Monumento em homenagem às crianças de Lídice mortas pelo nazizmo
Moro em
Uberlândia, no bairro Lídice, há 46 anos. Meus filhos nasceram e foram criados
nesse bairro e somente agora descobri o porque do nome Lídice. Várias cidades e
locais do mundo inteiro têm este nome em homenagem a uma vila da antiga Tchecoslováquia,
para que ela nunca seja esquecida. A vila foi totalmente destruída pelos
alemães durante a Segunda Guerra Mundial e se tornou símbolo da crueldade nazista
.
É uma história muito triste, conforme
pesquisei. Tudo foi uma vingança pela morte de Reinhard Heydrich, um comandante
nazista, segunda maior autoridade do Serviço Secreto (SS) e também um dos mais
cruéis. Era um seguidor fiel de Hitler, seu protegido especial e nomeado
Protetor do Terceiro Reich. No dia 27 de maio de 1942, ele se dirigia da vila
onde morava para seu escritório no centro de Praga, capital do país e sob
domínio dos alemães. O carro onde viajava foi emboscado a tiros por dois
integrantes da resistência tcheca, que haviam sido treinados na Inglaterra e
que desceram de para-quedas no país. Atingido pelos tiros, Heydrich morreu uma
semana depois, no hospital, de infecção generalizada.
Enraivecido, Hitler
ordenou que se fizesse de tudo e que não se poupassem vidas para achar
os responsáveis pela morte do oficial nazista e para se vingar dos tchecos. Aconteceu uma retaliação sangrenta e generalizada das tropas
nazistas contra a população civil tcheca. E Lídice, uma
pequena vila próxima à capital e que se dedicava à mineração, foi interpretada
como hostil aos alemães e como ponto de reunião dos assassinos de
Heydrich. Assim, foi escolhida para ser massacrada. Em 10 de junho, foi cercada
por tropas nazistas, que impediram a saída de seus moradores. Os habitantes
homens com mais de quinze anos foram separados, colocados em um celeiro e fuzilados em pequenos
grupos. As mulheres e crianças foram enviadas para o campo de
concentração onde a maioria morreu de tifo e exaustão pelos trabalhos forçados. A vila inteira foi
demolida por explosivos e a terra foi aplainada por tratores. Os alemães espalharam
grãos pelo chão de toda a área para transformá-la em pasto e a riscaram dos mapas da
Europa. Cerca de 340 habitantes
de Lídice morreram no massacre alemão, entre homens, mulheres e crianças.
Também outra pequena aldeia de Lezaky foi destruída e seus habitantes executados. A
vingança alemã causou em torno de 1500 mortes em toda a Tchecoslováquia e os
resistentes que atiraram em Heydrich acabaram se suicidando em Praga, quando
estavam prestes a serem presos pela SS.
Os
nazistas sempre ocultavam os crimes de guerra. Mas no caso do massacre de
Lídice, fizeram questão de divulgar, para que servisse como uma ameaça para a
população cativa da Europa ocupada pela Alemanha. O fato causou uma onda de
terror e indignação mundial. Atualmente, o local onde Lídice existia foi
transformado em um campo santo e em memorial nacional, onde queima um fogo
eterno. Existe lá um memorial especial, esculpido para as cerca de 88 crianças
que foram mortas. Estão todas de pé, em roupas simples, sérias, enfileiradas,
algumas de mãos dadas. É tenebroso pensar que foram todas, em sua inocência,
mortas por vingança em uma guerra.
Em 1949 até
reconstruiram a vila, nas proximidades daquela que foi retirada do mapa, mas
nada apaga da história da humanidade a tragédia que aconteceu com Lídice. E
resta a nós, moradores do bairro Lídice de Uberlândia, fazer ao menos uma prece
silenciosa por tantos que morreram vítimas do nazismo.
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A finalidade do meu blog é divulgar as crônicas que escrevo para o Jornal Correio de Uberlândia, sobre assuntos diversos, principalmente casos da família, para que alcancem um público maior. É uma forma de compartilhar com os leitores um pouco da minha vida e de levar um pouco de alegria, pois os textos são leves e divertidos.
A cada dois dias tentarei colocar um texto novo, para manter o interesse dos meus leitores e também algumas fotos para exemplificar alguns textos. Obrigada pelo apoio.
quarta-feira, 4 de maio de 2016
Lídice
Os piolhos e o colchão
Pediculus humanus capitis, o famigerado piolho |
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