Neste último mês de julho, fui com um filho, norinha e dois netos para Paris. Lá nos encontramos com a minha filha, dois netos e outro filho. Formado o grupo de nove, começaram as peripécias, os aprendizados, as andanças sem fim. Andamos de avião, ônibus, metrô, Uber, táxi com motorista do lado direito , do lado esquerdo, trem comum, trem a 300 km por hora e debaixo do mar, a pé puxando malas, a pé sem puxar malas, subindo escadas e puxando malas. É preciso ter saúde e preparo físico. Entre uma andança e outra, eu pensava na maravilha da invenção das rodas: e se não existissem malas de rodinhas?
Foram 18 dias
viajando. Em Paris, a emoção do passeio
de barco no rio Sena, o Museu do Louvre com tantos quadros e esculturas
impressionantes, a catedral de Notre Dame , que leva os visitantes ao
assombro com tanta beleza, arte e fé. A
torre Eiffel, com seus 330 m de altura, encantando a todos com sua arquitetura
ousada. A Basílica de Sacré-Coeur, de onde é possível, do alto de seus degraus,
contemplar Paris inteira; e nos seus
arredores, apreciar os pintores desenhando com maestria o rosto das pessoas. As lojas sofisticadas, com objetos de última
geração, como os óculos inteligentes Ray Ban Meta, capazes de ouvir e traduzir
várias línguas em tempo real. Em Strasbourg, uma pequena cidade francesa, a monumental
Igreja de Notre Dame, que levou 500 anos para ser construída; o canal rodeado
de trilhas e flores, as pontes cheias de cadeados dos enamorados, o centro
“Petit France”, charmoso com seus restaurantes debaixo das árvores .
Na Alemanha,
ficamos em Freibourg, na região da Floresta Negra, e visitamos pequenas cidades
medievais, cada uma com seu encanto. Colmar, por exemplo, a pequena Veneza, com
seus canais, onde era possível dar uma volta de barquinho por 8,50 euros. Ou
saborear um joelho de porco, “haxe vom Schewein’ por 19,90 euros.
Na Inglaterra,
visitamos Londres, uma cidade vibrante onde o velho e o novo convivem em
harmonia. A tradição na troca da guarda
no Palácio de Buckingham contrastando com a modernidade dos pubs com pessoas bem
vestidas bebendo cerveja no final de tarde. Pessoas de todas as nacionalidades
andando pelas ruas, principalmente indianos e chineses. O metrô, imenso e bem
cuidado, onde se sente a vida colorida e pulsante, com milhares de pessoas apressadas
nos corredores imensos e nos trens apinhados e pontuais. O fascinante Museu do
Bunker do Churchill, subterrâneo, construído durante a Segunda Guerra Mundial, para
resistir a bombardeios e onde foram tomadas importantes decisões para o futuro
da Europa. Mostra a trajetória política de Churchill, seus discursos marcantes,
seus hábitos, sua liderança. É dele a frase, quando os aliados Rússia e Estados
Unidos entraram na guerra: “Pior do que ir para uma guerra com aliados, é ir
para uma guerra sem eles”. O Museu de História Natural, onde é possível ficar
horas e sair com aquela sensação de quero mais. Invertebrados, peixes,
anfíbios, répteis, aves e mamíferos em profusão. Identificados, bem
taxidermizados e conservados. Fósseis de
dinossauros enormes. No hall de entrada,
em destaque, o gorila mais amado, o Guy, que tem importância cultural e
científica. Ele nasceu no zoológico de Paris e vivia no zoológico de Londres,
onde morreu em 1978 de ataque cardíaco quando fazia tratamento dentário. E na
ala da evolução humana, um banho de cultura, despertando curiosidade e deixando
várias perguntas sem respostas. No Museu da Ciência, cinco andares de
maravilhas. A primeira máquina a vapor,
a evolução das máquinas; modelos e material didático sobre energia elétrica,
eólica, nuclear, aquecimento global. Inúmeras réplicas de aviões primitivos e
as histórias dos aviadores; turbinas e hélices gigantes dos aviões modernos. Um
andar inteiro levando as pessoas a pensarem na pergunta : “Quem sou eu?” . O
pior é que a gente pensa tanto, analisa, interage e sai de lá sem saber...
Em Londres,
vale ressaltar ainda o Boroughs Market, com o burburinho da multidão procurando
comida de todo tipo. Gônadas de ouriço do mar, paella, pepino do mar tostado,
ostras gosmentas, 50g de caviar de beluga por 150 libras esterlinas (a cotação
da libra estava a R$7,30; será que alguém compra?). E a London Eye, a roda
gigante de onde se olha a placidez e a beleza do rio Tâmisa, ladeado por
construções antigas e imponentes.
Enfim, foram
muitas as emoções e aprendizados. Valeu por tantos momentos em família, pelas
risadas gostosas das primas que vivem tão longe, pelas fotos bonitas em tantos
locais diferentes, pelo prazer de aprender “in loco” algo mais sobre o velho
continente, pelo privilégio de poder viajar quando tantos não têm nem o que
comer...
Mas bom mesmo é o Brasil. Quando cheguei no meu lar, doce lar,
lembrei-me da minha finada mãezinha: ela sempre beijava a porta da casa quando
voltava de uma viagem. Beijei também.
No próximo capítulo,
contarei sobre alguns momentos e cenas interessantes da viagem.
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