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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Crianças com fome

Criança africana morrendo de fome

              As imagens da África mostrando crianças desnutridas e famintas sempre me chocam. Sei que não é preciso ir tão longe, temos muitas crianças passando fome no Brasil. Li, há tempos, uma crônica na Folha de São Paulo sobre crianças morrendo de fome no nordeste. Uma delas, nos últimos momentos, perguntou: “mãe, no céu tem pão?” Nunca me esqueci dessa frase.
            Mas a situação da África também me preocupa. Quando pequena, perguntavam-me o que eu seria quando crescesse e eu respondia: “missionária na África”. Inesperado para uma criança de cidade de interior, sem acesso a informações, sem TV e sem conhecer nada da situação mundial. Assim, na primeira oportunidade que tive, fui conhecer a África. Emocionei-me ao pisar no solo africano, ao atravessar a savana cheia de avestruzes, ao visitar Soweto, a maior cidade da África do Sul com população só de negros.
            Hoje, fico angustiada com as fotos que vejo. Em uma delas, bastante divulgada na internet e em jornais, há uma criança africana de sexo e idade indefinidos, ajoelhada e encurvada sobre o chão árido e seco. Sem roupas, braços longos e fininhos. É possível contar o número de costelas, pois ela está com a pele sobre os ossos. Enfeitando o pescoço, um colar de contas brancas (ela não tem nada, só o colar). Bem perto da criança, à espreita, um abutre espera pacientemente sua morte para se alimentar do corpinho frágil. A criança está morrendo de fome e o abutre simplesmente espera.
            Decerto ela nunca teve um prato de comida decente, um sapato, uma roupa. Com certeza, nunca tomou um sorvete, chupou um pirulito ou teve um brinquedo. E agora está morrendo, de fome. Fico pensando no fotógrafo que tirou a foto: será que ele retirou a criança de lá, ou deixou para o abutre? Ou será que Deus, em sua infinita misericórdia, carregou a criança em seus braços?
            Ver uma criança morrendo de fome é um dos fatos mais tristes da humanidade. E essa dor não é só minha, é de todos nós. Dor misturada com sentimento de impotência, por não sabermos como repartir o pão. Com sentimento de culpa, por termos tanto o que comer, quando outros não tem nada. Com sentimento de desespero, por sabermos que este não é um fato isolado. De acordo com dados da ONU, um em cada seis habitantes do planeta sofre de desnutrição grave e permanente. A cada cinco segundos, morre uma criança de fome no mundo, são mais de seis milhões por ano. Há 815 milhões de crianças subnutridas nos países em desenvolvimento.
            Os dados são alarmantes e é preciso lembrar que, na Terra, somos todos irmãos. A dor de um é a dor de todos. O chefe indígena Seattle, em 1854, já sabia disso. Em uma carta ao presidente dos Estados Unidos, que queria comprar suas terras, escreveu: “a terra não pertence ao homem, o homem é que pertence a terra. Todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. O que ocorre com a Terra, recairá sobre os filhos da Terra. O homem não tece a teia da vida, ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizermos ao tecido, fará o homem a si mesmo”.  Assim, cada um de nós morre um pouquinho junto com essas crianças.
            Por isso, admiro Angelina Jolie, que adotou três crianças e está fazendo a sua parte. Dentre milhões de crianças morrendo de fome, apenas três salvas não faria diferença. Mas para aquelas três que Angelina salvou, ela fez toda a diferença.
           

2 comentários:

  1. em todo mundo existe crianças nesta cituaçao mas o que adianta ficar olhando, todos devemos fazer algo começe orando na sua casa e nunk deixe de acreditar que um dia isso vai acabar e so ter fe em "DEUS"!!!!!!!!!!!

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  2. Meu professor de história pediu q nós procurasse-nos a historia desta foto impressionante . Infelizmente isso acontece em todo o mundo!

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