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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Uma brasileira nos States

Em quase três meses que estive nos States, na casa da filha, aprendi muito e repasso algumas experiências aos leitores. Por exemplo: em país estranho, nunca ande de trem ou metrô sem ter certeza de onde vai descer. Saí para passear com meu neto de dois anos. Quardei o nome da estação onde deveria descer na volta, Meadowview, mas este na verdade era o nome da linha. Assim, passamos do ponto e quando descemos, na última estação, eu não tinha a menor idéia de onde estava e muito menos o meu neto, que adorou andar tanto tempo de trem. Fomos resgatados pelo genro, depois de muita confusão.
Outra coisa: nao corte cabelo em salão de chineses. Entrei nessa e nao tinha a menor ideia de como sairia do salão, pois a chinesa falava sem parar, num inglês esquisito e não aceitava opinião . Cortou e tingiu o meu cabelo do jeito que quis. Quase fugi, com medo de sair de cabelo verde, bem curtinho e espetado. É mais barato, mas não vale a pena, é só angústia e desespero (paguei 43 dólares no total; em um salão normal, é cerca de 65 dólares o corte mais 90 a tintura).
Também nem pensar em ficar doente e precisar de médico e hospital, sem ter algum plano de saúde. Uma brasileira, sogra de uma amiga da minha filha, veio passar uns tempos aqui, teve uma ameaça de enfarte, passou 24 horas no hospital e a conta foi de 150 mil dólares.. Além disso, não é bom morrer por aqui (aliás, em nenhum lugar). Existe o costume de se embalsamar os corpos para esperar o momento oportuno para o enterro. Por exemplo, um amigo da babá da minha filha morreu no inverno e ficou dois meses embalsamado esperando um tempo melhor. Em compensação, tem funeral muito sofisticado. Assisti a um (de penetra), com todas as pessoas (menos eu, lógico)com camisetas com o retrato do finado e com palavras de carinho. O corpo embalsamado, cercado por flores ,e uma exposição de fotos das etapas da vida e dos familiares do finado. Mas o emocionante é que colocaram os brinquedos preferidos dele, quando era criança, e até a primeira roupinha azul que vestiu no hospital, quando nasceu, quase chorei.
Outro conselho importante: muito cuidado ao pedir comida em restaurante. Tem tanta comida diferente por aqui (tailandesa, chinesa, indiana, portuguesa, americana,africana,francesa),que é bem possível comer uma coisa pensando que é outra. Como eu, que certa vez enchi um prato fundo de “dressing”, um tipo de molho picante e apimentado, pensando que era uma sopinha gostosa. Mas não há perigo se as comidas forem bem óbvias, como as pernas de siri de meio metro e um caldeirão imenso com sopa de pés de galinha, que vi em um restaurante chinês (mas não comi).
Outra coisa: aqui todos respeitam o espaço pessoal do outro. Não tem empurra-empurra nem encosta-encosta. Qualquer encostadinha em outra pessoa, é preciso falar “excuse me”, “I am sorry”, várias vezes. Ninguém fica juntinho do outro nas filas, no metrô, nada disso, é falta de educação. O meu genro americano, respeitador do espaço alheio, ficou espantado quando foi ao Brasil pela primeira vez: na Bahia entrou na fila para comprar passagem de ônibus e deixou um espaço entre ele e o próximo. Todos entravam naquela vaga e ele ficou horas na fila.
Por fim, quando estamos em um país de lingua estranha, sentimos vontade de ir a algum lugar onde falam a nossa lingua. Assim, fui algumas vezes assistir ȧ missa dos portugueses. Não aconselho, pois embora seja encantador ouvir o coro de pessoas bem velhinhas cantando ao som de bandolins, só é possível entender uma ou duas palavras. No mais, States é um país diversificado, de pessoas educadas, mas “bãão” mesmo é o Brasil.

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