cadeiras em troca da reforma. Não sei quem
saiu ganhando ou perdendo, o tal de escambo é difícil. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> Estou lendo sobre
isso no livro "Sapiens", de Yuval Noah, onde tem um capítulo muito
interessante chamado "O cheiro do dinheiro". O autor descreve desde a
época em que os caçadores coletores não tinham dinheiro e praticavam o escambo
simples, até o surgimento do dinheiro ,
capaz de converter quase tudo em qualquer outra coisa, tornando-se o mais
universal e eficiente sistema de confiança mútua já inventado. Gostei
particularmente de um trecho onde o autor explica as dificuldades e limitações
do escambo. Exemplifica assim: um agricultor produz as maçãs mais doces da
província. Trabalha tanto que os sapatos desgastam. Enche então uma carroça de
maçãs e vai para a cidade-mercado à beira do rio, tentar trocar com um
sapateiro as maçãs por um par de botas. O sapateiro fica hesitante porque não
sabe quantas maçãs pedir. A última vez que trocou maçãs por sapatos havia sido
há três meses atrás. Na época, pediu
três sacos da fruta. Mas eram maçãs ácidas e o sapato era feminino, não era uma
bota. Além disso, nas últimas semanas uma praga dizimou os rebanhos e o couro
estava escasso, os curtumeiros estavam trocando a mesma quantidade de couro
pelo dobro do número de sapatos. O sapateiro pensa que isso deveria ser levado
em conta, mas não sabe calcular. Além do cálculo, o escambo tem outros
problemas. Ambas as partes precisam querer o que o outro tem. E se o sapateiro
não gosta de maçãs e se o que ele quer mesmo é um divórcio? O agricultor até
poderia encontrar um advogado que gostasse de maçãs e fazer um acordo a três.
Mas e se o advogado estiver cheio de maçãs e estar precisando mesmo é de um
corte de cabelo?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> Enfim,
difícil demais o tal de escambo, melhor mesmo o dinheiro. E quanto às máscaras,
ao lado da água e sabão, são as nossas armas mais poderosas nesta guerra contra
o coronavírus. Com elas venceremos. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-90883898461488560452020-04-21T20:54:00.002-07:002020-04-21T20:54:58.598-07:00Índios brasileiros<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt7tH89kmnVtolcyxLtbqK4uyFLMjM-_m_fGOlqnhHchmpYzoCj0pUG46-Ps1BNaGvz_pXpdCPScGSAjjmVYg4l2l9cI0jRuZWgpEAN9eD6fOjQ4kNUwlVZJfCxC-sQXxJkOkGAv0AfNEf/s1600/indios+brasileiros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1204" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt7tH89kmnVtolcyxLtbqK4uyFLMjM-_m_fGOlqnhHchmpYzoCj0pUG46-Ps1BNaGvz_pXpdCPScGSAjjmVYg4l2l9cI0jRuZWgpEAN9eD6fOjQ4kNUwlVZJfCxC-sQXxJkOkGAv0AfNEf/s320/indios+brasileiros.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicAnZZ5ldylKaVDLQr173RmQvDodHDboqG3ahbCitkXQbfK_hIRl-lkTBj0cks6rE3JPQRXnwWf4-TxcZOOyr3gk-GMGPRbrzWrenbS7zeNG_uV07cwBtqY9_aJsTr_JE4DcFt8xXFKXF4/s1600/indios+brasileiros+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1204" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicAnZZ5ldylKaVDLQr173RmQvDodHDboqG3ahbCitkXQbfK_hIRl-lkTBj0cks6rE3JPQRXnwWf4-TxcZOOyr3gk-GMGPRbrzWrenbS7zeNG_uV07cwBtqY9_aJsTr_JE4DcFt8xXFKXF4/s320/indios+brasileiros+3.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhImRaiTbY2T_WDfbEk5kgmAmr1Udl2PDApeEhCnER7etJUoTmtOVWuqwu0oFr8oJICTAFh7TNNIQ5Tp0ajBPVoMCadhq1uPStptI8bElM8iF-Pmt8UOhDW4J_O3B2pPtrZVTfNlSe0zQN2/s1600/indios+brasileiros+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1204" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhImRaiTbY2T_WDfbEk5kgmAmr1Udl2PDApeEhCnER7etJUoTmtOVWuqwu0oFr8oJICTAFh7TNNIQ5Tp0ajBPVoMCadhq1uPStptI8bElM8iF-Pmt8UOhDW4J_O3B2pPtrZVTfNlSe0zQN2/s320/indios+brasileiros+4.