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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Notícias preocupantes


Recentemente, duas notícias no jornal me chamaram a atenção: “Mulher transforma cinzas em diamante” e “Governo propõe aumento de 63% nas multas de trânsito”. Na primeira, conta-se que uma mulher de 73 anos, de Curitiba, enviou as cinzas do marido para uma empresa suiça, que as transformou em um diamante de 0,25 quilates. Santo Deus, neste mundo de transformações alucinantes, agora estão aproveitando o carbono do corpo humano para criar diamantes. Fiquei pensando na possibilidade do Zé (meu marido) morrer primeiro do que eu. Poderia então transformá-lo em um diamante (possivelmente de uns 0,50 quilates, pois ele é bem socadinho, tem muito carbono)e andar com ele no dedo. Cruzes, que aflição! Nunca, jamais, em tempo algum, “never”.
      A segunda notícia me preocupou porque, não sei a razão, as multas de trânsito me perseguem. Não que eu seja “barbeira”, é uma simples questão de erro de cálculo ou de interpretação. Por exemplo, quando calculo que a velocidade em que estou dá para atravessar no sinal amarelo, nunca dá. Ou então, que estou dentro da velocidade permitida quando atravesso nos redutores, e não estou. Quando interpreto que a placa de estacionamento permitido é dali para frente, é sempre dali para trás. Assim, como diria o mineirinho, “isturdia” (outro dia), cheguei bem na hora que o meu carro ia ser guinchado (que vexame!). Estava estacionado no lado oposto do Banco do Brasil, na Floriano, e interpretei mal a posição das placas. Graças à generosidade e compreensão do policial, o carro ficou, mas a multa também.
De outra vez, dei uma ligeira encostada com o para-choque na porta de um carro, no Campus Umuarama. Culpa de uma ré mal calculada. Olhei o estrago e fiquei abismada. A porta do motorista estava bem amassadinha, não pensei que o choque tivesse sido tão grande. Como ninguém viu, meu primeiro ímpeto, lógico, foi sair de fininho. Mas a honestidade bateu mais forte e optei por escrever um bilhete, quase uma carta, explicando o acontecido e deixando nome e telefone para contato (na época, era coordenadora de curso). Coloquei no vidro da frente e fiquei esperando as conseguências. Resultado: o carro era de um professor da UFU, que ficou encantado com o meu bilhete. Mas o melhor é que ele contou que alguém já tinha trombado na porta antes, ela já estava amassada (esse alguém saiu de fininho). Deus é grande mesmo. Ele comprou uma porta nova e paguei a metade.
De qualquer forma, nunca me transformei em uma fera no volante, como fazem muitos por aí. Li sobre isto, como o fato de que a maioria dos motoristas só se comporta de forma agressiva quando está dentro do carro. Fora dele, são pessoas de temperamento moderado. A coragem deles se justifica porque quem está no volante se torna anônimo e tem a sensação de que jamais vai cruzar novamente com os outros motoristas (daí, aproveita e solta palavrões). Também a falta de contato com os olhos, o olhar frente à frente, capaz de aumentar a cooperação entre as pessoas, não existe no trânsito. E cada país tem seu modo próprio de violência no volante: os americanos e japoneses fazem pressão, colando um no outro; os australianos fazem gestos obscenos e os argentinos gritam palavrões.
Sei que nunca vou apelar para a agressividade, mas posso ir preparando uma poupança para as multas. Agora, transformar o Zé em um belo e resplandecente diamante, nem pensar.

Um comentário:

  1. Oi Ana! Adorei, parece que estou conversando com você!Passarei sempre por aqui! Abraço.
    Marcela

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