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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sete de Setembro

            
         No dia da Independência do Brasil, fui com os netos assistir ao desfile na Avenida Floriano Peixoto. Mas antes, curtimos todos os preparativos na Avenida Cesário Alvim: os policiais militares, a tropa de elite, as armas pesadas, os homens e caminhões do exército, as bandeiras, os escoteiros. Passamos no meio dos soldados camuflados, com o rosto pintado de verde e marrom. Conhecemos o Axel e o Blade, dois cães policiais enormes (o primeiro deixa a criançada fazer carinho, o outro  não). Vimos o prefeito Odelmo , num jipe do exército, fazer a revista à tropa, com todos imóveis, durinhos, em posição de sentido e respeito. Em seguida, o desfile começou com a banda tocando o Hino Nacional, esse nosso hino tão bonito, que fala da natureza e do amor á pátria e não fala de guerra. Policiais militares marchavam em compasso, enquanto a banda tocava o Hino da Independência. Alguns cantavam junto: “brava gente, brasileira, longe vá...temor servil, ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil.” Sentadas na beirada da calçada, crianças entusiasmadas sacodiam bandeirinhas do Brasil. No palanque, as autoridades assistiam ao desfile, sob um sol escaldante, batendo no rosto. A bandeira do Brasil carregada por um militar e o Hino da Bandeira: “em teu seio formoso retratas este céu de puríssimo anil; a verdura sem par destas matas e o esplendor do Cruzeiro do Sul.” O batalhão feminino, marchando com elegância e garbo, registrando 30 anos do ingresso das mulheres na polícia militar. O Corpo de Bombeiros, a Infantaria Motorizada, jipes e caminhões do exército, carros e motos da polícia. Mas faltaram escolas, apenas uma municipal desfilou. Fica a impressão que os educadores tem dificuldades em explicar aos alunos quais deveres temos como brasileiros, que país é esse e o que é amar a terra em que nascemos. A meu ver, falta ao povo brasileiro um pouco mais de paixão pela Pátria.
Mas ainda bem que, num distante 7 de setembro de 1822,  D. Pedro I, português, mostrou que se preocupava com o Brasil e de acordo com suas idéias liberais, gritou  às margens do Riacho Ipiranga a frase que passou para a história:  “Independência ou morte!” Foi quando, revoltado, resolveu romper definitivamente com a autoridade do pai, D. João VI (um caso de filho revoltado com o pai e que deu certo) e proclamou o fim dos laços coloniais do Brasil com Portugal. A cena está registrada em um famoso quadro de Pedro Américo, com D Pedro majestoso, em cima de um cavalo fogoso, cabelos penteados, espada em riste, uniforme elegante e impecável, cercado por inúmeros cavaleiros também garbosos e bem vestidos. Pessoalmente, acho que a cena não foi tão espetacular assim, deviam estar todos cansados e empoeirados (viajavam de Santos para São Paulo). Como escreveu Leandro Narloch em seu  “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”: para fabricar um espírito nacional, é normal que se jogue um brilho a mais em certos episódios. Acrescenta que um bom jeito de amadurecer, ao interpretar a nossa história, é admitir que alguns heróis da nação eram simplesmente pessoas do seu tempo.
E agora nós, brasileiros do nosso tempo, precisamos pensar em uma forma de ajudar o Brasil, nossa Pátria amada, a se livrar da corrupção, que nos sufoca tanto quanto o domínio português. Como escrito nos cartazes carregados por pessoas que estavam no desfile, com cara pintada e nariz de palhaço: “sou contra a corrupção, e você?”

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