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Dia 19 de abril comemorou-se o Dia do Índio. Lembro-me que, há tempos atrás, foi divulgado na TV um possível caso de canibalismo praticado por índios de uma tribo do Amazonas. Filmaram a aldeia e mostraram os costumes dos índios. Interessei-me pelo assunto e procurei uma coleção de fotos incríveis que tenho, de índios de aldeias no interior do Amazonas, perto da Bolívia. Foram tiradas anos atrás, por minha filha, quando ela lá esteve durante um mês, com uma equipe da Funai, participando dos trabalhos como assistente de dentista. Na época, ela contou-me tudo o que aprendeu e vivenciou.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Partiram de uma cidade chamada São Gabriel da Cachoeira, em um barco, até chegarem no interior da selva. Dormiam em redes dentro do barco e comiam o que levaram. Na outra etapa, entrou em uma canoinha com a dentista, dois ajudantes indígenas e embrenharam-se no meio dos igarapés. Desceram da canoinha e continuaram o caminho à pé, andando dentro da selva, à noite, cortando galhos com facão ( tipo aquele seriado “Lost”), até alcançarem uma aldeia de etnia hupda.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Os indígenas que moram nessa aldeia têm pouco contato com os brancos, não falam português, usam poucas roupas e não comem açúcar. Vivem em palhoças com parede de barro e existe uma maior, comunitária, onde se juntam para comer biju e peixe. A alimentação é baseada na mandioca. As mulheres trabalham duro, mesmo as grávidas e as idosas. Cuidam da lavoura, plantam, colhem, capinam, carregam coisas, descascam mandioca, fazem farinha. Os homens pescam, fazem redes e canoas. Quando o peixe é abundante, ele é defumado e se transforma em peixe “muqueado”. Em datas festivas, cada família faz a sua bebida alcóolica, em panela própria, de mandioca fermentada, chamada caxiri. Trocam a bebida entre eles, para ver qual está melhor e bebem na cabaça. É um rito social. Ficam bêbados, dançam, pulam e cantam, uma loucura e uma bebedeira geral.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"> Os idosos, quando não podem mais contribuir com as atividades da aldeia, são deixados para morrer. Não são tratados e ninguém tenta curá-los. Por sua vez, eles entendem que já cumpriram seu papel e aceitam a morte com naturalidade. Minha filha viu uma velhinha que passava o tempo todo numa rede, numa palhoça afastada, e que só recebia uma sopa ralinha uma vez por dia e mais nada. Ficou chocada, mas compreendeu que o entendimento que os índios têm do fim da vida é muito diferente do entendimento do "homem branco".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"> O tratamento dentário é precário, consistindo na extração de dentes e em demonstrações coletivas de técnicas de escovação. Olhei fotos interessantes de todos os indígenas escovando os dentes, mas sem pasta dental. Eles ganham as escovas do projeto da Funai e aprendem também a limpar os dentes com um fio vegetal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"> As crianças indígenas são fascinantes, dóceis e independentes. Nas fotos, há crianças maiores cuidando das menores. Um grupo de meninos e meninas peladinhos, nadando no rio. Correndo na água. Pulando das árvores e mergulhando no rio. Remando sozinhas na canoa. Sentadas na grama. Mamando no peito. Dando birra e rolando no chão. Rostinhos bonitos, parecendo bolivianas. Muitas barrigudinhas, provavelmente cheias de vermes intestinais. Mas o fato incrível e maravilhoso é que as crianças indígenas não apanham de seus pais. Nas aldeias, elas não são castigadas e ninguém bate nas crianças (esse exemplo deveria ser seguido pelos homens “civilizados”).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Ainda sobre costumes em tribos: em certa tribo da África, cada criança que nasce tem uma canção. Cantam a canção para ela em várias ocasiões importantes. Recordam a beleza da pessoa quando ela se sente feia, sua totalidade quando se sente quebrada, sua inocência quando se sente culpada e seu propósito quando está confusa.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Eu gostaria de ter uma canção assim.</span></div>
Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-9445854940070691022020-04-03T20:38:00.000-07:002020-04-03T20:38:17.947-07:00Aaatchim!!! Saúde!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG0ShzlDXBqjXJ2NTSjY3bvZXrj4ASKNkMGDLX3D3IOXGsHJCwOikBtTEmDCw4RReMK76tvq78Ak2Y_AsNwqoq9iFPQ5jggq2xPzZlG8bp2DrVNP7JIuU7hl1f0ZRLjW1-YnM3UVFL-va6/s1600/m%25C3%25A1scara.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="193" data-original-width="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG0ShzlDXBqjXJ2NTSjY3bvZXrj4ASKNkMGDLX3D3IOXGsHJCwOikBtTEmDCw4RReMK76tvq78Ak2Y_AsNwqoq9iFPQ5jggq2xPzZlG8bp2DrVNP7JIuU7hl1f0ZRLjW1-YnM3UVFL-va6/s1600/m%25C3%25A1scara.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ai, meu Deus, que saudades dos tempos em que a gente
espirrava e as pessoas falavam saúde! Mas tudo isso vai passar. Como dizem
alguns memes divertidos, '' quando tudo isso terminar, vou ficar uns 15 dias
sem aparecer em casa" ou
"juntos vamos sair dessa: uns gordos, outras grávidas, outros
loucos e muitos divorciados, mas vai passar". </span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Felizmente o brasileiro tem muito senso de humor,
capaz de inventar frases geniais sobre o drama de estar confinado em casa. Por exemplo: "- Eu comi 11 vezes, dei cinco cochilos e ainda é
hoje". "-Mais um dia como as Lojas Pernambucanas: só cama, mesa e
banho.". "-Não vejo a hora de passar para o regime semi aberto".
Mas a melhor é essa: "-Hoje vou sair de casa. É minha vez de tirar o lixo.
Que emoção! Nem sei que roupa vou usar".</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Também tem piadas implicando com os idosos:
"cite o nome de um animal teimoso com a letra V. E o menininho responde:
-véio!" E ainda estão dizendo que nos estacionamentos, onde antes estava
escrito "idoso", agora está escrito "teimoso"...Até os
relacionamentos estão mudando:"homem com álcool gel procura mulher com máscara para quarentena
séria."</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> E existe um áudio trágico-cômico que explica bem esse
momento de pandemia. Uma mulher, com o nariz entupido e fanhosa, fala de maneira
fácil e espontânea: "Nossa Senhora, meu nariz tá entupido e eu tô ficando
é doida. Vai trabalhar, fica em casa, morre de vírus, morre de fome; marido em
casa, filho pulando, filho gritando, cachorro latindo, gato miando, tudo junto;
vídeo de bióloga, vídeo de médico, vídeo de empresário, vídeo de
infectologista, vídeo da enfermeira, vídeo do padre, vídeo do pastor; vídeo do presidente, vídeo do governador,
vídeo do prefeito, vídeo do caraia quatro; limpa tudo, fecha tudo, vai morrer,
não vai morrer; bate panela contra, bate panela a favor, vai pra janela, faz
louvor, chama a pomba gira, vai pro terreiro, joga água sanitária; bate palma
pro médico, bate palma pra enfermeira, pro pessoal do supermercado; pede ajuda
pro santo, pede ajuda pro orixá; lava a mão, passa álcool, bebe pinga, usa
máscara, não usa máscara, vai vacinar, não vai vacinar, tira o véio da rua,
joga água no véio, põe luva no véio, leva o vírus pra rua, leva o vírus pra
casa..." A mulher termina essa ladainha com voz arrastada, dizendo:
-"E o mundo todo acabando!!!" </span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Mas bom mesmo foi no Turcomenistão, um país na Ásia
Central, ex-integrante da União Soviética e um dos mais fechados do planeta. O
ditador de lá resolveu o problema do vírus de uma vez: declarou que no país não
existe coronavírus e baniu o uso da palavra. Aquela história de que um problema
não existe se você não falar nele. Proibiu o uso pela imprensa e por
indivíduos. A polícia pode prender qualquer um que usar a palavra em locais
públicos, mesmo que seja em conversa entre amigos. Antes, ele já tinha banido
outras palavras do alfabeto turcomeno,
como "problema". O nome do ditador é Gurbanguly Berdymukhamedov.
