Está circulando na internet uma foto impressionante: o
ministro Joaquim Barbosa, de costas, com a toga preta esvoaçando como se fosse
a capa do Batman, calça e sapatos pretos. Abaixo da foto, os dizeres: “Batman é
para os fracos. O meu herói é negro, usa toga preta e está em Brasília, lutando
contra os maiores vilões da história do Brasil. Obrigado, ministro.”
Realmente,
Joaquim Barbosa se transformou em um herói nacional, um ídolo de milhões de
brasileiros indignados, um ministro sem medo, que faz seu trabalho com retidão.
Ele tem mesmo muitas semelhanças com o Batman, o super herói das histórias em quadrinhos. Os dois
não têm super-poderes, mas lutam contra o crime e querem fazer justiça. Usam
armas como inteligência genial, habilidades investigativas e estratégias
diversificadas. Os inimigos do Batman, entre outros, são o Coringa (o palhaço
louco), o Pingüim e o Mr. Freeze, um vilão disposto a transformar a metrópole
em um domínio gelado. Já o Batman Joaquim, de carne e osso, luta contra o Dirceu,
o Valério, o Delúbio, o Genoino, o Duda e tantos outros que compõem os 40 réus
do mensalão. Como divulgado na mídia, mais que a carência de heróís, foi a
fartura de ladrões que transformou um juiz do Supremo Tribunal em campeão de
popularidade.
O Batman tem muitos amigos na sua
luta por justiça, como o Robin, o Superman, a Mulher Maravilha, o comissário
Gordon. Já o Batman Joaquim tem a seu lado todos os brasileiros que voltaram a
acreditar que o Brasil ainda tem jeito e que existem juízes que falam o que o
povo tem vontade de dizer. Que analisam provas e depoimentos, que enxergam os
fatos como eles são e que mostram que corrupção dá cadeia.
No entanto, em alguns aspectos, o
Batman Joaquim é inferior ao Batman super herói. Esse último é um atleta
incomparável, que treinou artes marciais
e técnicas de combate, sendo hábil no combate corpo a corpo. O Batman Joaquim,
não. Além de não ter físico de atleta, sofre de dores de coluna. Mas, como
escreveu a cronista Eliane Cantanhêde: “Joaquim Barbosa é respaldado pela toga,
justificado pelas dores de coluna, perdoado pelas origens e exposto pelas
transmissões ao vivo”.
Outras diferenças entre os dois:
Batman é filho único, nasceu em
Gotham City e ficou bilionário quando os pais morreram. Usava
a identidade secreta de Bruce Waine, um empresário playboy e filantropo. Já
Batman Joaquim é filho de pedreiro, primogênito de oito irmãos, nasceu em
Paracatu e passou a ser arrimo de família quando os pais se separaram. Enquanto
Batman viajou pelo mundo tentando compreender a mente criminosa, Batman Joaquim
fez mestrado e doutorado no exterior, é fluente em francês, inglês, alemão,
espanhol e toca piano e violino desde os 16 anos (tudo isso sem precisar de
cotas). Batman é um gênio em disfarces e mestre na arte de fuga. Batman Joaquim
não: fala ao vivo para milhões de telespectadores e não quer fugir de nada.
Disseca as entranhas do governo Lula e os podres do José Dirceu e do PT. Enquanto
o Batman geralmente age à noite, usando as habilidades de morcego e o codinome
“Cavaleiro das Trevas’, Batman Joaquim age durante o dia, mostrando claramente
quem está buscando desculpas para justificar o injustificável.
Enquanto isso, o mensalão “embrulha” o
estômago dos réus. E tem pizzaria em Brasília aproveitando a ocasião, com o
slogan: “se tudo acabar em pizza, você já está no lugar certo”. Sem chances, enquanto
o Batman Joaquim estiver em ação.
Obs: publicado no Jornal
Correio em 14/10/2012
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