Fevereiro de 2013- A viagem de navio
No inicio de cada novo ano, aparecem
na mídia os destaques dos fatos que marcaram o ano que findou. Lembro-me sempre
da minha mãe: ela gostava de ficar sentada na cadeira de balanço, fazendo uma
retrospectiva de sua longa vida. De tempos em tempos, beliscava o seu braço para certificar-se que era ela mesma que tinha passado por tudo
aquilo.
Daí, pensei em fazer uma retrospectiva da minha vida
durante 2013. Foi um ano marcado porque
não nasceu nenhum neto. Desde 2007, nascem um, dois ou três por ano, incrível
isso. Também foi marcado porque viajei muito, trabalhei muito e estive a maior
parte do tempo rodeada por crianças, que bom que elas existem.
Em fevereiro, o cruzeiro de navio.A
imensidão do mar azul e o navio singrando as ondas, lindo. E o arrependimento
por ter sucumbido ao pecado da gula, diante daquela inacreditável fartura de comida. Em abril e agosto, os dias
na fazenda à beira do rio São Francisco. O filho pescador, com uma
parafernália para pescar e o neto, treinando
pontaria com a espingarda de chumbinho.Em maio, os dias no Carmo, a cidade
natal do Zé, meu marido. O genro americano, encantado com a Serra da Tormenta,
subia e descia a mesma duas vezes por dia, encharcado de suor. Em julho, a
semana na Bahia, em Algodões, socorrendo a filha na mudança de casa. Em
setembro, a estadia de quase um mês em Macaé, cuidando de dois netinhos para
que os pais viajassem para a Itália. Muitos quilômetros percorridos atrás do
Benício, de um ano, que não anda, só corre. Foi devolvido aos pais com o olho
roxo, resultado de uma curva mal calculada e uma cadeira no caminho. Em outubro,
uma semana em Arraial da Ajuda, em um resort que deixou saudades,
principalmente dos jantares à luz de velas. Em dezembro, a festa de 15 anos em
Brasília, o Natal em BH e a ida ao Carmo, para visitar o irmão gêmeo do Zé, que
foi operado e retirou um rim.
Além das viagens, em maio, outubro e
novembro, a casa cheia de filhos, genros,
noras e netos. Sete crianças menores de cinco anos hospedadas, mais quatro netos que residem em Uberlândia. Guerra de almofadas, mordidas e unhadas;
choro alto, baixo, de manha, de machucado
mesmo. Confusões na hora das refeições, do banho, de dormir e brinquedos por
toda parte. A foto histórica dos onze netos reunidos, um dando birra, a outra
tirando "caca" do nariz, o outro fazendo careta. Bons tempos. De
cansaço, mas também de alegria, de risadas, de curtição, de união.
Outro
destaque em 2013 é que trabalhei muito, como tutora a distância de um curso de
especialização da UFU. Sempre conectada ao computador, tentando ser uma ponte
entre alunos, coordenadores e professores.
Nesse ano, também as doenças na
família se destacaram. Umas comuns, como a do neto Yuri, com febre alta e
reclamando de "dor na guela" (garganta). Outras estranhas, como a
"herpes zoster" que tive e que doeu demais, e a "síndrome da
boca, pé e mão", que acometeu o Móises, coitadinho. E também a diabetes do
Zé, descoberta agora, ele vai passar o resto da vida fazendo regime. Outro fato
triste aconteceu com a Mel, minha cachorrinha
Yorkshire. Foi roubada na Praça Tubal Vilela dia 30/10. Perdi minha companheira
de todas as horas e o seu amor incondicional.
Enfim, assim foi, de forma resumida,
meu ano de 2013. Em 2014, quem sabe terei tempo de ficar sentada em frente à TV
assistindo novelas e fazendo tricô, mas por enquanto é o Zé que me conta a
novela das nove e as trapalhadas do Félix.
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