Também, com um nome desses, ele deve pensar que pode qualquer coisa...</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Enfim, cada um tenta superar este tempo de pandemia
do coronavírus a seu modo. Em Santos,
conforme li na Folha de SP, uma mulher de 23 anos ficou levemente ferida ao
cair de uma janela no primeiro andar. Pular a janela foi a forma que encontrou
pra sair de casa e ir visitar a mãe, pois o seu companheiro não deixava. Já
Cristiane Gercina, colunista deste mesmo jornal, explica que não tem medo do
coronavírus, mas quer sobreviver a ele com sanidade. Está fazendo home office,
auxiliando nas aulas online das duas filhas sem ser professora e tentando
atender psicólogos e blogueiros que orientam a brincar com os filhos. Enquanto isso,
lava, passa, cozinha, faxina, abre mão do salário e ainda tem que pagar as
contas em dia. Assim, não consegue nem lavar as mãos. O pior é que tem malandro tentando aplicar golpes. Em
Franca, golpistas pediram por telefone um depósito de R$ 4.900,00 a familiares
de pessoa internada com suspeita de coronavírus, explicando que seria para
realização de testes. Quando pediram a segunda vez, a família desconfiou e
procurou a polícia. Tomara que sejam presos.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Bem, tudo vai passar, um dia. E aí poderemos nos cumprimentar,
abraçar, beijar e falar "saúde" bem alto quando alguém espirrar.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-5979497197490084992020-03-26T14:47:00.005-07:002020-03-26T14:47:56.461-07:00Conclusões inconclusivas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyJJJqDcO1WS9ER379I24QN4o4wcCS43aR3FTL1S3yhmeSGdmSVKGTR1P9G6erVrDlblge2ePXB8Tiwfon1gRm9CHGXri5pexM3TU8si-GVPDIeDcIHrdgknltaZOLoS4XsGS9zP6RU8Zb/s1600/coronavirus+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="480" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyJJJqDcO1WS9ER379I24QN4o4wcCS43aR3FTL1S3yhmeSGdmSVKGTR1P9G6erVrDlblge2ePXB8Tiwfon1gRm9CHGXri5pexM3TU8si-GVPDIeDcIHrdgknltaZOLoS4XsGS9zP6RU8Zb/s320/coronavirus+1.jpg" width="256" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiKTxOYsuAaEI7r3XeNocSkRisxCQXRnRbSO7hfBxY1PjzUlNMTTG00_AHctLfo5smCd4BFS6DlF2y1PeY8hURCpP0ORjg4bkhS05ZsICdrDJYgemHABK5GWoOAbUdIMjPRQT8yup6wQ-W/s1600/coronavirus+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="637" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiKTxOYsuAaEI7r3XeNocSkRisxCQXRnRbSO7hfBxY1PjzUlNMTTG00_AHctLfo5smCd4BFS6DlF2y1PeY8hURCpP0ORjg4bkhS05ZsICdrDJYgemHABK5GWoOAbUdIMjPRQT8yup6wQ-W/s320/coronavirus+2.jpg" width="271" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5kY2o-tawntwS8sFgfpyZ2Ma9-Jgqo_kLNFXuHmQnzNHVRd5bv_vpveHN94fhBeqYtEzJyu7qhFcQ13Alg2cY7Etltz9kKsipnb-uhTjyrY8FXvG10GylmM9l7TabMt5PtE_7TDF0uQVg/s1600/coronavirus+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="823" data-original-width="657" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5kY2o-tawntwS8sFgfpyZ2Ma9-Jgqo_kLNFXuHmQnzNHVRd5bv_vpveHN94fhBeqYtEzJyu7qhFcQ13Alg2cY7Etltz9kKsipnb-uhTjyrY8FXvG10GylmM9l7TabMt5PtE_7TDF0uQVg/s320/coronavirus+3.jpg" width="255" /></a></div>
<span style="text-align: justify;"> </span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em
tempos de pandemia do coronavírus, ando concluindo muitas coisas, de acordo com
as mensagens que recebo e com o que vejo na mídia. Primeira conclusão: as
responsáveis pelo descobrimento da vacina serão as mães. Tem uma sequência<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de fotos mostrando o que as crianças andam
aprontando em casa com a falta de aulas, que é de arrepiar. Tem menino grudando
ele e o irmão com fita crepe, deixando só os olhinhos de fora. Menininha
passando esmalte nas unhas de um pé de galinha. Menino rabiscando ele, o sofá,
o cachorro branco e a parede com caneta hidrocor. Turminha concentrada
recortando as imagens das notas de dinheiro. E muito mais. As mães,
desesperadas, vão encontrar rápido uma solução pro corona. Segunda conclusão: muitas
casas devem estar bem arrumadinhas e limpinhas, pois as pessoas têm que
arranjar o que fazer.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tem um áudio
engraçado de uma pessoa contando que está lavando suas roupas sem precisar,
fazendo comida que nem gosta e que até descobriu uma receita com bicarbonato de
sódio que deixa os rejuntes dos azulejos mais brancos que os dentes da Xuxa.
Terceira conclusão: <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>na visão dos homens,
a culpa do corona existir é das mulheres. Isso porque, além das mulheres serem
menos afetadas, conseguiram cancelar o futebol, fechar os bares e fazer com que
os homens não saiam de casa. Quarta conclusão: tem muita gente que vai
engordar. Ou por não poder fazer exercícios ou por agonia. Uma mulher explica
num áudio que abasteceu a casa dela com medo de passar fome, mas em cada
notícia ruim, fica agoniada e vai comendo tudo. Termina concluindo que vai
morrer é de gordura. Quinta: os problemas entre os casais que estão confinados
em casa deverão aumentar. Em um vídeo, aparece um senhor de meia idade com os
dois olhos roxos e um ferimento na testa. Fala, com voz pausada e triste, que
precisa dar um conselho para os maridos que estão em quarentena com a
esposa:-"Não irritem ela! É muito perigoso!" Sexta conclusão: os idosos
estão em apuros. Andam fazendo de tudo pra escapar da quarentena, mas já existe
no mercado até gaiola pra prender idoso teimoso. Vi um vídeo engraçado sobre
isso. Tem um homem <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>sentado do lado de
fora de uma casinha simples. Sai pela porta uma senhora idosa arrumadinha,
segurando uma bolsa. Ele pergunta pra onde ela vai, ela responde que vai pra
rua, ele fala que não é para ela ir porque a morte está só esperando ela por o
pé na rua. Ela rebate que não tem medo da morte e sai valente, pisando firme
com passinhos miúdos. Chega na cerca da casinha, olha para um lado e para o
outro. De repente aparece a morte (um cara fantasiado) e ela leva um susto. A
morte pergunta: -"Vai pra algum lugar?" E ela: -"Não,
"tô" só olhando se os vizinhos estão aqui na porta!" E volta
rapidamente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim,
nestes tempos de pandemia tem acontecido de tudo. Por exemplo, recordes estão
sendo quebrados sem querer. A companhia aérea Air Tahiti Nui, no dia 14 de
março, realizou o voo mais longo da história,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>9.765 milhas sem escalas, de Papeete, no Taiti, até Paris. Devido ás
restrições dos EUA, não puderam fazer escala em Los Angeles. Também a produtora
de vídeos pornôs, "Brasileirinhas", registrou um número recorde de
novas assinaturas no dia 17 de março, com todo mundo trancado em casa
assistindo TV. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Também
há gestos de solidariedade de todo tipo. Um grupo que toca cavaquinho criou uma
música gostosa ensinando a lavar as mãos. Pessoas postam vídeos ensinando como
entreter as crianças em casa. Alguns oferecem serviços grátis, como canais de
TV, filmes, cursos de inglês. Outros mostram como se exercitar em casa. Tem até
um senhor que coloca água e detergente no piso da cozinha, pra ficar bem
escorregadio, e mostra como fazer esteira segurando no fogão e deslizando os
pés no sabão. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Concluindo,
nestes tempos de pandemia de coronavírus e<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>de histeria, precisamos ter coisas boas para falar, rezar muito, ser luz
onde estivermos e cuidar do emocional. Caso contrário acabaremos loucos, como o
senhor que vi em um vídeo brincando de fazer cócegas em uma barata. Ela estava
quietinha, com o dorso para baixo. Ele passava o dedo na barriguinha dela,
falando "cute, cute, cute" e a barata mexia as perninhas e a cabeça.
Eu, hein!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Só
espero no futuro não ter um bisneto chamado Alcolgelson.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<br />Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3945283227767072207.post-9893478062605734352020-03-15T19:29:00.000-07:002020-03-15T19:29:06.316-07:00Grilo recheado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4x874cabVvT8Ux1re2SauhW-d4FVewwdVQigv5XEvQu8srarRApmZBHt7I3f8eAeij9fSNmBFU7ooy9wn8_5WaYwn1X1DLBPFUIs_VQQB4EzETf6Fi8uMhP_NuGJkS5TLyqAHEg4Uap7n/s1600/grilo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="198" data-original-width="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4x874cabVvT8Ux1re2SauhW-d4FVewwdVQigv5XEvQu8srarRApmZBHt7I3f8eAeij9fSNmBFU7ooy9wn8_5WaYwn1X1DLBPFUIs_VQQB4EzETf6Fi8uMhP_NuGJkS5TLyqAHEg4Uap7n/s1600/grilo.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTqZzDHhKuYij4T6cwbkLzN58C4wLTDZkqfEYvohDq_9lZwbZKzPDKQkoFSn-lf1ixzcpxyJas3qyvrlO2AFD4DQTa5rwerF897c_zZn1QC99TvPxEhfMjb34T-lNoewQ1XgIkb5dS0zjT/s1600/gafanhoto+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="195" data-original-width="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTqZzDHhKuYij4T6cwbkLzN58C4wLTDZkqfEYvohDq_9lZwbZKzPDKQkoFSn-lf1ixzcpxyJas3qyvrlO2AFD4DQTa5rwerF897c_zZn1QC99TvPxEhfMjb34T-lNoewQ1XgIkb5dS0zjT/s1600/gafanhoto+3.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_UQG1GNsFpBsmUl7atu8pBVBYMrWb_d1ts0G3c1ykhRNQAxXtyK3N9EzP9tiDao1pJZZ_rpDgpVQc0bKt-FX8gfMRQkMYXVNrRit0dO34Oxj550vVtsThp_9hy0E54-OXTd0tzYxrQP5z/s1600/gafanhoto+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_UQG1GNsFpBsmUl7atu8pBVBYMrWb_d1ts0G3c1ykhRNQAxXtyK3N9EzP9tiDao1pJZZ_rpDgpVQc0bKt-FX8gfMRQkMYXVNrRit0dO34Oxj550vVtsThp_9hy0E54-OXTd0tzYxrQP5z/s1600/gafanhoto+4.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Quando o
assunto é inseto, logo se pensa em insetos nocivos, como mosca do berne,
mosquito da dengue, pernilongo, barata, barbeiro da doença de Chagas. Mas inseto
é muito mais que isso. Existe cerca de um milhão de espécies descritas e o
número de espécies existentes no planeta, segundo diferentes autores, pode
variar de cinco a dez milhões. O bom é que a maioria das espécies conhecida é
benéfica. Só para dar alguns exemplos: o incrível avanço da genética nos
últimos anos se deve em parte aos estudos com a mosquinha da banana, a
Drosophila melanogaster, que possui cromossomos gigantes nas glândulas
salivares; a maioria das plantas que floresce no mundo depende de insetos
polinizadores, como abelhas, vespas, besouros e moscas, para a produção do fruto;
os insetos saprófagos decompõem cadáveres de animais e plantas; os insetos do
solo promovem aeração e aumento da matéria orgânica; produtos derivados dos
insetos, como mel e seda, movimentam indústrias milionárias.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Além disso, acredita-se
que futuramente os insetos terão um enorme destaque na alimentação humana. Atualmente,
cerca de 30% da superfície terrestre é destinada à agricultura e à pecuária. Os
insetos podem ser criados sem necessidade de áreas específicas para isso e são
uma excelente fonte alternativa de proteína. Embora pequenos, são altamente
proteicos e podem ser criados em massa, devido à sua alta capacidade
reprodutiva e ao ciclo de vida curto. Aliás, a entomofagia, ou seja, o hábito
de comer insetos, é bem antigo e surgiu com os primeiros hominídeos. O povo
asteca já se alimentava com dezenas de espécies de insetos: assados, fritos, ao
molho, fervidos, secos. Hoje em dia são consumidos por diferentes povos em
diferentes regiões do mundo. Por exemplo, pupas do bicho da seda são comidas na
China e no Japão como biscoito e vespas adultas, na forma de churrasquinho.
Ovos de percevejo são o caviar dos mexicanos e os percevejos adultos servem
como condimento do alimento, torrados e moídos com pimenta. Lagartas de
mariposas são comidas normalmente no Zaire e dez delas são suficientes para
suprir as necessidades diárias de um adulto. Gafanhotos africanos cozidos em
água salgada são vendidos nos mercados de Marrocos. Tanajuras torradas são
usadas como tira gosto em Pernambuco. Larvas assadas de vespas são comidas com
farinha pelos índios brasileiros. Insetos enlatados são vendidos nos mercados
americanos, mas o preço é alto. As lagartas fritas são comidas como cereal e os
gafanhotos fritos são usados em pizza.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No entanto, muitas
pessoas possuem aversão a comer insetos (inclusive eu), o que é muito mais
cultural do que científico ou racional. Afinal de contas, outros invertebrados,
como ostras e scargots, escorregadios e gosmentos, fazem parte da dieta humana.
E a "carne" dos insetos tem os mesmos componentes das outras carnes,
mas com muito mais proteínas e vitaminas, representando uma poderosa fonte
alimentar para o mundo que passa fome.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como tudo é
uma questão de hábito, pesquisas mostram que as pessoas podem comer insetos com
prazer, desde que apresentados de uma forma disfarçada. Estudantes de
entomologia comeram prontamente insetos cobertos com chocolate e também
brigadeiros com farelo de grilo. Por outro lado, comemos insetos- ou seus
fragmentos- diariamente, e nem sabemos. Alface e couve possuem pulgões
diminutos; o arroz é altamente infestado por insetos; a farinha de pão possui
pequeninos e inúmeros fragmentos de insetos; massa de tomate, catchup,
goiabada, sucos de tomate, maçã, manga e goiaba e outros produtos possuem
insetos triturados dentro de um índice aceitável pela saúde publica (isso
aumenta o valor nutritivo do produto).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Assim, como
todos nós já comemos insetos mesmo, e deveremos comer mais ainda em um futuro
próximo, segue uma receita picante de grilo recheado. Ingredientes: uns dez
grilos e amendoins. Retire a cabeça dos grilos e o final do abdômen. Remova o
intestino. Insira amendoins torrados no abdômen. Frite os grilos limpos e
recheados na manteiga ou no óleo. Polvilhe com sal e sirva quente. Importante:
retire as asas e as pernas antes de comer! Bom apetite...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<br />Ana Maria Coelho Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/16832336172040375654noreply@blogger.com0